A ESPECULAÇÃO DO “SE”
Este é um dos piores
dilemas que afecta o ser humano, como sempre a vida por vezes coloca-nos
desafios em que ficamos perante uma duvida ou um acontecimento que não nos dá
muitas escolhas, e o dilema do “se” impõe-se em praticamente todos e quais queres
pensamentos, quantas vezes não colocamos a nós próprios a pergunta “… e se
isto? Ou … e se aquilo?”, é uma duvida perfeitamente legitima, infelizmente por
muitas capacidades que o ser humano possua ou tecnologia que tenha disponível nada
lhe dá a garantia de prever o que se passa no momento seguinte, e ao longo da
vida temos que tomar decisões e opções que nem sempre são as mais correctas,
outras optamos por não fazer nada mas em ambas as situações quando acontece
alguma tragedia não conheço ninguém que não acabe por se questionar que “se”
tivesse feito ou procedido de outra forma o resultado seria outro.
Costuma-se
dizer até com alguma verdade que “mais vale um cobarde vivo do que um herói morto”,
no entanto não é menos verdade que o cobarde por ser cobarde não tem o condão
da vida eterna pois um dia também irá morrer e teremos que ter presente que um herói
só é herói porque tentou ou morreu a tentar… nada me afasta do pensamento de
que “vale mais fazer algo mesmo que se falhe do que não fazer nada”, pelo menos
não nos podemos martirizar em não ter feito nada perante um fracasso, o “se”
deve ser o pior que pode acontecer á vida de qualquer pessoa, ficar com a noção
de que se tivesse procedido de outra forma poderia ter um desfecho
completamente diferente é complicado, mesmo que nada de bom ocorresse nunca se
irá saber pois não se tentou.
Estas situações
ocorrem muitas vezes quando estamos perante uma contrariedade da vida, muitas
vezes mesmo quando a nossa ou a vida de quem nos é próxima está em perigo, e
quando alguém morre quem fica vivo vai-se questionar se tivesse procedido de
uma outra forma as coisas poderiam ter um desfecho completamente diferente,
esta noção não irá ocorrer de certeza a quem tudo tentou para dar a volta, pode
ter um choque mas fica resignado, ou seja fica com a consciência tranquila, não
havia mais nada a fazer, mas quem nada tentou vai ficar sempre com a noção que
se tivesse tentado as coisas poderiam ter outro desfecho (por muito que não
tivesse hipótese e acontecesse o mesmo desfecho trágico), no entanto não saber
e perante o resultado de uma morte fica a duvida e como todos sabemos a duvida é
a pior das penas.
Quando não é a
vida de alguém que não está em jogo há uma outra situação complicada, não é só
a pergunta “e se?” que se impõe como se houver interligação com terceiros outra
questão é levantada “porquê?”, ou seja quem ficou apático e não teve coragem
para ir em frente fará a si próprio a questão dO “se”, como quem com ele
interliga se vai interrogar porque é que essa pessoa nada fez ou não acreditou
ser possível, muitas vezes as respostas para as nossas questões estão mesmo
debaixo dos nossos olhos o problema é a confiança que temos em querer ver ou não
essas evidencias e o medo em ir em frente, e viver na agonia de uma duvida
eterna acho que é muito pior do que ter coragem de tentar, porque tudo pode dar
errado e “se” tivesse dado certo? Ou “se” acontecer o que ninguém espera? Tudo pode
ser diferente não é verdade? Temos que ter em mente que o presente é o que
estamos a viver neste momento e o futuro é o segundo seguinte, o nosso futuro
pode ser bem diferente com uma atitude do presente, embora nem sempre o
resultado possa vir a ser bom, mas isso ninguém sabe, daí na humanidade haver
sempre presente o dilema do “se” pois “se” nós soubéssemos o que se iria passar
no futuro não cometeríamos erros e optaríamos sempre pelas melhores opções, no
entanto e por não sabermos o que nos espera de uma coisa temos a certeza a inércia
não resolve nunca nada, nem nunca resolveu e de nada vai valer a ninguém lamentar…
se nada fizer… vai haver muitos “ses” ao longo da sua vida, se fizer algo
apenas se poderá lamentar em não ter corrido melhor e se der certo arriscou e
conseguiu, mas a vida é uma constante aprendizagem só aprendemos se arriscamos
e vivermos essas experiências, essa pode ser muitas vezes a linha ténue entre a
vida e a morte, já vi muita gente sobreviver porque acreditou ser possível dar
a volta, é certo que muitos morreram a tentar mas como sempre na vida temos que
ter presente são os casos de sucesso, não fazer nada e não tentar o melhor que
um dia lhe ocorrerá (ou a quem com ela privou) é reflectir no “se”.
NAKED MAN
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