MUDAR DE VIDA
Uma das maiores polémicas da vida politica cá do burgo foi a do primeiro ministro Pedro Passos Coelho ter dito que o desemprego em si não era um mal do mundo mas uma oportunidade para se mudar de vida, ora em si logo a afirmação á priori é de facto meio chocante, pois se há que esteja no desemprego por opção que os há pois conheço uns quantos espécimes nesta situação até inclusive um familiar meu que se despediu imagine-se porque estava cansado e a precisar de descansar, só estando a pensar voltar a procurar trabalho quando acabar o dinheiro da indemnização (acreditem isto é mesmo verdade), pois não teve direito a subsidio de desemprego pois foi por demissão do próprio, mas a grande maioria dos que caem no desemprego obviamente não partilham da mesma visão de vida desse meu familiar e claro vêem-se numa situação complicada podendo inclusive ter mesmo que mudar radicalmente de vida forçadamente e claro que a ouvirem as palavras do primeiro ministro de Portugal podem sentir-se ofendidos mas se pensarem um pouco talvez as palavras tenham sido ditas de uma forma um pouco precipitada mas não totalmente fora de nexo.
Aí reside obviamente o teor da mensagem, se uma pessoa cai numa situação de desemprego a pior coisa que poderá ficar é de braços cruzados, e neste momento a crise é geral portanto as hipóteses de escolha não são extraordinárias, uma pessoa tem acima de tudo que ponderar o que afinal quer fazer á vida se continuar a bater na mesma tecla se optar por uma mudança, seja emigrar ou mudar de ramo, é que actualmente mete-me alguma impressão ouvir que há imensos licenciados que não arranjam colocação, e o que isso quer dizer? Que há excedente portanto não há volta a dar, se uma pessoa não for empreendedora, tem que ter em mente que há um fenómeno que nunca mas nunca se irá proporcionar que é a multiplicação de patrões, portanto se há apenas umas poucas vagas para uma função não vai de um momento para o outro explodir em multiplicações, essa ideia é uma ideia que nunca está presente na cabeça de ninguém, optam por esperar não se sabe muito bem porque… pois em cada ano multiplicam-se os candidatos a determinada vaga pois todos os anos as universidades libertam novos licenciados e cada vez há mais, portanto o mercado de trabalho com o ritmo de licenciaturas que são colocadas cá fora (e nem estou-me a referir ás licenciaturas á RELVAS) fica cada vez mais estagnado, se uma pessoa não optar por outro caminho passará a vida enterrado na areia a “patinar as rodas” nunca saindo do mesmo lugar.
A inércia de muita gente de facto deixa-me perplexo, é que se um dia eu cair no desemprego e não estou livre disso, tenho uma missão na minha mente que é alimentar a minha família, primeiro estou disposto a fazer o que for preciso para voltar ao mercado de trabalho depois se tiver de mudar de ramo mudo tenho é que trabalhar, a inércia essa sim é inexplicável e ficar á espera de não sei bem o quê, á espera de um dia poder exercer a profissão que foi formado muitas vezes revela-se uma verdadeira perda de tempo.
Um ramo que há necessidade de mão de obra é a agricultura, sim meus amigos se metade dos licenciados em áreas que nem servem para pai natal nos shoppings optassem pela agricultura talvez seria uma forma de mudar de vida sem perderem dignidade, nem toda a gente que se forma algum dia irá exercer a actividade pelo que se formaram portanto porque não aderem á agricultura? Sujar as mãos é complicado não é? Eu sei bem disso, mas meus caros estamos a falar de uma pessoa entrar numa situação de desemprego ou pura e simplesmente nunca ter conseguido um… não estamos a falar de escolhas, é que juro que não sei como ter dinheiro sem trabalho a não ser através de actos ilícitos, é que para muito português é melhor viver do rendimento mínimo sem nada produzir de útil á sociedade do que um dia sujar as mãos, eu para alimentar a minha família não hesitaria em me dedicar á agricultura disso nunca tenham a mínima duvida e até tenho terrenos para isso, se não me dedico a isso hoje é porque tenho emprego mas na falta dele não pensem que não mudaria imediatamente de vida isto mesmo apesar de não gostar de agricultura, mas ficar apático em casa agarrado ao facebook ou a outras coisas do género é que não ficaria de certeza, a estupidificação não é mesmo o meu género.
NAKED MAN
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