COMO ADORAVA NÃO TER RAZÃO
Considero já mais uma maldição do que uma bênção, o facto de a minha posição perante a vida ser como se de um jogo de estratégia se tratasse, estou a falar a sério, tendo por base de que “viver não custa o que custa é saber viver”, este ditado popular assenta que nem uma luva ao que se tem passado ao longo dos anos comigo, mas tenho um azar não sei bem porque mas nunca sou levado a sério, isto é quando eu tenho uma noção de algo seja para mim seja para quem me está mais próximo, nunca ninguém me dá ouvidos, acabo sempre por não beneficiar a nível pessoal das minhas ideias bem como quem me está mais próximo nunca opta pelos meus conselhos.
A verdade é que esta situação caricata, é como se fosse uma maldição que me persegue, eu quando dependo só de mim opto pelo meu instinto de estratégia e muitas vezes beneficio exactamente das opções que tomo, mas quando as minhas ideias dependem de terceiros o drama começa, primeiro nunca as minhas ideias ou noções são levadas a sério até acontece muitas vezes em se optar por algo completamente diferente do que inicialmente tinha sugerido, segundo provavelmente acham que aquilo que digo ou defendo é algo completamente idiota e claro acabo por ser penalizado pela minha própria ideia ou seja acabo por perder oportunidades apenas porque não acreditaram em mim, e muitas dessas oportunidades poderiam ser imprescindíveis para muita coisa que se passou ao longo da minha vida, mas como sempre temos que nos levantar e continuar a lutar e se não acreditam em mim pelo menos eu acredito e claro sempre consegui dar a volta a quase todas as situações.
Com os meus amigos e mais próximos ocorre exactamente a mesma coisa, se me pedem uma opinião eu traço logo um cenário que para variar nunca é levado muito a sério primeiro porque o acham demasiado dramático segundo muitos pensam que eu tenho uma capacidade de analise ao nível da ficção e claro mais uma vez nunca ninguém me ouve o pior é o que vem depois.
O meu rácio de êxito á partida é de 8 para 10 quando não é superior, normalmente vejo as coisas onde mais ninguém as vê, e ao não ser considerado a minha taxa de sucesso muitas vezes é exactamente o contrario raramente alguém me dá ouvidos portanto a o meu rácio real passa para 2 para 10 o que me entristece imenso, depois passo a vida a ouvir “SIM TENS RAZÃO”, “POIS TINHAS RAZÃO”, “NUNCA PENSEI QUE A PESSOA X OU Y FOSSE CAPAZ DE FAZER ISTO OU AQUILO”, e claro quem foi aconselhado por mim acaba por escorregar por culpa própria quando poderia ter feito exactamente o contrario se me desse ouvidos, mas quando essas opções me dizem respeito ainda custa mais passar anos e acabar por ser reconhecido dói mais do que se eu fosse uma grande besta logo á partida pelo menos sofria menos por ser completamente ignorante e incapaz, mas não passo pelas situações porque os outros não me levam a sério por eu ver algo que eles não vêem, e claro sou penalizado por tabela, é estúpida esta situação não acham?
Mas resumindo ao longo dos tempos começo-me a fartar de ter razão e não reconhecerem pelo menos essa capacidade a mim, é verdade que já errei e até em alguns erros graves mas se em 10 opções acertarmos em 8 e errarmos clamorosamente em 2 penso não ser tão grave como vejo em muita gente que conheço que passam a vida a errar e raramente acertam uma, mas a esses ninguém aponta um dedo que seja, são os coitadinhos que têm azar, mas confundir verdadeiramente azar com estupidez já me começa a cansar, cada vez menos gosto de ouvir “tens razão”, preferia antes que me dessem verdadeiramente ouvidos ao que digo e que me responsabilizassem se as minhas ideias não resultassem, pelo menos pagava pelos erros e não por não acreditarem em mim.
NAKED MAN