PAÍS DE PROPRIETARIOS
Li recentemente que em Portugal era um país de proprietários, ou seja que grande parte da população em Portugal era proprietária de casa própria em detrimento ao arrendamento, a situação é verídica, o mercado de arrendamento praticamente é inexistente, mas a politica de arrendamento bem como as rendas praticadas aliadas ás politicas agressivas da banca e ao abaixamento dos juros, permitiu que quem apenas poderia alugar uma casa passasse a poder ser proprietário de um bem considerado de primeira necessidade ou seja de uma habitação própria.
Mas com tudo isto passou a verificar-se ocorrências que nunca antes se tinha estudado ou seja através do credito fácil, qualquer família de classe media baixa poderia facilmente ter uma habitação sem grande esforço aliado também por uma politica agressiva de bancos a nível concorrencial, fez com que a geração que hoje maioritariamente está entre os 30 e os 45 anos passasse a ter uma ilusão que hoje mais parece uma pesadelo.
Com o credito fácil e juros baixos a vida parecia correr de feição, foi o BOOM, poucos ou nenhuns começavam a vida a pensar em arrendar uma casa mas sim a adquiri-la, por um lado tinham razão para quê estar-se a pagar uma renda que por vezes até estava a um patamar acima do valor que o banco lhe simulava como prestação e no fim não ficar com a casa podendo pagar menos e um dia poder ficar com a casa? Esta resposta na altura de começo de vida, muitos jovens responderam … comprar casa, em detrimento de alugar, no entanto muitos alem de já estarem no limite de poderem embarcar numa aventura que financeiramente já era difícil, muitos foram para oceanos mais profundos como por exemplo se financeiramente já estariam nos limites para a compra de um T1 muitos entraram logo em T3, T4 e até em T5, o caos portanto estava previsivelmente a ver-se, ou seja enquanto o juro esteve baixo tudo prosperava entre as famílias, mas mal o juro começou a subir começou-se a verificar o mesmo do que ter-se um lençol demasiado curto para a cama em que se dorme ou seja tapavas de um lado mas do outro ficava a descoberto, e claro aí foi o principio do fim dos sonhos para muitas famílias.
Mas se o pesadelo das famílias começou com o escalar dos juros que na altura chegou a uns sufocantes 4.56% na euribor a 6 meses, um monstro silencioso estava a ser criado e que ninguém deu conta, é que muitos á custa das isenções de alguns impostos compraram casa sem terem em conta as responsabilidades futuras e muitos ainda hoje vivem sem essa ideia ou seja o IMI (imposto municipal sobre imóveis), isso sim a geração entre os 30 e 40 anos estão actualmente a acordar para mais um problema que foi levemente avivado pelo memorando da troika e que muitos só deram conta quando lhes chegou a casa a primeira notificação para pagamento, e aí está a residir um verdadeiro problema, as famílias que estão sobre endividadas, passam de um momento para o outro a par de mais um problema ou seja por ano passam a pagar mais uma ou duas prestações que nunca tinham pensado nisso, pois muitos tiveram 10 anos de isenção portanto só actualmente se dão conta com mais uma despesa, os orçamentos já de si no limite aliados aos problemas da crise entretanto surgida e a um outro flagelo que afecta imensas famílias que é o desemprego está a tornar-se insustentável e causador de uma implosão a muito orçamento familiar.
É certo que o arrendamento ainda hoje é pouco concorrencial, mas actualmente é a maior viabilidade a muita família, pois o seu orçamento familiar não lhe dá hipóteses para ter credito bancário actualmente tal como não tinham na altura tiraram benefícios foi dos factores excepcionais da altura hoje o panorama é completamente diferente, mas a geração de proprietários de há 10 anos hoje estão a deparar-se com uma realidade muito complicada nos seus já limitados orçamentos, com as despesas que durante muito tempo estiveram adormecidas e de um momento para o outro acordam para uma realidade muito complicada, nunca como desde o ano passado ouvi tanta gente se queixar com o pagamento do IMI, e já conheci casos de falência técnica familiar, com famílias a terem de vender a casa por pura e simplesmente não poderem suportar as prestações, seguros e IMI das habitações, de certeza que todos temos conhecimentos de casos idênticos, se optassem por casas mais pequenas ou mesmo pelo mercado de arrendamento não estariam tão expostos, mas nunca ninguém pensou antes nisso hoje estão a viver um pesadelo sem precedentes.
NAKED MAN
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