A LIÇÃO DE ECONOMIA
Por mais que viva nunca me esquecerei de um episodio que vivi há uns anos, com um falecimento de um familiar e na consequente deslocação á terrinha durante o caminho, recebi uma lição de economia fantástica de uma familiar minha chegada, a historia conta-se por breves palavras embora tenha outros contornos vou tentar resumir ao essencial, durante a viagem para irmos ao funeral, entre os passageiros veio uma conversa banal á baila, conversa de circunstancia que passava por a filha dessa minha familiar fazer 18 anos na altura e a previsível obtenção da carta de condução ao que a pessoa em causa me dá a dita lição de economia “carta de condução? Comprar carro? Para quê? Depois são as revisões… são os seguros… é o selo… é a inspecção… é a gasolina… gastar dinheiro nisso tudo para quê?”.
Brilhante teoria tenho que confessar em poucos minutos tive uma verdadeira lição de economia para bestas que envergonharia qualquer um, o que essa familiar não disse é que para ela ir na viagem aqui a besta que escreve este texto no dia anterior com dois carros em sua posse e mantidos á custa do meu sacrifício pessoal, fiquei apeado devido a terem-me ido buscar o meu carro ao trabalho pois o falecimento desse meu familiar foi de uma forma algo de surpresa e havia coisas para tratar urgentes e tinha o meu 2º carro em casa… tive que ir á boleia de um benemérito que se ofereceu para me levar a casa pois de outra forma seria muito complicado chegar a casa a não ser de táxi, favor esse que nunca conseguirei pagar em toda a minha vida pois há favores que não têm preço, e no outro dia tive que me deslocar com o meu 2º carro para ir buscar essa dita familiar e transporta-la, mas obvio a tese defendida por ela tenho que admitir estava certa… eu para ter 2 carros tenho que gastar dinheiro em tudo o que ela me disse e duplamente, claro que tenho possibilidades para isso mas também para manter isso tenho que fazer alguns sacrifícios, realmente para quê ela ou a família dela lá em casa ter carro se tem bestas quadradas como eu que a transportam graciosamente? Como disse ela deu-me de facto uma lição de economia tremenda…
Como o caso da minha familiar verifico que, não é caso único, ela e muitos outros vivem na política da “mão estendida” ou seja não gastam dinheiro em coisas supérfluas… esperam que lhas dêem, fazer sacrifícios para terem as coisas que precisam? Não! Pede-se dinheiro ou o que precisam aos pais ou aos sogros esses sim têm dinheiro ou então os familiares que arquem com as despesas pelo seu bem estar, interessa é que sejam servidos.
Ás vezes fico desanimado por tentar fazer uma politica de sacrifício lá em casa para conseguir comprar o que preciso, muitas vezes fazendo cortes e trabalhando férias e horas extra para alcançar os meus objectivos, por vezes tenho que adiar esses mesmos objectivos pois como se diz na gíria “NÃO HÁ DINHEIRO… NÃO HÁ PALHAÇOS!!!”, no entanto perante os tais da mão estendida não passo ou de um gajo rico ou então deram-me os bens que possuo… comentários como “ah tens aqui uma coisa tão gira… eu gostava de ter uma igual…” e “eu não consigo ter a tua vida”, são corriqueiros pois á luz do pensamento destas pessoas, ninguém consegue comprar nada ou atingir determinado objectivo sem que seja ajudado ou tenha sorte na vida, nunca pensam ou sequer se dão ao mínimo trabalho de ver como foi obtido determinado objectivo, nem nunca terão capacidade de reconhecer mérito a quem os obtém pois o pensamento desta gente, ninguém consegue subir na vida sem ajudas.
Este tipo de gente, são os mesmos que vão comer todos os fins de semana ao restaurante nos primeiros 15 dias do mês e depois ficam á fome os outros 15 dias… este tipo de gente é a mesma que dorme no chão em vez de poupar 100 euros que seja para ir ao ikea comprar uma cama ou um sofá… este tipo de gente vai de férias sem qualquer tipo de preocupação… pois sabem que qualquer eventualidade é depois paga pelos mesmos de sempre (pais, sogros e até irmãos) que nas alturas de crise grave, lá têm pena do estado das coisas a que chegam muitas destas vidas e lhes dão o dinheiro necessário ou lhes pagam os bens que precisam… isto é beneficiar constantemente o “infractor” mas esta é a realidade, uma pessoa trabalha que se desunha e nunca tem o reconhecimento da grande maioria das pessoas tem o mesmo tratamento que este tipo de gente não faz o mínimo esforço na vida e obtém sempre quase sempre o mesmo com a sua politica da mão estendida, quantos não se sentem injustiçados como eu?
Muitos dos exemplos do que estou a falar são famílias com filhos, alguns até costumam explorar os filhos que trabalham e têm que partilhar o ordenado lá em casa, exemplo esse que provavelmente não lhes ensinaram na casa dos pais ou seja muitos do que falo alem de explorarem os pais também exploram os filhos, só quero saber como esta gente se vai governar quando os mesmos de sempre morrerem é que uma coisa deviam pensar os pais e sogros um dia morrerão e como vai ser a partir daí? Vão explorar os filhos até ao tutano? Vão empenhar a vida dos filhos em prol do seu bem-estar? É que uma coisa tenho certeza um dia vão ter que se virar sozinhos pois os mesmos de sempre vão deixar de os “patrocinar” e arriscam-se a ter os filhos a fazerem-lhes o mesmo que eles fizeram aos pais ou seja que lhes venham pedir dinheiro o pior é que se passaram a vida a explorar os outros como poderão ter capacidade de capitalizar a geração a seguir? Provavelmente vão explorar os filhos como já atrás disse como hoje os exploram é que há casos que tenho conhecimento em que 3 ordenados entram em casa, e essas pessoas nem assim se conseguem safar e têm que ir estender a mão ás bestas do costume que fazem das tripas coração para conseguir juntar meia dúzia de tostões ao final do mês.
Portanto a lição de economia que levei naquele dia em poucos segundos encaixei tão bem, fiquei na duvida se todo o esforço que imponho lá em casa valerá mesmo a pena, é que para ter o que tenho faço sacrifícios ninguém me dá valor por isso no entanto outros sem qualquer esforço conseguem fazer as suas vidas mais ou menos na mesma e ainda me “acusam” de ter uma vida de facilidades ou de me chamarem de rico, afinal sou capitalista sem saber é como ser rei sem coroa.
Quantos não se revêem naquilo que acabei de escrever? É que aqui há 2 lados os que fazem os sacrifícios e os que levam a vida que acabei de descrever e ainda dão aulas de economia para bestas… eu estou como dizia o outro “E O BURRO SOU EU?”… é que acreditem já começo a pensar que sim.
NAKED MAN
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