O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O REGRESSO DO ESCUDO NO FIM AO EURO


                    Muito se tem especulado acerca deste assunto, mas a situação é mais caricata e gravosa do que no inicio se poderá supor, ou seja o regresso ao escudo por Portugal ser “expulso” da moeda única ou por “livre” vontade devido á impossibilidade de não conseguir pagar as suas obrigações, a situação é de uma magnitude que não passa mesmo pela cabeça de ninguém.
                    Primeiramente reparo em alguns partidos de esquerda que defendem a reestruturação da divida ou seja tem que se negociar as condições de pagamento ou alteração dos prazos para esse mesmo pagamento devido á impossibilidade ou suposta possibilidade do pagamento da mesma, isto claro que é uma excelente ideia, então expliquemos simplificadamente… eu não consigo pagar a minha divida e vou tentar renegociar um contrato que eu próprio me comprometi a cumprir e que afinal não vou consegui e o credor vai ficar feliz e contente com a minha boa vontade em não pagar a tempo e a horas e não me aplica qualquer sanção? Obvio que serei penalizado, a um país processasse da mesma forma numa reestruturação há e haverá sempre condições para que essa mesma reestruturação seja autorizada, pois deixar de pagar pura e simplesmente é um suicídio seja de um país ou de uma família, deixar de pagar é bancarrota com consequências dramáticas que ninguém deve imaginar nem eu próprio pois felizmente nunca passei por nenhuma, numa reestruturação há sempre consequências para quem não tem condições de pagar o que deve.
                    Uma das principais condições que poderão surgir hipoteticamente a Portugal é a sua retirada do euro o que neste momento é o que a Grécia está a ponderar fazer caso não reúna as condições para fazer frente ás suas responsabilidades, e meus amigos a saída do euro e o consequente regresso ao escudo é e será um enorme choque para todos.
                    Ninguém explicou que o que pode acontecer todos com um regresso á moeda antiga e á sua consequente desvalorização, mais do que provável para se poder levantar a economia, um “remédio” impossível de ser executável com o euro, primeiramente quanto a moeda valerá com o regresso, nós quando aderimos ao euro, um euro valia 200.482 escudos, obviamente “compramos” o euro a esse preço, mas meus amigos não é expectável que será a esse preço que o escudo seja cotado imaginem que 1 euros seja cotado ao regresso do escudo a 400.964 escudos? Ou a outro valor ainda mais superior? Quem tem 1000 euros que á entrada do euro teria cerca de 200000 escudos, mas com outro tipo de cotação imaginemos se fosse 400.964 escudos apenas teriam quase 100000, ou seja metade mas qualquer valor a que venha a “nova” moeda a ser cotada ninguém lhe passe pela cabeça que se Portugal reestruturar a divida ninguém vai perder nada com isso, á cabeça tem que se preocupar com a valorização que a moeda trará com o seu regresso, mas que eu saiba ainda ninguém que defende a reestruturação da divida perdeu tempo a explicar um pequeno pormenor que vai afectar logo á partida toda a gente isto é toda a gente que tinha escudos aquando da entrada do euro, a perda de dinheiro será sempre feita entre a diferença de cotações e aquando da passagem do escudo para o euro foi fixado um valor de cotação a que a moeda foi trocada… portanto é uma desvalorização imediata ao momento que o valor que se tinha em 2001, portanto resumindo haverá sempre perdas e podem ser grandes mas não se pense que os poderosos irão cair nesta situação, esses já têm depósitos noutras divisas, para se precaverem ou do colapso do euro ou mesmo a prevenir a saída do euro.
                    Um pequeno pormenor portanto, mas se isso não bastasse penso que a verdadeira revolução iria acontecer quando a população em geral se apercebesse na verdadeira inflação que o país mergulhou, vamos exemplificar de uma maneira muito simples… quem no tempo do escudo pagaria mais de 300$ por um litro de gasóleo ou 320$ por um litro de gasolina, 150$ por um café ou 200$ por uma alface? Isto claro com o mesmo ou um pouco mais de ordenado do que usufruía aquando da introdução do euro, as pessoas desde a introdução do euro deixaram de ter a noção exacta do valor real das coisas, hoje pagam por produtos quase sem repararem e até confundindo escudo com euros, quando o euro foi introduzido o gasóleo custava 134$ (hoje 1.49 euros) a gasolina custava 170$ (hoje 1.64 euros), um café custava 80$ (hoje 75 cêntimos) e uma alface 80$ a 100$ (hoje 1 euro), portanto as pessoas cairiam na realidade do que é de facto serem roubados e perceberem porque chegaram efectivamente a isto, claro que por isto há muita gente da politica que prefere e faz figas a que nunca regressemos ao escudo pois isso sim é que haveria uma verdadeira revolução por as pessoas finalmente entenderem que foram e são roubadas constantemente e por vezes mais do que uma vez pelo mesmo produto.
                   Depois temos que ter em atenção uma situação ainda mais grave que iria, afectar e em que maneira a vida de quase toda a gente, a TAXA DE JURO, isto é deixar-mos o euro também teríamos que deixar de nos regermos sob o juro (baixíssimo) do banco central europeu, e passaríamos a ter a taxa de juro sob alçada do banco de Portugal, e claro a taxas bem mas muito bem mais altas do que as que conhecemos, diria que seria um retrocesso de 20 anos quando as taxas rondavam os 17% em vez do 1% (para os clientes em geral estando anexados á euribor a 6 meses por exemplo actualmente a 1.49%), tudo de um dia para o outro desmoronasse e não estou a ver soluções pelo menos á vista desarmada para um descalabro destes, a falência de muita família seria de certeza absoluta a única solução, pois grande parte das famílias portuguesas estão alavancadas com as casas que compraram graças ao crédito muito dos contratos feitos já na fase da entrada do euro.
                    Como defendo não vejo que a classe politica tenha todo o interesse que não haja troca de moeda pois as condições socioeconómicas seriam imprevisíveis, haveria como se de um acordar geral se tratasse, hoje já estamos acostumados com o euro, mas com o regresso do escudo teríamos uma noção radical do que se passou entretanto na economia, por isso não deve haver politico com responsabilidades em Portugal interessado no regresso do escudo.
                    Fica é reflexão de cada um entender ou tentar perceber o que acabei de explicar, pela minha parte prefiro continuar com o euro o retrocesso ao escudo mete-me medo devido á cotação que venha a ser colocada, mas se um dia tiver que ser, decerto iremos ter uma noção extremamente amarga da realidade e perceber que tudo é ilusório, vamos pagar amargamente em qualquer situação seja através de juros na zona euro ou com as consequências de ter que sair da moeda única, portanto não há ilusões acerca deste tema, os poderosos de uma forma ou de outra escapam e quem não pode ou não consegue escapar vai acabar sempre por pagar, é o habitual “são sempre os mesmos a pagar” no seu expoente máximo…



NAKED MAN

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