O MERCADO DA SAUDADE
Com a crise,
muitas marcas estrategicamente regressaram para despertar do chamado mercado da
saudade ou seja as velhas marcas da nossa infância que nos marcaram em tempos e
que entretanto saíram do mercado ou por estratégia de mercado fosse pelas
empresas que as detinham terem entrado em dificuldades financeiras, o certo é
que cada vez mais que vou ao supermercado vejo marcas que me recordam os tempos
da minha infância.
É certo que
esta estratégia até dá certo pois de vez em quando tenho o chamada apelo da
saudade e compro as marcas antigas em detrimento das que habitualmente
comprava, mesmo sabendo que algumas não têm o sabor e a qualidade de outrora
embora muito similares, no entanto se em alguns casos percebi que pelas
dificuldades financeiras muitas marcas tiveram de sair do mercado ou pelo fecho
de fabricas ou mesmo por não terem como escoar o produto devido ao “ataque” das
marcas brancas, noutros casos foi uma estratégia do próprio grupo que não atravessando
qualquer dificuldade económica decidiu retirar a marca do mercado sem ter dado
ouvidos aos clientes e hoje com a crise e com a realidade das vendas baixarem
decidirem “voltar” com as marcas antigas com o intuito de conseguirem minimizar
as perdas até porque alguns dos produtos eram únicos.
Esse foi
exactamente um problema que me confrontei há uns anos, eu nunca tolerei muito
bem o leite puro e para beber leite tive sempre de juntar um achocolatado ao
leite, e dado que nunca fui um grande apreciador de açúcar e os achocolatados
serem muito carregados dessa substancia, o único que se adaptava á minha
condição era o MILO da Nestlé (um grupo que dispensa apresentações) durante
anos usei este produto único no mercado (dado que era um achocolatado com um
teor mínimo de açúcar) e que de um momento para o outro a Nestlé decidiu
retirar do mercado deixando um espaço em vazio, isto sem ter sequer prestado um
esclarecimento ou pedido a opinião aos consumidores, aparentemente a marca
alegou que o volume de vendas era ínfimo, esse argumento se calhar era um
embuste pois se não tinha expressão de vendas porque agora decidiram relançar a
marca MILO? O problema e que a mim e se calhar a muitos como eu ficaram sem
qualquer alternativa no mercado, eu no meu caso ainda tentei ir de marca em
marca mas todas tinham carradas de açúcar, até que tive de optar por cereais
solúveis com ou sem café incorporados, não tinham açúcar e desse modo colmatava
o meu problema com o leite.
Hoje deparo-me
com o relançamento da marca MILO, se em alguns casos já dei por mim a comprar
refrigerantes capri-sonne, pastilhas gorila, chocolates Regina, etc., pois o
meu apelo da saudade é activado e no fundo até nem foram produtos que saíram
completamente do mercado mas que devido a alguma contingência financeira
deixaram de poder ser tão expostos como outrora, neste caso em particular deixa-me
revoltado pois senti que a marca não respeitou os interesses do cliente mas
apenas decidiu por seu belo prazer o que os clientes deveriam ou não ter, e
neste caso não vou comprar este produto por muito bom que ele seja, até por
acaso já ouvi que o MILO de hoje é bem diferente do de outrora apesar da marca
garantir que a formula é exactamente igual, no entanto de um cliente fiel e
defensor da marca passou a ter menos um cliente dado que entretanto já me
habituei aos cereais solúveis, não me estou a ver a voltar aos achocolatados.
As marcas
deveriam ter mais respeito pelos consumidores, podem lançar produtos inovadores
mas deveriam ter respeito pelos produtos que já estão no mercado, uma coisa não
inviabiliza a outra, e se um produto se aguenta com sucesso no mercado deveria
ser mantida ad-eternum dado que a qualidade desse mesmo produto é reconhecida pelos
clientes, e se um produto entretanto lançado não alcançar o mesmo sucesso não é
que tenha menos qualidade mas porque os consumidores não aderiram e não devem
os grandes grupos manipular o gosto dos clientes ao seu gosto tirando os
produtos antigos do mercado apenas para forçar os consumidores a comprar o que
houver, até porque isso pode ser sinistro num futuro próximo que até é o que
está a acontecer ao grupo Nestlé, em tempos de crise também estão a sofrer as
consequências do menor consumo, então têm esta ideia de génio que é tirar os
produtos de sucesso de outrora da “cartola” para ver se os “asnos” dos clientes
pegam de novo, no meu caso estão lixados.
Quanto a
outras marcas vou continuar a comprar sempre que encontre dado que os produtos
são em tudo idênticos aos de outrora, desde que as marcas em questão não tenham
tido a atitude arrogante como foi o caso da Nestlé, pois se o argumento para a
retirada do mercado fosse valida não lhes valia de nada relançar o produto no
mercado pois se na altura o conceito não pegava agora então o conceito era
completamente inexplicável, pois o MILO é e era produto único.
NAKED MAN
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