FALTA DE EFETIVOS NAS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS
No passado dia 5 de outubro
aproveitei o feriado e o bom tempo que se fazia sentir para passear na zona de Belém,
visitei finalmente a Torre de Belém bem como o Mosteiro dos Jerónimos que confesso
nunca tinha visitado por dentro, passeei na zona ribeirinha e claro fui aos
pasteis de Belém, e na vinda para casa passei pelo meu “antigo quartel” onde
prestei serviço militar principalmente a recruta, estou-me a referir ao
Regimento de Lanceiros nº2 vulgo RL2 na calçada da Ajuda, que para meu espanto
e desilusão se encontra literalmente ao abandono, um dos quarteis de maior importância
e que brotava vida na altura em que por lá andei, onde se concentrava toda a
recruta e inúmeros serviços da Policia do Exercito do qual orgulhosamente fiz
parte, embora na altura um pouco revoltado por o exercício do dever militar me
ter literalmente estragado a vida… ao longo dos tempos tive que me refazer e
hoje vivo feliz e muito do que faço hoje talvez tenha aprendido nesses tempos
que por lá militei (por obrigação é certo) mas que hoje recordo com saudade.
Confesso que perante a surpresa
deu-me um nó no estomago, não porque constatei a realidade das noticias que
quase todos os dias nos são dadas a conhecer da cronica falta de efetivos nas
forças armadas, como nunca imaginei que um quartel tão importante para a força da
Policia do Exercito e que albergava inúmeros serviços no seu interior pudesse
fechar, é verdade que hoje em dia as recrutas são muito pequenas em relação aos
tempos do serviço militar obrigatório, percebo que as instalações poderiam ser
exageradas para a realidade atual, mas eram uma excelente instalações num local
estratégico, e acima de tudo com historia, fiquei chocado com o que vi, pois
imaginava dizer ao meu filho que foi ali que o pai fez a recruta militar e
poder mostrar mais do que um portão fechado e tudo ao abandono, como constatei,
a realidade é que o país está a desmoronar-se dia para dia, e claro não deveria
alimentar ilusões se todos os dias vemos noticias acerca do Serviço Nacional de
Saúde estar a colapsar que é um serviço fundamental para um país, um quartel
militar obviamente que é 2ª linha em termos de prioridades.
Posto isto tenho apenas a constatar o
seguinte, afinal para que serve as forças militares terrestres? Pois os
restantes ramos das forças armadas têm importância e frequentemente são notícia
na defesa do país, mas o exército está completamente inútil no meio disto tudo,
não serve para nada, não tem efetivos, não tem missões, não tem nada afinal
para quê a sua existência? Porque se gasta tanto dinheiro a manter um serviço
que apenas serve para uns quantos ganharem fortunas e reformarem-se 15 anos de
todos os outros… onde os que para lá entram e tirando raras exceções são gente
que não se destaca no mercado de trabalho, e tem ali uma forma de pelo menos
subsistir durante 7 anos, podendo concorrer aos quadros e a subida de patente,
porque o simples soldado é uma perfeita inutilidade no exercito hoje em dia,
não tenho a mínima duvida, tal é quantidade e de quarteis do exercito que vejo
fechados ou recondicionados.
Deveríamos perguntar aos responsáveis
afinal para quê que eles precisam do exercito pois a teoria de nos defender é
completamente utópica pois, sem efetivos e fecho de inúmeros quarteis não se
está á espera de uma resposta de prontidão se uma coluna militar tiver que se
deslocar centenas de kms para poder ocupar posições que a força aérea ou mesmo
a marinha demoram minutos, depois têm que ver que a falta de efetivos também se
prende sobretudo com a falta de perspetivas a longo prazo, pois foi a situação
que mais me incomodou na altura em que prestei serviço obrigatório foi o facto
de os voluntários que iam para o posto de praças ou cabos não almejarem mais do
que 7 anos de contrato depois disso era o desemprego, a não ser que concorressem
a sargentos ou a oficiais e entrassem nos quadros mas isso era só para alguns “predestinados”,
é verdade que tinham facilidades em concorrer á policia civil ou mesmo á função
publica, mas sinceramente na altura fiquei chocado com as condições dadas, se
na altura efetivos não faltavam devido ás circunstancias do serviço militar obrigatório
o mesmo não se pode dizer agora que acabou, agora só voluntários, e tirando os
que gostam jogar fortnite da vida real, mais ninguém quer ir para militar.
Portanto ou muda-se de estratégia para
alterar o rumo dos acontecimentos seja através da reforma dos contratos
tornando a profissão militar atraente com subida na carreira ou manter o posto
durante a efetividade, ou então tem que se repensar a volta do serviço militar obrigatório
ou na sua dispensa o serviço cívico obrigatório para os jovens que hoje apenas
vão ao dia da defesa nacional numa espécie de excursão, e depois cagam para a
cena, no limite acabe-se de vez com a existência de uma força militar que
apenas consome recursos inutilmente sem razão para a sua existência dado que
nem contribui efetivamente para a segurança do país nem para a prevenção de
coisa nenhuma, como temos vendo pelos últimos eventos envolvendo exercito vão
de assaltos a paióis militares ás brincadeiras de espiões em volta de armas
entre outras trapalhadas.
NAKED
MAN