MAIS UMA AMEAÇA DE CRISE POLíTICA NA NEGOCIAÇÃO DO ORÇAMENTO DE ESTADO
O assunto do momento em Portugal é a
ameaça de crise politica com a decisão “preliminar” dos partidos mais á
esquerda de chumbar o orçamento de estado proposto pelo governo para 2022, ora
como o governo desde muito cedo colocou sempre a direita de fora de qualquer
negociação e não é de esperar que essa mesma direita numa situação de chumbo
por parte da restante esquerda “salve” o governo de um “provável chumbo”
orçamental, mas apesar de hipoteticamente provável, este “teatro” anual em
volta da negociação orçamental existe desde 2015, em que o desfecho acaba
sempre pela esquerda aprovar ou abster-se o orçamento de estado proposto pelo
governo, deixando o voto contra para a direita que em minoria nada pode fazer
para alterar o rumo aos acontecimentos.
Como disse é uma espécie de espetáculo
teatral anual que a politica dá aos portugueses, que na sua cada vez mais
enorme ignorância não fazem patavina de ideia do que se trata e pior nem se dão
sequer ao trabalho de perceber, afinal o português apenas sabe “cascar” no
governo… mas na grande maioria das vezes nem sabe bem ao certo do que afinal se
trata… se está mal é culpa do governo e pronto! Mas mal está muita coisa e
muitas vezes o português está na pratica ao lado de muita causa que depois num
efeito boomerang se volta contra si… um exemplo claro é o ambiente e a
transição energética, se perguntar a um português se é a favor da causa
ambiental toda a gente ou na sua grande maioria vai responder que está e acha
muito bem… depois de verem as contas da luz, combustíveis, alimentos e tudo o
que envolva transportes e afins a aumentar de dia para dia á conta da chamada
transição energética, todos depois culpam o governo de uma coisa que
inicialmente apoiam e aceitam, é hipócrita não é? Mas é a realidade.
Mas voltando ao orçamento propriamente
dito, é verdade que este ano não sei se por já estar farto de governar ou por
teimosia política, o primeiro ministro apresenta um orçamento de estado muito
curto em termos negociais, numa espécie de apresentar á esquerda “para quem é
bacalhau basta!”, um orçamento que apesar de não ir ao encontro das ambições
desses partidos, os forçar a aprovar o orçamento ou então todos se sujeitarem a
eleições e claro acredito piamente que a esquerda não se vai dar bem com a
situação, depois dos últimos resultados eleitorais tanto o PCP como o BE, perceberam
que não estão nas boas graças do povo como há 2 anos, e partidos mais á direita
principalmente o CHEGA pode baralhar um pouco as contas, já o PS está mais á
vontade que apesar de governar há 6 anos, pelos últimos resultados os
portugueses ainda não estão assim tão contra eles… e numa eventualidade de
eleições o mais certo é o PS vencer novamente e arrisco a dizer até com maioria
absoluta dado que á direita não há força e está em convulsão interna (seja PSD
ou CDS/PP ambos os lideres estão sob brasas), o CHEGA por melhor resultado que
obtenha não vai fazer mossa e ao longo destes últimos 6 anos o PS conseguiu “secar”
politicamente o PCP e de certo modo o BE, portanto se a esquerda chumbar este
orçamento sabe que nada poderá ser como antes… estão numa espécie de “entre a
espada e a parede”, em que o BE provavelmente terá mais medo das repercussões
politicas do que o PCP, pois no caso do BE tem um eleitorado muito mais volátil
do que o do PCP alem disso o “fenómeno” CHEGA pode causar mais mossa do que seria
de esperar pois se os ultrapassa em resultados eleitorais vai ser muito mais difícil
de recuperar do que tentarem arrastar as eleições por mais 2 anos e nesse tempo
irem “secando” eleitoralmente o CHEGA… no caso do PCP esses provavelmente até
neste momento já estão numa de arriscar a irem a eleições pois de certa forma
podem ficar esclarecidos do real poder que o partido tem no eleitorado e mesmo
no seu futuro enquanto partido, as ultimas autárquicas não lhes foram benéficas
e há de certa forma uma necessidade de clareza e refrescamento da sua cúpula
politica.
Portanto sinceramente acredito que
as esquerdas acabem por aprovar o orçamento e nestas esquerdas falo mais do BE
do que do lado do PCP, mas que estas negociações se arrastem ao máximo para dar
uma ideia de “crise” politica e dar aos portugueses que nada foi fácil, sempre
criando a ilusão aos ignorantes dos portugueses que todo o fait diver que em
volta do assunto não é sempre assim ano após ano desde 2015, para dar a ilusão
de que os partidos á esquerda são manifestamente “mais” uteis ao povo do que os
de direita… para muitos este teatro todo dá resultados pois cada vez têm uma
carga fiscal maior e recebem menos mas acreditam estar melhor do que nos tempos
do governo de Pedro Passos Coelho de facto os partidos mais á esquerda são uns
artistas dos bons no mundo da ilusão.
NAKED
MAN
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