REFERENDOS
Apesar de não serem
muito utilizados em Portugal, e por vezes até algo desprestigiados, os
referendos são a base da democracia popular, em nada na democracia é tão
importante do que consultar a opinião pessoal dos eleitores sobre a opinião de
quem os representa, ou seja apesar de ser eleita uma assembleia da republica
com votos dos eleitores nem sempre as leis aprovadas pelos mesmos vão ao
encontro de quem os elegeu, muitas vezes até muito projecto de lei aprovado ou
reprovado nem sequer vêem nos programas eleitorais obviamente, portanto há
assuntos em que se vê a necessidade de recorrer á vontade do povo para se
aprovar ou reprovar uma proposta de lei, em Portugal das poucas vezes que foi
necessário referendos o povo português soube decidir no meu ver bem apesar de
um dos referendos ter ganho uma facção diferente a que apoiava.
Como acabei de
dizer tanto no referendo á despenalização do aborto como a da regionalização,
os portugueses souberam decidir ponderadamente, apesar da grande maioria dos
eleitores ignorar a importância cabal de tal acto, é curioso todo um país quase
“matar” a classe politica por más praticas e desrespeito para com os eleitores
e quando são chamados a pronunciarem-se pois um referendo é a decisão popular
acima da politica, abstêm-se, mas em todo o acaso quem foi votar decidiu de uma
forma até ponderada, se no referendo do aborto eu era a favor e ganhou o não,
anos mais tarde os portugueses voltaram a ser chamados para referendar de novo
e ganhou o sim, mas entre estes 2 referendos houve uma clara melhoria de alguns
serviços e uma clarificação de varias consciências, talvez o não inicial até
serviu para muitos portugueses reflectirem bem no assunto e não tratarem-no
vulgarmente, no caso do referendo á regionalização eu era contra e ganhou
exactamente o não e como a historia veio a provar com esta crise económica sem
precedentes, se Portugal tem sido regionalizado em vez de uma região autónoma
da madeira falida teríamos 8 regiões falidas (tal e qual a Madeira) e um país
na miséria total… não na miséria em que chegamos mas numa verdadeira situação
de miséria, para observar basta olhar para a vizinha Espanha e reparar a
situação económica de algumas regiões.
Agora há a
possibilidade de haver mais um referendo pela co-adopção e adopção por casais
homossexuais, e que imensa polémica está a gerar, afinal qual é o medo? Como em
tudo na vida vai haver quem seja a favor e haverá quem seja contra, e como numa
democracia deve imperar a vontade da maioria e não de uma quantidade de
deputados que apesar de representarem a população não representam a vontade da
mesma antes mais a sus própria vontade, de nada vale dizer que foram eleitos
pelo povo, a vontade do povo é expressa em referendo em que são chamados a
responder eles próprios ás perguntas, sendo no caso 2 as perguntas pode uma ser
aprovada e a outra não como podem ser ambas aprovadas ou reprovadas, não há
portanto uma certezas portanto não percebo porque há tanta polémica em torno de
um assunto que deve ser discutido, para aprovações de leis ambíguas por debaixo
da mesa já bastou a aprovação do casamento homossexual, e como se pode ver no
caso de Espanha com a tentativa do partido no poder tentar anular a lei do
aborto cá em Portugal também se pode revogar a lei do casamento homossexual...
a lei do aborto essa não pode ser revogada e sabem porque? Foi a vontade
popular que prevaleceu, nenhum partido terá coragem de revogar uma vontade
popular, no caso de Espanha a lei foi aprovada por votação em assembleia
portanto também revogável pela mesma forma, daí a extrema importância da
realização de referendos.
A verdade é que
um referendo apenas é vinculativo se tiver mais de 50% de votantes na realização,
o que infelizmente não aconteceu acho eu em nenhum referendo o que atesta da
qualidade dos eleitores portugueses alem de ignorantes pois não entendem o que é
um referendo como passam a vida a criticar a atitude dos políticos e quando são
chamados a pronunciarem-se abstêm-se e chutam para canto, no entanto nenhum
governo vai contra ao resultado de um referendo seja vinculativo ou não pois
atesta a vontade de uma maioria, e portanto mesmo depois se for a votação os
deputados acabam sempre por vincular os resultado do referendo por muito contra
que estejam do resultado, mas para isso é que servem os referendos para os
deputados perceberem a vontade de quem os elegeu e não a sua própria vontade.
Na questão
actual se for o caso do referendo vir á rua o que sinceramente não acredito
muito, não percebo porque quem defende o sim á adopção e co-adopção de crianças
estão tão chocados e temerosos, se os seus ideais são os mais verdadeiros que
se submetam á vontade popular, provavelmente temem que as pessoas em geral
sejam contra, mas isso é um risco, não podem é impor leis apenas porque lhes
convem ou acham na sua opinião serem as mais justas, será que será o
entendimento da generalidade? Provavelmente pode não ser, não podem é vir a
terreiro criticar quem não concorde ou se oponha aos seus ideais, eu por
exemplo sou contra em ambos os casos, por varias razões que até poderei
desenvolver numa futura crónica, aliás aqui já me pronunciei sobre este tema,
mas poderei desenvolver mais as razões que me levam a ser contra embora não
sendo homossexual não esteja nem nunca estive do outro lado da “barricada”, mas
tal como eles defendem os seus pontos de vista eu também defendo os meus e
tenho direito a opinião e ao contrario dos defensores da adopção e co-adopção
eu não temo um referendo e votarei contra, mas se o sim vencer respeitarei a
decisão tal e qual respeitei quem votou contra no primeiro referendo ao aborto,
temo é que os defensores das causas gay não tenham a mesma reacção a um
resultado negativo, tal é o medo que já demonstram actualmente.
Na minha
opinião deveriam haver mais referendos até poderiam ser realizados por alturas
de eleições normais, há muita lei aprovada que não corresponde á vontade
popular, e um referendo é uma forma de consultar o povo vejo é que os políticos
muitas vezes temem a vontade de quem exactamente os elege, é curioso não é? Mas
também me metem impressão o nível de ignorância demonstrado pela população
eleitora é que só sabem falar como se todos fossem responsáveis menos eles,
quando são exactamente eles os maiores responsáveis pela eleição dos “gatunos”
que tanto gostam de chamar, pois ao absterem-se estão a contribuir para a eleição
por outros desses mesmos “gatunos” se todos votassem talvez a politica não
fosse a bandalheira que é actualmente, mas os políticos são apenas o espelho do
povo que governam o que de mais se pode esperar?
NAKED MAN
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