O NATAL E A CRISE
Já aqui me referi que a tão propagada crise de que tanto se fala, parecia, não ser assim tão profunda, pelo menos para muita gente com quem me cruzei, se para alguns realmente este natal foi de miséria, para uma grande fatia da população essa crise parece que se dissimulou apenas em palavras vagas, tenho a certeza que muitos com quem me cruzei nas compras deste natal deveriam ser os mesmos que estiveram em muita manifestação a protestar contra a austeridade, muitos com quem me cruzei compravam, equipamentos electrónicos de luxo a preços muito superiores ao meu orçamento geral para todos os presentes deste natal, lá em casa.
É verdade numa visita que fiz a uma loja da FNAC de um grande centro comercial até tive que esfregar os olhos para ver se estava mesmo a ver bem, em 10 minutos vi serem vendidos 3 Ipads e 5 Iphones, fiquei estupefacto, e também aqui já contei a historia da minha compra de um tablet numa promoção de uma grande cadeia de supermercados ter esgotado e nem tinha a certeza se ainda teria um para mim, a verdade é que tive direito a um 12 (doze) dias depois, imagine-se a quantidade de encomendas que este aparelho não teve, e custava 59 euros (não era caro para o que se destinava… mas em tempos de crise faz toda a diferença), o que já não contei é que este episodio teve 2ª parte, quando comprei o tablet tive-o 1 semana e avariou então fui quase na véspera de natal para troca-lo, visto que o aparelho era exactamente o que precisava e funcionava exactamente bem para o destino que lhe ia dar, estava satisfeitíssimo, quando me disseram que apenas iria ter nova remessa só depois do natal e dado que aquele tablet era para me ser oferecido no natal, preferi receber em dinheiro o valor que tinha pago e comprar outro aparelho, digamos um upgrade do aparelho que tinha testado e visto servir, estava na loja um a 79 euros da mesma marca mas um pouco melhor, decidi comprar, gastava um pouco mais de dinheiro mas ficava mais bem servido, mas o que não esperava era ver uma autentica guerra para comprar este aparelho, quando cheguei ao local onde estavam vi 2 clientes á bulha para terem a primazia de comprar o dito, veio 2 aparelhos e lá sanaram os ânimos, eu comprei um e a seguir a mim estavam mais 3 clientes para comprarem outros tantos, acham isto normal num tempo que dizem ser de crise? Olhem que eu não acho.
Ao que parece a moda neste natal era mesmo a aquisição de tablets, não havia loja de electrodomésticos que não tivesse os mesmos em lugar de destaque, e via gente a compra-los por todo o lado que ia, obviamente que optavam pelos mais baratos mas estes equipamentos não deixam de ser bens de luxo em tempos de crise, obviamente que também vi imensa gente a comprar os já corriqueiros telemóveis nomeadamente smartphones alguns mesmo topos de gama, mas estes equipamentos são telefones têm mais utilidade para um cidadão comum do que um tablet obviamente, portanto a crise se há é só para alguns pelos exemplos que acabei de descrever não foi para todos.
E para falar dos desgraçadinhos que passam a vida a dizer que passam fome e outras tantas historias do género este natal não foi tanto austero como dizem, hoje mesmo mal cheguei ao trabalho vi uma colega minha que diz ser um pobre coitada com um smartphone na mão melhor do que o que eu tenho, estamos a falar de uma pessoa que recebe ajuda alimentar quer do banco alimentar quer da igreja, portanto é como sempre defendi, coitadinho no meio disto tudo ainda sou eu, daí não dou nada a ninguém nem faço o mínimo esforço para o fazer, farto-me de trabalhar para conseguir os meus objectivos, portanto não tenho pena nenhuma de mais ninguém, pois acabo sempre por ver que há muitos desgraçadinhos que passam a vida a queixarem-se mas que acabam por ter mais coisas do que eu, e muitas delas sem nenhum esforço, chamem-me o que quiserem mas esta é a minha opinião.
E a crise também não se viu em nenhum sitio onde houvesse comer, por todo o lado em que passava via gente a comprar os doces de natal como nos anos anteriores, a nível de comer este natal não deve ter sido diferente dos anos anteriores, provavelmente não tão fartos a nível de prendas mas também a esse aspecto a minha opinião é que muita gente não se cortou assim tanto, podem dar uma ideia que estamos do piorio a nível financeiro, mas os sinais de consumo que vejo não são muito favoráveis para quem se anda a queixar nas manifestações, é certo que houve comercio que vi quebras como no vestuário, esse sim provavelmente foi o que está a sentir mais a crise, nunca tinha visto tanta promoção antes do natal como este ano, mas pelos vistos as pessoas preferem andar nuas a prescindir de navegar na Internet… também para ser sincero talvez nem seja assim tão necessário, há muita gente que a vida delas é fechada numa divisão de casa e passarem o dia todo frente a um computador no facebook portanto para quê precisam de roupa?
É verdade que muito comercio se ressentiu no natal, mas não o comercio que seria mais obvio notar-se, ou seja quem sentiu mais o efeito da austeridade foi o comercio de vestuário, calçado, alguma restauração, mas os artigos considerados de luxo como alguns tipos de electrodomésticos este ano o top eram mesmo os tablets, isso não se verificou, muita gente preferiu o acessório ao essencial, por isso talvez eu cada vez menos tenha em atenção os apelos de muitos que vejo nas televisões e em vários meios de comunicação social, miséria, miséria essa ou está muito camuflada ou então as pessoas endividaram-se ainda mais do que já estavam para adquirir produtos que não seriam essenciais á sua sobrevivência, e isso meus caros é pura ignorância e ingerência pessoal, e dessa miséria não é de lamentar, alguns estão em posições periclitantes por culpa própria e pior reincidem no erro.
É verdade que este natal pode ter sido mau para muita gente, para quem não gosta desta época no qual eu me incluo, é só mais um dia, por acaso fiz como muitos outros reuni a minha mãe e a minha sogra na minha casa e assim passamos a noite de 24 e o dia de 25, as prendas essas foram sendo abertas ao longo do jantar principalmente pelo meu filho e comemos que nos fartamos, é verdade que infelizmente muitos talvez não tiveram a mesma oportunidade do que eu, mas se cada um fizer o seu melhor de alguma forma as coisas correm bem, uma pessoa na reinvenção é que tem a saída não na suplantação, ter esperança e coragem é mais importante do que se sentar a chorar, mas também é verdade e cada vez mais tenho essa noção que lutar muitas vezes é injusto para quem não desiste de lutar, vejo muitos safarem-se muito mais facilmente com um outro ditado popular “quem não chora não mama”, é como o caso da minha colega do smartphone… só espero não ouvi-la daqui a uns dias dizer que gasta muito em Internet pois o telefone sem estar ligado á rede de Internet não funciona na sua plenitude ou que não tem dinheiro para ter um tarifário de Internet associado a sua conta de telefone…
NAKED MAN