O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DECLARACOES DE VICENTE MOURA



                         A chegada do comité olímpico português a Portugal até teve algum aparato, para surpresa minha embora acredite que 70 a 80% dos presentes fossem amigos ou familiares dos atletas, é bonito sempre assistir-se a este tipo de manifestações pois os atletas merecem algum reconhecimento pelo esforço, mas o que mais me surpreendeu com a chegada do comité olímpico português foram as declarações do seu director o Sr. Vicente Moura.
                         Tenho a confessar que entendo em parte a frustração das declarações do Sr. e partilho em muitos pontos de vista a mesma opinião, ou seja basicamente se queremos resultados temos de mudar de paradigma, sim aí concordo, no entanto essa mudança nunca deverá passar por ir buscar atletas a outros países como o Sr. director já chegou a afirmar em Londres, mas sim com algumas propostas como agora disse que passava basicamente pela formação desde a juventude como um reeditar da extinta mocidade portuguesa mas sem fins políticos, é certo que afirmar mocidade portuguesa foi um pouco forte e até despropositada no contexto actual, mas entendo o essencial.
                          Como já referi no texto acerca da prestação portuguesa nos jogos olímpicos as condições que os atletas portugueses têm em comparação com os congéneres são claramente inferiores, pois em alguns países há autênticos programas de formação logo desde a infância, chegando em alguns países como a China a terem autenticas “fabricas” com treinos muitas vezes a roçar a tortura, mas os resultados estão á vista, mas há outros casos de sucesso como o modelo dos Estados Unidos da América em que aproveitam o desporto escolar como captação de talentos e os aperfeiçoam nas universidades aí sim transformadas em centros de alto rendimento e os resultados também estão á vista.
                           Portanto como se pode ver não é necessário optar por tortura como alguns países fazem e faziam como os países de leste para se obterem resultados, basta ter uma boa base de captação e nada como o desporto escolar para ter um bom começo, desporto escolar esse que em Portugal cada vez é mais colocado para trás, tirando o futebol e tudo o que envolve essa “industria” todo e qualquer desporto em Portugal é marginalizado, as condições são péssimas e as oportunidades idem aspas aspas, o desporto escolar é mais visto como uma hora sem fazer grande coisa por parte dos alunos e não há um verdadeiro plano de incentivo a sua pratica, nem há incentivo a uma competição saudável seja por intermédio de torneios ou campeonatos, quem quiser praticar atletismo não tem outro remédio do que ir para a rua arriscar-se ao mesmo que aconteceu ao Sr. Carlos Lopes 2 semanas antes dos jogos olímpicos de Los Angeles, é isto que há em Portugal falta de organização e planeamento.
                            Daí entender as declarações do Sr. Vicente Moura, se quisermos resultados temos que mudar de paradigma mas não é na contratação de estrangeiros que deverá ser a mudança mas em apostar no desporto desde a infância, só assim se obtém reais resultados, portanto como disse no actual contexto a medalha de prata nos jogos olímpicos foi um feito fantástico, e não foi só da medalha que se resume a participação portuguesa mas também há a realçar as finais em que portugueses participaram deixando para trás muitos que são treinados em verdadeiras “industrias”, daí o feito extraordinário que fizeram.
                             Portanto vou ficar a aguardar pelos próximos 4 anos, segundo a minha opinião é que tudo vai ficar como está por mais que se diga, ninguém vai fazer absolutamente nada, o que é uma imensa falta de visão, pois com poucos recursos poderíamos formar campeões nenhum desporto é tão económico como é o atletismo por 5% do investimento gasto no futebol e seu universo, teríamos uma escola de campeões em atletismo, bastava aproveitar o orçamento escolar em captação de talentos e posteriormente desenvolver esse talento ao longo da vida escolar havendo para isso acompanhamento académico e desportivo e culminando em centros de alto rendimento já em idade adulta até ao fim de carreira desportiva, saindo daí para o mercado de trabalho já formados, hoje em dia praticamente todos os atletas são formados mas têm que fazer imenso esforço tanto a nível pessoas e até profissional para poderem praticar uma modalidade, seria tudo mais fácil se houvesse um planeamento coordenado e como disse com muito pouco investimento pois grande parte desse investimento já hoje é feito, mas sem qualquer critério.



NAKED MAN

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