O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

sábado, 4 de novembro de 2023

A POLEMICA EM VOLTA DO IUC DOS CARROS ANTIGOS

A POLEMICA EM VOLTA DO IUC DOS CARROS ANTIGOS

 

          Desde que houve conhecimento da medida do governo em rever a taxa de IUC no orçamento de estado 2024 para os carros “antigos” ou seja carros hoje com mais de 16 anos mais precisamente carros comprados até junho de 2007 e que tinham outro método de taxação do imposto relativamente ao que hoje é cobrado a todos os que possuam carros após essa data, desde as mais que habituais reações nas redes sociais, ás já corriqueiras petições, passando por ameaças de manifestações como invasão de carros “antigos” em Lisboa, de tudo um pouco se tem feito e dito sobre o tema, mas o que mais me admira é que as pessoas estão a “lutar” com os argumentos “errados” ou no mínimo “enviesados”, ou seja estou a dizer que o maior argumento defendido pelos “queixosos” digamos assim é que o governo quer penalizar o “pobre” que decerto não tem dinheiro para comprar um carro mais atual, que faz com que em alguns casos o IUC seja mais caro que o valor do próprio veiculo, que é uma forma de obrigar as pessoas a renovarem o parque automóvel etc. o certo é que estes argumentos até podem em alguns casos ser reais mas meus caros sou muito mais inteligente que o senso comum para dizer que as pessoas estão a lutar pelos seus interesses pessoais usando de tudo para defender a sua causa… mas não os argumentos corretos e reais e é exatamente sobre isso que irei escrever neste texto.

            Ora o que acabei de escrever no ultimo paragrafo não foi dizer que discordo com a indignação das pessoas perante o verdadeiro roubo (mais um) que o governo vai fazer, aliás digo e já aqui escrevi que os proprietários destes carros estão cheios de razão, o que disse no paragrafo anterior é que os argumentos defendidos é que não são nem perto da realidade o que é bem diferente, ora a começar digam-se sinceramente a diferença entre um proprietário de um carro de um modelo matriculado em junho de 2007 para um que tenha um carro exatamente igual matriculado em julho de 2007? Ambos têm carros com mais de 16 anos, ambos têm carros velhos á vista do que se tem dito ultimamente, então respondam-me porque afinal o proprietário com o carro de 06/2007 paga imaginemos um selo de 100€ e o proprietário com o carro de 07/2007 paga imaginemos 1000€ de IUC? O proprietário do carro de junho é pobre e o proprietário do carro de julho é rico? Obvio que não, ambos podem até ser ricos ou pobres ou milhentas de situações económicas possíveis, a realidade é que devido a uma “canalhice” do governo PS caricatamente também na altura, em que perante as acusações do setor automóvel de que se cobrava um ISV altíssimo e que por esse motivo os portugueses não podiam competir com os seus congéneres europeus ao ponto de estes terem que importarem “sucatas” muitas vezes do estrangeiro para se poderem deslocar.

           A mexida no ISV na altura permitiu em alguns casos e baixas de preço de alguns carros serem superiores a 5000€ no imediato noutros casos até valores bem superiores, mas a diferença é que para compensar-se (sempre a famosa lei da compensação) os carros que pagariam ISV superior pagariam um IUC igual ao que era cobrado até então, para os carros depois de 07/2007 o IUC teria outra forma de calculo e a baixa do preço verificada seria compensada ao longo de toda a vida do veiculo o que obviamente em alguns casos paga o ISV varias vezes, este sim é o verdadeiro argumento que os lesados por esta medida do orçamento de estado 2024 deveriam defender primeiro, ou seja dizendo abertamente de que os políticos são todos uns mentirosos e agem á falsa fé mudando regras a meio do jogo e que por mais voltas que demos cada vez pagamos mais e mais impostos e taxas mesmo apesar do governo dizer que é mentira, e claro aproveitar-se a “boleia” desta verdadeira “canalhice” (termo que ouvi da boca de um Youtuber que costumo seguir o Pedro Bastos e que é muito bem aplicado neste caso) para denunciar muitas mais taxas e taxinhas diretas e principalmente indiretas que todos pagamos cada vez mais e que nos sufocam diariamente, mas que continuamos a pagar muitas vezes sem sequer nos apercebermos de que elas existem, pois meus caros injustiças fiscais não só ocorrem no IUC, acreditem.

             Ou seja todos os argumentos que tenho visto e ouvido não são validos e nalguns casos até ridículos, em que os “lesados” apenas estão a defender o seu bolso e interesse pessoal, estando-se a cagar para tudo o resto, ou seja quem na realidade vai ser mais prejudicado no meio do aumento brutal do IUC até nem vai ser  o verdadeiro “pobre” que tem o seu utilitário de 1000cc, este hoje paga 19€ a 30€ de IUC vai passar a pagar mais 25€ em 2024 até valores de 150€, quem na realidade sai e muito prejudicado e claro são esses os “pobres” mais indignados é quem possui carros desportivos, ou berlinas topo de gama tão apreciadas durante anos pelos portugueses muitas delas importadas do estrangeiro que hoje pagam 200€ de IUC e vão passar a pagar 800€ a 1000€ de IUC, os possuidores de jipes de enormes cilindradas muitas vezes apenas para uso em “passeios” todo o terreno que hoje pagam pouco em relação ao que irão ter que pagar até ao fim da vida útil do carro, decerto que este tipo de “desporto” ou “Hobby” vai ter que ser repensado, e são obviamente estes lóbis que mais têm pressionado e divulgado a “revolta” em torno do assunto, não é á toa que muitos dos modelos em questão deixaram de se vender após a implementação das diversas reformas no setor, mas obviamente que a revolta dos proprietários deste tipo de veículos é mais egoísta do que altruísta e que de pobres muitos deles não têm nada.

             No entanto ressalvo, mesmo apesar de tudo o que acabei de dizer quem está indignado tem razão nessa indignação, não pelos argumentos que defendem, mas sobretudo pelo roubo que os sucessivos governos têm feito ao bolso dos portugueses alterando pressupostos e regras a meio em que o prejudicado é sempre o mesmo, ou seja, o contribuinte.

 

NAKED MAN

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