A TRAGEDIA NA PRAIA DO MECO
Em finais de Dezembro de 2013, ocorreu uma tragedia envolvendo 7
estudantes que supostamente foram passar um fim de semana á praia do Meco, num
programa incluído dentro do espírito académico nomeadamente as praxes, e que
sem que ainda hoje alguém saiba bem porquê uma onda de maiores proporções levou
6 dos 7 alunos da Universidade Lusófona, ou seja foram todos supostamente
“apanhados” pela mesma onda mas um deles conseguiu salvar-se, e foi quem deu o
alerta.
Devo dizer que esta crónica é apenas e
só a minha visão pessoal da situação e de toda a historia que se seguiu, eu não
conheço ninguém seja familiar directo ou indirecto dos envolvidos nem tenho
quais queres interesses no assunto no entanto tenho opinião sendo portanto
plausível de não corresponder totalmente á verdade pois não tenho conhecimento
integral da historia e dos seus contornos, mas o meu objectivo não é dissecar a
ocorrência, pois infelizmente perderam-se 6 vidas de jovens que muito poderiam
dar a este país e toda a vida pela frente, esse é o facto único e
indesmentível, mas o que está por detrás deste episodio é mais uma vez o tema
das praxes académicas e muitas coisas que ocorrem no decorrer das mesmas, este
episodio infelizmente pode ter sido consequência de mais um acidente estúpido
sob o lema da praxe.
Acima de tudo
tenho a consciência de que toda a historia daquela noite há muito que pode ser
contado pois há historias que contradizem outras, e há muito factor que não
casa um com o outro, diria que no essencial algumas coisas deveriam ser
esclarecidas, acima de tudo o que fariam 7 pessoas numa noite por volta da 1 da
manhã na praia com um tempo instável quando tinham alugado uma casa para
passarem o fim de semana, se foi por causa de uma festa á beira mar ok? Mas
para a realização de uma praxe académica já é um factor que deve ser discutido,
é certo que os acidentes acontecem e fosse por causa de uma festa em, que
pudesse haver álcool e as consequências dai retiradas, e uma consequência de
uma praxe a diferença é mínima o que aconteceu foi mesmo uma tragedia, que
resultou em 6 mortes ponto final.
Mas o que se
pode fazer afinal para evitar situações idênticas? Praticamente nada, acima de
tudo há um factor que muda tudo que é o factor sorte e depois a consciência de
cada um, as idades apesar de baixas nenhum dos presentes era uma criança e
portanto conscientes do rácio risco/perigo, e depois ao não se perceber qual o
motivo da localização dos mesmos naquele local e aquela hora pode condicionar e
muito qualquer tipo de opinião, isso sim deve ser esclarecido pelo sobrevivente
sem entrar em pormenores específicos dizer o que de facto se passou, mas o que
estamos a verificar todos os dias na comunicação social é uma tentativa de
linchamento ao sobrevivente, é que uma coisa é o mesmo esclarecer alguns
pormenores que levaram ao acontecimento, mas o que os familiares dos que
morreram estão a querer com grande apoio da comunicação social é que o
sobrevivente tem que falar o que não é essencial ao acontecimento dando mesmo a
ideia de que o mesmo no limite chegue a ser responsável pelo “homicídio” dos
outros 6, como se apenas uma pessoa conseguisse manipular 6, e que apenas se
safou porque era o mandante e o que originou o acidente, de uma coisa acredito
independentemente do grau de responsabilidade deste mesmo aluno uma coisa tenho
a certeza este episodio vai marcar para sempre a vida deste jovem, que perante
os mais recentes episódios se calhar já se questionou se valeria mesmo a pena
ter-se salvo ou lhe ter acontecido o que aconteceu aos outros.
Vejo tudo
isto sem que haja alguém a condenar ou mesmo a proibir as praxes, provavelmente
o grande causador de muitos problemas, numa reportagem na televisão houve
historias de habitantes terem abordado os estudantes que ao visionarem os
mesmos a fazer exercícios dignos de recruta militar e perante um traje de
alunos académicos, julgaram estar perante um esquema complicado ou de rapto ou
algo similar, e que ao abordarem os alunos uma rapariga lhe respondeu que
aquilo que eles viam era uma experiência de vida… e que mais tarde acabariam
por pagar com a morte, deixa-me a pensar.
Se os
alunos querem uma experiência de vida diferente fazerem outros serem sujeitos a
servicias dignas de uma recruta militar propunha que tirassem um ano sabático na
universidade e se alistassem na tropa, eu que fui tropa nos tempos antigos
apesar de ter passado algumas coisas fora de comum, nunca fui humilhado ou
sujeito a qualquer tipo de servicias, pois uma coisa é executar determinados exercícios
em contexto tropa outra é sujeitar-se a este tipo de “treino” para entrar na
universidade, e para mais administrado por quem nem faz ideia do que é ser
soldado quanto mais instrutor militar, apenas por serem considerados DUX’S? É
no mínimo caricato, para não dizer estúpido, acabe-se com as praxes tenha-se
essa coragem, agora assistirmos a um linchamento publico de um sobrevivente de
um acidente é demasiado idiota para não dizer irracional, a praxe por si não é
nada, para serem criados laços de amizade não seriam necessários tantos riscos
ou humilhações por muito engraçados que possam ser, a pergunta que se impõe a
esta sociedade que procura encontrar responsáveis para tudo, é que querem
continuar a permitir uma coisa irracional continue a fazer estragos? Ao que me
parece a grande preocupação é que o sobrevivente conte os pormenores de tudo,
como se o resultado final pudesse ser alterado, ninguém tenta descortinar se
foi por causa da praxe que todos estavam voluntariamente juntos deve-se
reflectir se valerá a pena continuar com um acto que á medida que o tempo vai
passando se torna cada vez mais irracional porquê continuar? Quantas mais vidas
serão tiradas ou humilhações injustificadas serão impostas? Mas disso ninguém parece
disposto a acabar, interessa é “sangue” e nada como abordar o sobrevivente e
faze-lo contar tudo o que sabe mesmo que isso nada altere o rumo dos
acontecimentos e em ultima analise nunca alterará nada futuramente, mas a vida é
assim tudo tem de ser mediático e acabar com as praxes não é mediático.
NAKED MAN
Sem comentários:
Enviar um comentário