MANIFESTAÇÕES, INDIGNADOS, REDES SOCIAIS E AFINS
Nas ultimas eleições legislativas li um artigo num semanário, que relatava que em Portugal, estavam grupos a organizarem-se através das redes sociais nomeadamente pelo facebook, a apelarem a todos a aderirem a militância partidária, não impondo partido, apenas a participarem activamente na vida politica do pais, aderindo a um partido politico, não sei se alguém chegou a saber sobre este assunto, mas o que é certo é que estes “grupos” formados pelas redes sociais estavam a ter na altura até bastante sucesso, não sei se hoje continua o mesmo entusiasmo em volta do tema pois já deixou de ser um assunto de primeira linha no panorama politico, pois não há vislumbre de eleições num futuro mais ou menos próximo mas este facto deixou-me pensativo…
O poder das redes sociais pode fazer com que a politica chegue de uma forma bastante facilitada ao cidadão comum, basta ver que o grande poder de sucesso de Barack Obama, na sua eleição assentou sobretudo num enorme poder de comunicação principalmente via electrónica e sobretudo assente em redes sociais, rapidamente copiada por políticos de todo o mundo, hoje não há eleição de um único dirigente que não use a Internet como meio de divulgação do seu programa ou sobre as suas ideias, as redes sociais são usadas como meio de propaganda e de divulgação, penso que é um filão já de si imensamente aproveitado por toda a gente principalmente a classe politica.
Mas a ideia de se promover a militância foi de facto um factor com que uns quantos usaram para tentarem dar credibilidade á politica e dado cada vez mais a todos verificarmos o total alheamento da politica por grande maioria das populações (se a abstenção contasse ganhava sempre), a ideia foi apresentada nesse artigo como inovadora e original, no entanto eu acho que peca por demasiado humilde, ser inovador e original era criar-se UM PARTIDO POLITICO através das redes sociais, será que nunca ninguém pensou nisso?
Reparem conseguir assinaturas seria fácil, as redes sociais permitem muita troca de conhecimentos e se é possível hoje em dia convocar uma manifestação através das redes sociais e em menos de nada colocar cerca de 80000 pessoas na rua conseguir o numero de assinaturas para a criação de um partido politico seria na teoria demasiado fácil, depois deve haver por aí muita gente com capacidade de trabalho, motivação e organização para poder liderar um movimento em forma de partido que lutasse por um ideal, em que fosse demagógico ou não as pessoas se revejam, e não nos programas “massudos” dos partidos políticos actuais, se está mal para quê manifestar-se? O ideal é entrar em terrenos que seja possível mudar alguma coisa e se algo está mal ser corrigido.
Imaginem os líderes políticos “profissionais” que sobem na “carreira” através de partidos já de si demasiado fechados á sociedade civil, pessoas que passam a vida inteira num mundo que nada tem de real serem colocados em causa com movimentos jovens ou não criados espontaneamente através das redes sociais, é possível mas se ninguém ainda avançou ou não querem pura e simplesmente avançar por falta de capacidade de fazer algo de novo ou então querem o caminho mais fácil ou seja a MANIFESTAÇÃO, é muito mais fácil criticar o trabalho de outros nunca colocando alternativas, convocar uma manifestação é extremamente fácil andar a fazer barulho “idem”, mas fazer trabalho que seja reconhecido é que é mais difícil… mas se há alguém que pense nisso que avance, a ideia inicial já a estou a dar aqui, convoque-se uma manifestação ou outro tipo de encontro e reúnam-se assinaturas com vista á criação de um partido politico, criem um projecto viável e credível, mas em vez disso o que reparo é que ninguém pura e simplesmente quer fazer o que quer que seja mas criticar é muito mais fácil e cria mediatismo rápido e enquanto tiverem os holofotes virados para si apenas por nada criarem e apenas se manifestarem terão muito mais retorno do que ter que trabalhar para poder levar a muita gente as ideias que querem por em prática, é como já disse criticar e dizer mal é extremamente fácil.
Esta minha ideia não é totalmente utópica nem impossível tenho um exemplo para falar, quando foi criado um denominado “PARTIDO PIRATA” na Suécia, não faltou quem se risse na altura entre os outros partidos ditos convencionais da existência do mesmo a até nos ideais que defendiam, entre as reivindicações que defendia esse partido era a possibilidade de todos os internautas poderem fazer downloads/uploads ilegais de qualquer tipo de conteúdo, sem se ser responsabilizado criminalmente por isso, é demasiado demagógico obvio mas foi como esse partido surgiu, fui gozado e criticado entre os seus pares e logo houve quem vaticinasse o seu fim rapidamente… hoje é um partido que já tem “filiais” na Europa e já tem deputados eleitos em alguns países/regiões, portanto como podem ver não é assim tão difícil fazer algo de inovador tem é que se ter vontade para o fazer.
Portanto quando vejo na televisão manifestações de auto denominados “indignados” seja em Portugal ou no mundo, só os vejo com desprezo e de alguém que não faz nada porque não quer, e não lhes interessa fazer pois se têm tempo, para perder a dizer mal do trabalho dos outros e a manifestarem-se contra medidas que são feitas por outros, porque não perdem esse mesmo tempo a criarem uma alternativa e destronarem quem lhes está a fazer tanto mal? Enquanto passam o dia a debater ideias para apresentarem aos governos ou aos partidos políticos porque não perdem esse mesmo tempo a criarem alternativas para que seja criado um novo governo com novas pessoas e com um rumo diferente, afinal se a ideia e as medidas forem realmente boas vai haver tanta adesão popular como nas manifestações, a não ser que quem se vai manifestar vai apenas não para defender ideias mas passear pois não tem dinheiro para fazer algo melhor...
Se é verdade que grande parte dos “indignados” são gente formada e com ideias novas e inovadoras porque não metem a mão na massa e coloquem todas as ideias em pratica e façam algo de verdadeiramente útil em vez de apenas fazerem barulho, tentem inverter o sistema a que tanto dizem mal, atacando-o por dentro, indo ao encontro do “inimigo” e não apenas a andarem a dizer mal do “inimigo”. Eu faço a pergunta “SERÁ POSSIVEL? SIM E PORQUE NÃO?” apenas tem de haver vontade de trabalhar e de fazer algo verdadeiramente inovador logo após a criação e não passa pela filiação num partido já existente pois esse partido tem já a costumeira cúpula de personalidades “profissionais” que por mais que alternem no poder nunca será nada alterado sobre o que já conhecemos.
NAKED MAN
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