O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

quinta-feira, 15 de março de 2012

O AUMENTO DOS COMBUSTIVEIS E O TRANSITO



                         Neste ultimo ano tenho-me deparado com um fenómeno que acho fantástico para se reflectir, hoje em dia reparo e já falei aqui sobre isso, de que por tudo e por nada o petróleo aumenta e claro em muito menos de nada o seu reflexo no preço ao consumidor final ou seja ao automobilista, mas se os efeitos da crise á primeira vista pode ser vista como um factor demasiado penalizador para o cidadão comum devido ao efeito económico imediatamente sub jogado ao factor das cotações, tenho presenciado um facto curioso e que me tem inquietado imenso, é que apesar do preço da gasolina estar a níveis estratosféricos em relação há por exemplo 10 anos, hoje em dia gastando imensamente mais dinheiro por muito menos gasolina, faço quase os mesmos Kms do que antes com muito mais combustível e vocês perguntem-me porquê?
                          Muito simples meus caros, hoje em dia metendo muito menos gasolina faço os mesmos Kms do que antes, no entanto hoje há um fenómeno que não havia á 10 anos, MUITO MENOS TRANSITO, ou seja hoje em dia praticamente só anda de carro quem de facto tem posses para ter essa despesa ou seja, estou a ver o efeito de purga no transito.
                          Imaginem por exemplo que temos um recipiente e que lá dentro colocamos feijão para ser lavado e tirar os lixos e impurezas com esse processo, imaginem que os lixos e impurezas são todos aqueles que devido á sua periclitante condição financeira ao longo destes tempos de crise foram deixando de ter capacidade de ir para o trabalho de viatura particular e passaram a ter de ir de transportes públicos ou mesmo passaram á condição de desemprego, imaginemos que á “primeira agua de lavagem” que ocorreu á cerca de 4 anos deixaram de ir para a estrada todos aqueles que a muito custo e a credito tinham carro ou seja não tinham grandes chances de sobreviver ao mínimo sinal de crise e a subida vertiginosa dos juros que muitos foram afectados devido aos mais diversos créditos que possuíam aliado ao facto da cotação do petróleo ter subido e a sua reflexão no preço final dos combustíveis, embora com o rebentamento da crise imobiliária aliada á crise soberana que já se estava a vislumbrar tiveram uma ligeira acalmia e até deu para dar uma certa ilusão de que com os preços a descerem bem como as taxas de juro tudo não tinha passado de um grande susto, em pouco menos de um ano voltou a crise petrolífera e a sua especulação e lá se foi o balão de oxigénio.
                             Na “segunda lavagem” verificou-se há cerca de 2 anos na classe média em que todos os que tinham alguma capacidade financeira, embora menos periclitante do que os primeiros mas totalmente dependentes do credito, foram as próximas vitimas foi o chamado ataque á classe média, mas esse ataque teve efeitos muito mais destrutivos do que á “primeira lavagem”, isto é, se na “primeira lavagem” o lixo mais “tóxico” foi logo todo retirado a “segunda lavagem” foi a grande prova de fogo para a “qualidade” do produto final ou seja o “feijão” ficar todo limpo e pronto a ser “cozinhado”, nesta situação toda a classe média mais dependente do crédito caiu que nem um castelo de cartas, em questão de 2 meses o transito que tinha habitualmente de manhã no caminho para o trabalho teve uma quebre visível a olho nu ou seja cerca de 50% menos carros na estrada, se no inicio ainda pensei tratar-se do fenómeno férias e pós férias, ao longo dos meses e de verificar que nunca havia aumento do fluxo, convenci-me que estava perante um novo fenómeno que nunca tinha presenciado, pois ao longo dos anos todos fomos assistindo a um aumento exponencial da frota automóvel em Portugal, se antes havia uma família média com um automóvel era uma normalidade ao longo dos anos passamos a ver famílias médias com 2 a 3 viaturas algumas inclusive de nicho como cabrios ou desportivos na “frota”, hoje já não assistimos tanto a isso, é um retrocesso visível de como estamos de facto a empobrecer, mas como estou a dizer essa dita classe média implodiu, com o aumento do custo de vida e com alguns ajustes na capacidade financeira, essa classe média viu-se de um momento para o outro com muito menos capacidade económica e sem crédito abundante, portanto alem de terem que reduzir a sua frota automóvel passaram a racionar muito mais o seu uso, passando a usar os transportes públicos portanto reduzindo ainda mais o fluxo de transito mas desta vez a redução foi extremamente bem notada, a classe média foi fortemente atacada desta “segunda lavagem”.
                               Mas se as coisas para muita gente já estava a estar complicada, a cotação do petróleo voltou a subir, hoje está em valores quase recorde mas os preços dos combustíveis esses nunca chegaram muito a baixar mesmo com a cotação do petróleo numa fase mais baixa, e hoje está a preços que nem quando os preços do petróleo atingiram recordes chegaram a esse patamar, e hoje com o petróleo a menos de 20 dólares dos valores recorde de há 3 anos pratica-se em Portugal preços que estão a cerca de 10% a mais do que nessa época se praticavam e daí vem a que eu chamo de “terceira lavagem”, ou a lavagem final, em que resulta da descontaminação total do “feijão” normalmente nesta ultima lavagem é apenas para se certificar que o “feijão” fica sem impurezas, e neste caso verificou-se o mesmo, mais uma vez nota-se uma clara redução ao nível do transito automóvel, e não só nas vendas de automóveis novos também é o descalabro, e nota-se cada vez mais os portugueses decidirem recorrer novamente ao mercado de usados, e até nem estamos a falar nas marcas conceituadas já se recorre a carros de gamas mais económicas inclusive, como disse neste momento só anda de automóvel particular quem de facto o pode fazer, uns com mais sacrifícios do que outros mas só mesmo que tem algum poder económico pode recorrer a este “luxo”, e de facto nota-se que cada vez se verifica menos carros a “entupir” os acessos para as cidades, não quer invariavelmente dizer que pura e simplesmente se deixou de ver carros a circularem, mas o numero que circula isso sim é o suficiente para as vias em questão ou seja não há os engarrafamentos de outrora.
                                A conclusão que cheguei é um sacrilégio á viste de muitos conterrâneos meus que se viram impossibilitados de poder continuar a recorrer á viatura particular para irem para o emprego, mas meus amigos tenho um argumento de peso, é assim por um lado o facto de a gasolina ter aumentado de facto é um problema grave para o meu orçamento, como a toda a gente se repararmos bem, no entanto hoje meto muito menos gasolina mas percorro exactamente os mesmos Kms, ou seja a gasolina que antes metia a mais era gasta no meio do transito, não tinha beneficio absolutamente nenhum com isso olhando bem ao problema, e mais, cheguei a sair de casa 1.15h. mais cedo para chegar ao meu emprego e hoje saio de casa 30 minutos depois ou seja demoro 45 minutos a chegar ao emprego onde antes demorava 1.15 h., ganhei qualidade de vida se reflectirmos bem, ou seja o aumento da gasolina foi um MANÁ para o meu caso, hoje percorro o mesmo com menos gasolina, mas tenho o ganho de demorar menos e nunca enfrentar uma fila, só quando há um acidente há atrasos, mas +por norma nunca enfrento transito, mas confesso que antes tive 10 anos a enfrentar transito e muitos dias cheguei atrasado por causa disso, hoje saio mais tarde de casa e nunca mais cheguei atrasado, pelos vistos nem tudo é mau no aumento dos combustíveis, no meu caso fui verificando isto de mês para mês, é verdade que o combustível é uma grande fatia do meu orçamento, no entanto continuo a recorrer á viatura particular bem como a minha mulher com o carro dela porque podemos e não por artifícios como muita gente fez durante muito tempo, hoje é como a metáfora que exemplifiquei pelas “lavagens do feijão” mas neste caso assenta que nem uma luva, ao longo dos tempos o aumento dos combustíveis foram “clarificando” o fluxo do tráfego automóvel tornando em muitos casos o seu uso impraticável para quem não o podia possuir em condições normais, hoje de facto só anda de carro quem de facto pode ou ocasionalmente para os que não têm uma situação financeira muito confortável, no entanto para quem tem essa disponibilidade acaba também por lucrar com esse facto pois pode com o mesmo dinheiro colocar muito menos combustível, mas a poupança que se reflecte com o tempo que se poupa no transito compensa, e como diz o ditado popular TEMPO É DINHEIRO….



NAKED MAN

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