FUGA DE CEREBROS PARA O ESTRANGEIRO
Muito se tem falado ultimamente acerca do aumento a emigração entre os cidadãos portugueses, sendo a grande maioria jovens e recém formados, ou seja Portugal gasta milhões na formação destes jovens e depois eles vão aplicar esse mesmo conhecimento para o exterior, e claro fala-se se os melhores saem do país em busca de melhores condições de vida os que ficam implicitamente serão menos capazes ou competentes ou seja a fuga de cérebros para o exterior.
Se olharmos á vista desarmada, tudo isto é preocupante, mas antes de mais deveríamos reflectir bem nas coisas, primeiro se há lugar para todos que se formam em Portugal, obviamente que não, hoje em dia e com a massificação do ensino em Portugal, há mais oferta do que procura, isto sem sequer contarmos com os inúmeros cursos inúteis que por Portugal obtêm autorização para leccionar, resumindo a realidade é esta há muito mais oferta do que procura, e então que alternativas apresentam aqueles que tentam evitar a fuga de cérebros? Obviamente que a resposta pronta será que se criem empregos, sim fácil não é? E quem avança para os criar? Pois isso já é um pouco mais complicado não é? Haverá logo quem diga que o nosso mercado de trabalho não é competitivo e mais uma ou outra tirada do género, mas a verdade é está por muitos empregos que se criem a oferta de cursos e de estudantes a saírem todos os anos da universidade estrangulará sempre o mercado de trabalho, a solução talvez seja regular de uma vez por todas o ensino em Portugal, abrir vagas apenas com uma media para a necessidade do mercado de trabalho.
Mas continuando a pensar se há mais estudantes do que lugares de trabalho, para onde os colocar? Obviamente a primeira ideia que vem á cabeça de qualquer um será que procurem noutro lugar não é? Ou então vão-se resignar a um qualquer emprego numa caixa de supermercado fazendo um trabalho para o qual não se formaram nem perderam anos de vida a estudar, mas pergunto, afinal em que ficamos? Se não houver cá e houver noutro lugar porque não tentar, e pensando bem onde afinal está a fuga de cérebros? Apenas está-se a assistir a uma procura de emprego que não se obtém cá em Portugal, isso não é uma fuga de cérebros mas o escoamento de mão-de-obra que não tem escoamento no seu país, saem qualificados? Sim mas se não encontram colocação nem hipótese de fazerem o que aprenderam que mal há em tentar-se noutro lugar… onde há fuga de cérebros no meio disto tudo?
Talvez haja sim é o estigma social do canudo, ou seja os que se formam em Portugal no estrangeiro não vão usar a sua formação como titulo honorifico, vão trabalhar com humildade caso contrario “saltam” em Portugal mesmo trabalhando nunca caixa de supermercado praticamente exigem serem tratados como se fossem de uma outra classe social, ora em Portugal esse estigma acontece mas no estrangeiro são iguais aos outros, alem disso há uma coisa que me assalta a mente, não quer dizer que mão de obra qualificada que sai de Portugal deixe Portugal mal servido a nível de mão de obra, há a constante ideia de que quem obtém melhores notas dão melhores profissionais do que quem obtém piores notas, a nível académico tem valor ou seja na teoria, mas na pratica ter boas notas a nível teórico não quer dizer que na pratica dê um excelente profissional e que seja de facto um cérebro no mercado de trabalho igual ao que foi na universidade.
Tal como há uns anos aconteceu na primeira vaga de emigração em Portugal, também houve uma enorme vaga de mão de obra, não tão qualificada como hoje em dia acontece mas na altura necessária para a construção e desenvolvimento de Portugal, Portugal deixou partir muitos trabalhadores para depois recrutar africanos para reconstruir Portugal após o 25 Abril de 1974, ou seja na época acho mais grave o que se passou do que o que actualmente se passa ou seja a fuga de cérebros de que se tanto fala não é por aqui não lhe darem condições de trabalho mas antes por não haver colocação para os mesmos exercerem a profissão para a qual se formaram, o que é uma situação completamente diferente ao que aconteceu há uns anos.
Portanto resumindo não vejo a preocupação demagógica demonstrada por tantos conterrâneos meus, perante a saída de tanto jovem, é verdade que na juventude é que assenta o futuro mas Portugal também tem recursos limitados portanto não há lugar para todos que aqui residem, bem como não se deve chutar para fora quem apesar da idade já trabalha porque não só os jovens que enfrentam o desemprego em Portugal mas muita gente na casa dos 50 anos esses sim sem tantas oportunidades como os jovens nem as mesmas condições de que estes dispõem, mas desses ninguém fala são como os sem abrigo que apenas aparecem no natal emigrando no resto do ano na memoria de todos, o problema em Portugal é a falta de lugares seja para jovens seja para todos, portanto não havendo lugares e ninguém portador da formula magica para alterar o rumo dos acontecimentos, mais não resta do que os jovens procurarem onde possam fazer a sua vida, não querendo dizer que nunca mais voltem ou que não voltem ainda mais qualificados e com experiência profissional.
NAKED MAN