E SE AS COISAS CORREREM BEM?
Esta pergunta é a que faço perante a
decorrer da crise económica, primeiro constatei de que imensa gente falava dos
riscos de um resgate financeiro e das suas consequências, com a chegada do
resgate e da chegada das contrapartidas desse mesmo resgate que foram
devastadores, esses mesmos comentadores criticaram como se antes não tivessem
avisado do resultado dessas mesmas medidas, muitos mesmo escreviam ou
comentavam como se ignorassem por completo que um resgate teria consequências…
hoje perante alguns sinal de crescimento da economia praticamente toda a gente
apenas diz que depois de batermos no fundo só poderíamos começar a subir como
se tudo o que se passou de nada valesse.
Não tenho conhecimentos suficientes
para perceber se o resgate e as condições a ele associados foram as correctas
ou pecaram pelo excesso, mas de uma coisa toda a gente deveria perceber as
coisas como estavam não podiam continuar e ninguém deve pensar que um resgate
sem consequências é uma perfeita utopia, toda a gente sabe que quando nos
submetemos a um empréstimo temos que sofrer as consequências desse mesmo empréstimo
e temos de abdicar de algumas posições negociais pois somos nós que pedimos, se
isto acontece na economia real porque não deve acontecer na economia soberana? É
uma idiotice pegada alguém pensar que um estado pede um empréstimo e ainda impõe
as condições… só alguém muito estúpido acredita nisto ou pode acreditar.
Todos criticam
as consequências do resgate e das condições mas ninguém pede explicações do que
nos levou a ter de pedir um resgate, não culpo só o governo de José Sócrates mas
todos os governos que antes dele nos governaram ninguém esteve isento de erros,
o ultimo governo foi apenas o responsável pelo pedido do resgate mas também o
partido que compôs esse governo agora não se pode alhear da realidade e fazer
de conta que nunca esteve no governo e que portanto não teve responsabilidades
por esse mesmo pedido de resgate nem dizer que se fosse governo iria governar
de uma forma completamente diferente da que este está a governar, primeiro é
completamente idiota alguém nos tentar fazer acreditar numa coisa destas e é
completamente idiota quem nele acredita.
Um dos
melhores exemplos foi o que o actual líder do Partido Socialista o Dr. António José
Seguro, tentar apagar da memoria dos portugueses primeiro que o partido a que
ele dirige governou 13 dos últimos 15 anos antes do resgate o que diga-se em
abono da verdade percebe-se que pelo menos esteve muito tempo no governo para
ser responsável pela actual crise depois dizer que se fosse governo governaria
de uma maneira totalmente oposta á que este governo fez e não se ficando por aí
e citou o exemplo de França e na recente eleição na altura do Presidente
Francois Holande que tinha ganho as eleições em França com um discurso de rotura
com o Presidente cessante, eu na altura escrevi uma crónica neste blogue que não
acreditava no discurso salvador vindo de França e não me enganei, em Janeiro o
dito salvador da pátria fez um discurso em que iria tomar medidas de
austeridade falou-se em cortes de 50 mil milhões de euros… números brutais para
Portugal… e então? Em que é que ficamos? O que será que o actual líder do maior
partido da oposição pensará ou o que vai dizer a partir de agora? Ignorar que
durante 1 anos andou a dizer e a apoiar?
O que é
certo é que contra tudo e todos e apesar de haver muita gente a criticar as
medidas da troika parecem estar a surtir efeito, pode ser lento mas estão a
resultar em partes, é verdade que a economia quase colapsou mas de outra forma
colapsava na mesma é que Portugal já não se consegue financiar sozinho tem de
pedir emprestado para pagar salários e pensões e tudo o resto, ou seja se não
nos emprestarem não há dinheiro pura e simplesmente na economia, então qual é a
base negocial de qualquer país nestas condições? É impor regras ou é
sujeitar-se a elas? Acho que se alguém pensa em impor regras num pedido de empréstimo
só se for louco de todo pode esperar obter algum dinheiro… ou então juros que
serão impossíveis de pagar, e ao contrario do que o anterior primeiro ministro
afirma não foi o chumbo do PEC IV que foi o responsável pelo resgate, nós já estávamos
a precisar de um resgate há muito tempo e os juros que nos cobravam por alturas
do PEC IV eram brutais só mesmo um ignorante não se lembra disso, por onde iríamos
se fosse aprovado o PEC IV? NO PEC V… VI… VII… VIII? E que juros nos cobrariam
a cada novo PEC? Alguém me consegue responder?
O problema
antes de mais é estrutural do país os portugueses hoje se calhar não aprovava
em festa o que aprovou quando assistiu á construção de 8 estádios de futebol e
já pensem relativamente diferente quando lhes falarem acerca de aeroportos
novos e auto-estradas novas, hoje os portugueses estão mais atentos a
megalomanias pois sabem que se algo correr mal quem vai acabar por pagar a
factura são eles, e muitas coisas antes consideradas importantes hoje são
vistas com outros olhos, num aspecto foi positivo a entrada da troika, hoje os
portugueses perceberam que nada é grátis e quando nos afirmam isso é de
desconfiar… e muito.
Mas com
estes indicadores na economia, arriscamo-nos mesmo com políticos incompetentes
conseguir ultrapassar esta dificuldade, e os grandes heróis foram os
portugueses, sacrificaram-se e não deram ouvidos a uma esquerda irresponsável que
pedia exactamente que nada fizessem… mas sacrificaram-se não em prol de um
governo mas deles próprios pois ninguém que se sacrificou foi pelo governo e
pela admiração que tem por quem nos governa foi por perceber que não havia
outra saída que não a de trabalhar para dar a volta, mas com isto tudo o
governo arrisca-se mesmo a ter sucesso isto sem fazer muita coisa por isso lá
isso parece-me que vai ter.
NAKED MAN
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