A FALHA DO SIRESP
Foi durante o brutal incendio em Pedrogão
Grande, que foi mostrado no seu esplendor a verdadeira capacidade do sistema de
comunicações de emergência existente em Portugal com os resultados já conhecidos,
uma falha total, mas o que quero aqui manifestar opinião nem é acerca do custo
do mesmo, nem quem foi responsável pela sua contratação, sobre isso não tenho
conhecimentos suficientes para aqui vir dar uma opinião, apenas quero mais uma
vez dizer que andamos sempre atrás como o cu em termos de telecomunicações.
Bem o que quero falar é de um
assunto em que falei recentemente ou seja das verdadeiras necessidades de
comunicação nos dias de hoje em relação á oferta dos operadores, já aqui disse
que cada vez as comunicações serão mais moveis em detrimento das fixas mas que
os operadores insistem em vender-nos as fixas por lhes ser mais rentável, mas
se a nível particular a ignorância predomina levando muitos a subscreverem
serviços que não usam mas que pagam, ou andam constantemente a mendigar um
sitio com wi-fi pois os dados moveis são caros ou já se esgotou o plafond, no
que respeita ao sistema de comunicações de emergência seria de esperar que o
sistema fosse mais fiável e acima de tudo não falhasse, infelizmente já todos
percebemos que naquele dia tudo falhou e tudo ficou em causa.
Pelo que sei o sistema SIRESP
assenta sobretudo em diversos sistemas de antenas apoiados por cabos ou fibra
não sei ao certo ou seja todo o sistema funciona pela base fixa nem móvel sequer
é, bem é móvel pois há todo um sistema de distribuição de rede radio móvel… mas
a partir de bases alimentadas por rede fixa… o que no caso dos incêndios com o
calor os cabos derreteram e pura e simplesmente toda a zona ficou sem
comunicações de medio longo alcance… o que numa base de emergência é surreal,
como é possível deixar-se todo o sistema de emergência funcional ao ritmo da
idade da pedra? É caro outro sistema? Que se gaste estamos a falar sobretudo do
sistema de comunicações de emergência, o sistema na teoria é fiável com
estações moveis de repetição de sinal e tudo que neste caso até nem estavam
operacionais pois uma estava avariada e outra na revisão, mas o que quero
criticar é sobretudo como é possível deixar-se depender de sistemas da idade da
pedra?
Todos percebemos que um sistema
dependendo de uma fonte fixa é vulnerável em situações de emergência então com
fogos ainda mais, deixemo-nos de tretas todo o sistema deveria ser assente numa
base móvel e imprescindível em casos de emergência total sendo via satélite ou
seja a mobilidade total, estamos a falar de comunicações de emergência não
estamos a falar de custos supérfluos, obviamente que tudo isto seria muito
caro, mas neste país já me habituei a ver ser gasto muito dinheiro sem o mesmo
retorno do que este seria gasto, quantas vidas seriam poupadas, quantas vezes o
siresp falhou e se perderam vidas ou houve estragos mais gravosos devido á sua
falha? Li que um único candidato apresentou-se a concurso e claro ganhou e de
que o contrato teria sido renegociado com custos menores para o estado, mas
deveria ser mesmo esse estado a negociar uma base o mais infalível possível, de
que vale poupar-se uns milhões se depois tudo falha quando não deveria falhar? Porque
se recorre a uma tecnologia do seculo passado quando já vamos a meio da 2ª década
deste seculo? Porque os portugueses não exigem responsabilidades políticas e de
gestão aos responsáveis por tudo isto? Porque toda a gente anda a assobiar para
o lado quanto não foi apenas no incendio de Pedrogão Grande que se aperceberam
que o sistema é altamente falível e em situações como esta que ocorreu, em que
há incêndios, pior, pois os cabos derretem e fica tudo em silêncio total, as
pessoas já de si são ignorantes em termos de telecomunicações, mas deveriam
exigir mais dos responsáveis pelo menos mais mobilidade dos sistemas… seria um
começo.
NAKED
MAN
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