O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

segunda-feira, 2 de setembro de 2013


PRIVATIZAÇÕES MAS AFINAL O QUE EU GANHO COM ISTO?

 

 

             Aquando qualquer privatização que se realize em Portugal há sempre uma enorme polémica, ou porque é a empresa A ou B que são estratégicas para o país ou porque depois de serem privatizadas os serviços ou produtos dessas mesmas empresas irão ser muito mais caros e desregulados, ou porque o serviço vai ser descontinuado ou alterado e nada vai ser como dantes.

              Foi o que se passou com a GALP, a PORTUGAL TELECOM (PT) e recentemente com a ELECTRICIDADE DE PORTUGAL (EDP), ora tirando o sector das comunicações que são um mercado concorrencial embora mais parecendo que de concorrencial não têm nada, a bem ou a mal lá se vão batendo os vários operador pelos tarifários e serviços muito semelhantes entre eles mas de vez em quando há uma pedra no charco de um deles levando dali a dias os outros a responderem, os outros dois negócios seja a GALP seja a EDP são negócios monopolistas em que dominam a matéria prima ou possuem quase o monopólio e claro por mais concorrentes directos que tenham há sempre dependência da empresa monopolista ou quase, sendo os preços entre os vários operadores tão idênticos que mais parecem ter uma cartelização entre eles.

               Agora o governo está a apressar as privatizações dos CORREIOS DE PORTUGAL (CTT) e da TRANSPORTADORA AEREA DE PORTUGAL (TAP) entre outras, e claro lá vem a polémica, mas perante tanta polémica e ouvindo os mais esgrimistas argumentos sou levado a perguntar, mas afinal o que ganho com isto de não se privatizar? E o que ganho em ser privatizado?

                Primeiro acho que todos os portugueses têm presente uma ideia de que as empresas sobre égide do estado servem todos os interesses menos os dos portugueses, são mal geridos e é quase unânime que o rácio rentabilidade/beneficio é ínfimo, normalmente as empresas sob égide do estado são mal geridas e os contribuintes não sabem para onde vai os lucros quando os há nas gestões, mas quando há prejuízos todos sabem onde vão retirar o dinheiro em falta, quando não aumentam os serviços é o estado a pagar e depois coloca mais um imposto para arrecadar a perda, moral da historia o cliente final fica sempre a pagar seja directamente seja indirectamente, portanto por mais voltas que eu dê não vejo forma de ver uma forma positiva em as empresas estarem anexadas ao estado, mas se as empresas são vendidas a privados obviamente que o objectivo dos mesmos é obterem lucro com o investimento, mas juro que apesar de os preços aumentarem supostamente, se as mesmas empresas continuassem sobre esfera do estado não aumentassem também os ditos preços, sem qualquer diferença na prestação do serviço.

               Vamo-nos concentrar nos CTT e TAP por exemplo, tanto uma como a outra privatização estão a criar uma enorme polémica, no caso dos CTT há a ideia de que os serviços vão piorar bem como os preços aumentar, mas pergunto-me para que servem os correios hoje em dia? Não sei bem como classificar esta empresa, em tempos era uma empresa de serviço postal, mas hoje mais parece uma instituição bancária, dado as movimentações financeiras que lá ocorrem alem de que foi aprovada uma licença bancária em nome dos correios como chamariz para uma futura privatização, mas o que é certo é que os correios há muito que têm apostado em serviços complementares ao do serviço postal, a ideia de que os correios são fundamentais para pagamento de reformas aos velhinhos e outros tipos de serviços específicos são uma mera ilusão, hoje em dia poucos são os velhinhos iletrados e ignorantes, mesmo os analfabetos sempre tiveram uma conta bancária, em nos dias de hoje as reformas na sua grande maioria são pagas por transferência bancária, o serviço postal esse foi-se degradando ao longo dos últimos anos, os formatos electrónicos e politicas empresariais apostando em serviços digitais, têm limitado imenso o volume de correio, alem disso o serviço postal dos CTT é do sofrível ao péssimo, não conheço ninguém a quem nunca tenham extraviado varias vezes correio ou atrasos inexplicáveis devido a greves ou outros contratempos da empresa, portanto até vejo com muitos bons olhos a sua privatização, para pagamentos de contas se não domicializar as mesmas directamente no banco, pago-as no Multibanco, muita gente até pagas as contas por outros sistemas alternativos como o payshop que está disponível em muitas papelarias ou outros lugares como cafés, e se precisarmos de enviar encomendas o que não falta são empresas concorrentes e muitas delas muito mais eficientes e se calhar mais baratas no mercado, portanto os correios hoje em dia não são o centro do universo, e a sua privatização não será um drama, quanto a haver um ou dois velhotes que possam ficar prejudicados é um mal menos perante 10 milhões de portugueses terem que pagar para que a empresa subsista sob égide do estado.

                A TAP ainda é mais caricata a situação, há imensas vozes que se levantam contra a sua privatização sob os mais variados argumentos, desde que é um orgulho nacional a ser uma companhia aérea de bandeira e uma representação da lusofonia pelo mundo de tudo um pouco já ouvi, mas o que sei é que todos os anos por norma a empresa dá prejuízo, alem de ser um dos “vespeiros” para os sindicatos, os portugueses podem estar muito orgulhosos da sua “empresa” de aviação ser uma das melhores do mundo a nível de segurança mas o que na realidade acontece é que na hora de comprar o bilhete estão-se a cagar para esse facto e compram um lugar numa qualquer companhia aérea concorrente low cost, o que é certo é que se a TAP não tivesse o monopólio para certos destinos a sua situação financeira seria ainda mais periclitante do que a que se observa, os portugueses preferem pagar menos do que serem patriotas, e continuo a perguntar afinal que benefícios tiram os portugueses em serem “donos” da TAP? Têm bilhetes mais baratos? NÃO… a companhia dá lucro? NÃO… e se porventura der lucro os portugueses vêm a rentabilidade desse exercício? NÃO… mas caramba afinal para que me serve “possuir” uma companhia aérea se não vou tirar nenhum dividendo com isso? Só se for masoquista.

                    Portanto não sou contra nenhuma privatização, pois até hoje não conheci nenhum beneficio em qualquer empresa estatal, aliás há portugueses que ainda têm desconto em determinadas em presas como a TAP com bilhetes mais baratos como os insulares da Madeira e Açores, mas até nisso sou prejudicado o mesmo não acontece com os continentais se quiserem viajar para qualquer uma das ilhas, constitucionalmente nem todos somos iguais, portanto nada tenho a perder com a privatização de uma empresa que nunca tirei qualquer beneficio, aliás na altura de pagar o facto de ser português não me tira qualquer beneficio tendo que pagar o mesmo que um espanhol por exemplo, então estou como os outros estou-me a cagar para a companhia de bandeira, compro um bilhete low cost numa companhia desse género, aliás a nível de segurança até hoje até tem sido vantajosa, raramente cai um avião de companhias de baixo custo portanto a qualidade de manutenção não deve ser assim tão sofrível.

                    Pois então a pergunta que qualquer português deve fazer aquando uma privatização é o que vai ganhar ou perder com isso pessoalmente, e no que beneficiou até hoje no tempo em que essa empresa pertenceu ao estado, e não acreditar em falsas demagogias proferidas talvez por alguém que tem beneficiado ao longo dos anos com o facto dessas empresas estarem no estado, temos que pensar em nós e não escutar opiniões de terceiros pois esses podem ser muito tendenciosos nas suas opiniões.

                       Com as privatizações os sindicatos vão perdendo cada vez mais poder de manobra e isso sim é uma grande perda… para eles pois para o país até nisso é mais um ganho, talvez estando na esfera privada muitos dos calões que hoje fazem greve por tudo e por nada pensem duas vezes e coloquem-se na pele de quem sempre tem o trabalho em situação periclitante e não confortavelmente com o seu trabalho garantido e com a greve apenas prejudicarem ainda mais os que não vivem nas mesmas condições, portanto cada vez menos estou contra as privatizações dado a que nunca obtive um único cêntimo por ser “dono” das varias empresas que estão sobre gestão do estado.

 

 

NAKED MAN

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