AUTARQUICAS 2013 O RESCALDO
O festival
autárquico finalmente acabou, e se no geral aconteceu o que se esperava ou seja
a derrota monumental do PSD, não aconteceu outra das previsões a vitoria
esmagadora do PS, é assim o PS ganhou bastantes câmaras chegou ás 150, no
entanto perdeu para a CDU câmaras importantes, portanto a vitoria do PS foi
mais relativa do que real.
Mas as
autárquicas deste ano foram atípicas, houve um sentimento generalizado da
oposição em nacionalizar o que de si não é nacionalizavel, ou seja o poder
local o que conta acima de tudo é a pessoa e não o partido ou a ideologia geral
que esse partido representa, sendo que as pessoas devem votar no partido ou
grupo de cidadãos que tenham um programa eleitoral que vá mais ao encontro de
cada eleitor, e colocar o partido para trás, aliás sempre assim foi, terras que
de certo modo sejam alinhadas com determinado partido para as eleições
nacionais e europeias, sabem colocar o alinhamento partidário de lado na altura
de votar para a sua câmara municipal e para a sua junta de freguesia, se estou
assim tão enganado então porque se justifica tantas vitorias da CDU a nível
local e o resultado a nível nacional ser meramente residual nessa comparação?
Portanto ver lideres partidários e alguns candidatos alinharem num discurso de
que votar no PSD era o mesmo do que colaborar com o governo foi demasiado
nojento tal argumento, gostava de ver daqui a 4 anos quando o PS ser governo e
tiver que alinhar em medidas em tudo idênticas ás de que o PSD hoje alinha (lembrem-se
das eleições de França ganhas pelo PS e que diziam ser a salvação da Europa e
até hoje nada se viu de diferente), e o PSD vir dizer o mesmo de certeza que a
resposta será de que eleições locais são diferentes das nacionais… ou seja na
oposição há uma teoria uma vez no governo há outra.
O que é certo
é que se há vencedores na noite eleitoral (e é que os houve), devemos destacar
a subida de câmaras por parte do PS, temos de destacar 2 partidos que de facto
elevaram a sua votação a CDU que voltou a ter as câmaras de Loures, Évora e
Beja entre muitas outras obtendo em muitos anos um resultado relevante a esse
nível e o CDS embora neste caso o numero de câmaras conquistadas foi mais por
falha do PSD do que por mérito do CDS, no entanto ninguém pode ignorar um
resultado inicial de 1 câmara passar a ter 5, e para mim o grande vencedor da
noite e talvez mesmo o verdadeiro vencedor foi Rui Moreira no porto com uma
candidatura independente segundo muitos sectores a única verdadeiramente
independente entre todas as que concorreram ás câmaras, é que vencer na 2ª
maior cidade portuguesa contra dois partidos de governação é obra isto quando
não tiveram qualquer apoio e nenhuma sondagem dava a entender do resultado
final, é um sério aviso aos partidos que os mesmos teimaram em ignorar, mas é
um sinal de que candidaturas independentes vieram para ficar e esta foi a maior
prova de que com uma campanha simples e directa se chega muito longe, já o caso
de Costa em Lisboa não foi uma vitoria já esperada e até certo ponto justíssima.
Como grandes
derrotados devemos destacar, quem concorreu pelo PSD em algumas zonas e alguns
dos chamados dinossauros como Luís Filipe Menezes, Fernando Seara e Moita
Flores, com isto se provou que o povo não vai em tudo o que se lhe é posto á
frente e da maneira como se lhe é posto, aliás em Oeiras aconteceu um dos
melhores exemplos disso em o povo ter escolhido uma candidatura com o nome de
uma pessoa que se encontra presa (Isaltino Morais), ou seja os partidos devem
pensar bem na próxima vez na escolha dos nomes para as candidaturas pois o povo
pode-se fazer de parvo mas não é parvo e não alinha em tudo o que lhe é
proposto, para o PSD foi uma lição, é que não se podem escudar só que esta
derrota foi fruto do facto de serem governo, a derrota foi muito por culpa de
uma estratégia completamente idiota e feita quase em cima do joelho, os
eleitores perceberam isso.
Outros dos
grandes derrotados foi o Bloco de Esquerda que fez o papel normalmente
destinado á CDU ou seja não admitir a derrota perante nenhuma evidencia, e a
derrota foi por demais evidente, alem de ter uma votação paupérrima, perdeu a
câmara de Salvaterra que até então detinha e não elegeu nenhum vereador em
Lisboa no qual um dos seus lideres concorria no caso João Semedo, ou seja foi
uma derrota em toda a linha no entanto em vez de assumir a derrota decidiram
antes demais em salientar a derrota dos outros nomeadamente do PSD, é engraçado
no mínimo.
Portanto e para terminar,
devo dizer que estas eleições tiveram muitas coisas sui generis, primeiros as
campanhas eram pobres nalguns casos o que propunham eram autênticos cheques em
branco noutros as propostas eram no mínimo hilariantes e irreais, mas o facto
de os meios de comunicação social terem que ignorar as campanhas devido a lei
das igualdades entre todos os partidos e as respectivas coberturas de campanhas
e debates imposto pela comissão nacional de eleições e os meios de comunicação
social decidiram pura e simplesmente ignorar todas as acções de campanha, um
claro sinal de que os legisladores terão de ter mais cuidado na altura de fazer
as leis pois por vezes uma teoria quando aplicada no seu total pode ser bem
sinistra como foi o que aconteceu nestas eleições.
NAKED MAN
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