COMO CHEGAMOS A ISTO?
Fico estupefacto com as reacções dos meus concidadãos, a todas estas medidas de austeridade e ás medidas do orçamento de estado para 2012, com direito a manifestações de indignação e tudo, não votei PSD nestas eleições mais por uma falta de confiança no líder desse partido do que na duvida no que está a acontecer hoje em dia com todas estas medidas, isto tudo mais dia menos dia seria inevitável e sem recursos próprios e á muito a viver á custa de empréstimos sucessivos a factura um dia teria de ser paga e como sempre serem sempre os que não podem fugir aos impostos a pagar exemplos não faltam á luz dos nossos olhos e só não viu quem não quis. Á muito que o nosso país vive de empréstimos no exterior, se o estado está endividado até ao limite, o sector particular sejam empresas ou mesmo qualquer cidadão está tudo a dever dinheiro, dinheiro esse que não é nosso vem do exterior, o nosso país há muito que está de mão estendida não produzindo riqueza pelo que consome e já nem falo pelo facto de não sermos auto suficientes a nível alimentar mas já penso mesmo não sermos auto suficientes em nada.
Fico estupefacto com manifestações com auto denominados indignados que apenas protestam por supostamente não serem responsáveis pela crise nem pela divida do país e que não querem pagar pelas dividas que não contraíram, é curioso pensar nisto ou este país é habitado por doentes com alzheimer ou então por um conjunto de hipócritas, fico receoso estar a viver num país em que seja habitado por qualquer um destes elementos. Exemplos desses não faltam e estão á vista de qualquer um vou citar alguns deles.
Nós somos um povo que entre muitas outras coisas, deixou construir 10 (DEZ) estádios de futebol, varias auto estradas muitas delas a duplicar o percurso pois ambos os traçados são paralelos, vários tipos de obras publicas da mais variada espécie, uma expo98 entre outras obras e eventos exuberantes e nunca reclamaram, por exemplo para a expo ainda pagavam para entrar por dia 25 euros (que era o bilhete diário) sem pestanejar nem discutir o preço exagerado para qualquer cidadão, numa obra que custou ao erário publico vários milhares de milhões ou seja já tínhamos pago através dos impostos e ainda tínhamos que pagar pela entrada um valor algo exagerado para o nível de vida na altura… ainda hoje talvez continue a ser. Também hoje verificamos que dos estádios apenas 3 deles são minimamente rentáveis e há até estádios para serem vendidos em hasta publica, durante o euro 2004 as únicas manifestações que verifiquei foi a grande maioria da população ter colocado bandeirinhas á janela (muitas delas com pagodes em vez de castelos imagine-se e claro bandeiras compradas em lojas chinesas contribuindo para a evolução da riqueza do pais… do sol nascente) por sugestão feita por um brasileiro (se fosse português seria de certeza ridicularizado), seguir o autocarro de uma selecção de futebol como se fosse o Messias e tudo feliz e contente, não vi ninguém indignado…
Nós somos um povo que apoia principalmente a nível desportivo o futebol em que nada nos deu a ganhar pelo menos até hoje, quando nas modalidades em que ganhamos realmente alguma coisa, os atletas são quase marginalizados e pouco ou nada apoiados alem de sermos algo em modalidades que são consideradas amadoras, o mais flagrante são os atletas paraolímpicos, ganham imensas medalhas e a compensação que normalmente têm é 2 minutos de fama num telejornal e pouco mais, esses sim deviam ser premiados duplamente pelos feitos mas passam praticamente despercebidos, mas não, apostasse no futebol em que o melhor que conseguimos foi ser humilhados em casa numa final do euro 2004 por uma selecção principiante ficamos num HONROSO 2º lugar UAU!!! A esses jogadores dão-se todo o tipo de mordomias e ninguém discute o dinheiro que se é gasto ou foi gasto, mas esse dinheiro, é dinheiro publico, ou seja pago por todos nós, será que ninguém ainda percebeu isso?
Nós somos um povo que compra carros importados principalmente da Alemanha ou seja compramos os carros que os alemães já usaram e não querem mais, e usamos aqui esses mesmos carros a dar uma imagem de novos ricos com carros usados, fazendo uma analogia da situação é como se comêssemos o resto do bolo em que o alemão trincou e deitou fora… e ficamos todos satisfeitos, reparem e ainda queremos com isto tudo ser respeitados pelos alemães? Que respeito ou consideração, qualquer um tem perante um indivíduo a vasculhar nos caixotes de lixo? Os carros alemães até podem ser demasiado bons mas não deixam de ser carros usados que deram dinheiro á economia alemã e que novamente são rentabilizados pelos alemães através da sua venda para o mercado usado externo em vez de colocar, esses mesmos carros ou outro tipo de veículos para abate, nós usamos aqui esses mesmo veículos com uma alegria descomunal, não percebendo que alem de não contribuirmos em nada para a riqueza deste país ainda compramos carros que são considerados obsoletos no país de origem, mas aqui dão uma imagem e um perfil ao utilizador pelo preço de um utilitário novo comprado cá, o que interessa é a imagem que se dá aqui perante o vizinho a economia do país que se lixe.
Nós somos um povo que perante as noticias de faralhice nas contas insulares da madeira, ficamos indignadíssimos e olhamos para todos os madeirenses com o Dr. Alberto João Jardim na cabeça, como vigaristas e chateados, por terem que ser todos a pagar do bolso esse mesmo desvio, e criticamos os alemães e os franceses por não quererem pagar dos bolsos deles os erros cometidos no nosso país, não reparando que os madeirenses á nossa vista é a mesma sensação que um alemão ou um francês olham para nós…
Tudo isto para dizer que se permitimos a criação de obras megalómanas e nunca houve um pingo de indignação é porque concordaram ou foram coniventes com o que foi realizado costuma-se dizer que é tão ladrão o que rouba como o que fica a guardar não é verdade? quem pagou isso tudo? Quem terá que pagar isso tudo?
Ora quem pagou foi fácil, pediu-se emprestado quem vai pagar também é fácil, somos todos nós… a factura chegou agora e vamos ter que pagar, e ainda há gente que está indignada por ter que pagar uma divida que alega não ter contraído? Onde estavam antes? Alguém protestou ou se indignou perante tudo o que foi realizado e enquanto foi realizado? Nunca vi, mas posso estar desatento.
Eu posso dizer que protestei, fui contra o euro 2004 e aquela megalomania dos 10 estádios, o meu protesto foi nunca ir a um único jogo até hoje dinheiro do meu bolso nunca saiu para ir a um estádio, nunca entrei sequer num estádio desses do euro 2004, o mais perto que me aproximei de um foi para ir a uma loja de electrodomésticos que está nas imediações de um… expo 98? Não fui achei exorbitante o preço pedido á entrada perante tantos milhões investidos a fundo perdido pelo país os portugueses deveriam ter uma benesse que fosse, um desconto pois foi dos nossos bolsos através dos impostos que saiu esse dinheiro todo... se foi emprestado, será dos nossos bolsos que o dinheiro ainda irá sair e… com juros. O meu protesto pode não ter sido tão efusivo quanto hoje, visiono nas manifestações mas pelo menos sinto que da minha parte fiz o meu dever… ao não ir a nenhum evento realizado ou seja nem á expo98 nem a nenhum jogo de futebol.
Felizmente obras como o TGV e novo AEROPORTO de Lisboa em Alcochete, devido aos problemas económicos que atravessamos e á troika, ficarão congelados ou mesmo não se irão realizar senão o regabofe iria generalizar-se, onde estavam os indignados perante os anúncios destas obras? Quem eles pensavam que iria um dia pagar isto tudo? É o estado não é? Mas o estado é feito dos impostos de todos nós e claro se não há dinheiro no estado, esse dinheiro será pago por todos nós…. Não há milagres meus amigos, BEM VINDOS Á REALIDADE!!!
Só me falta explicar mais uma coisinha, vamos imaginar que gerir um governo é como gerir a nossa casa (quem realmente souber o que isso é… pois parte dos indignados nunca souberam o que é ganhar dinheiro ou o mais próximo que estão disso é pedir dinheiro aos pais) … ora bem que gere o orçamento de uma família tem que saber que tem obrigações nomeadamente com créditos, se entra em incumprimento fica sem esses bens que serão penhorados a favor de quem nos empresou o dinheiro, quem nos empresta vai através da sua venda recuperar o dinheiro que emprestou ou minorar as perdas com o investimento, resumindo ficas sem o bem que adquiriste e não pagaste… um país obviamente não será vendido em hasta publica pelos credores em caso de incumprimento, pura e simplesmente deixarão de nos emprestar dinheiro e o que acontecerá a seguir? BANCARROTA… e o que é bancarrota? Não há dinheiro, isto é no dia que entrarmos em incumprimento, ideia essa defendida por uma esquerda radical que popula no meio politico português, no dia a seguir deixa de haver dinheiro, e o país não tem dinheiro em cofre que consiga suplantar as despesas correntes ou seja, esqueçam ordenados… seja na função publica… sejam pensões… todo o tipo de prestações sociais, e não se pense que o sector privado fica imune, deixando de haver dinheiro, deixa de haver pagamentos ao sector privado e a corrente que enumerei para o sector publico aplicar-se-á também ao privado isto é a falência das famílias vem logo a seguir ao da falência do estado, claro que vai haver sempre quem tem dinheiro próprio e bens que se possa safar, no meio da guerra nem todos morrem, mas a grande maioria vai morrer, sem comer na mesa quero ver onde fica a indignação do povo quando chegarmos a esse ponto é que hoje ainda temos o que comer e a grandeza de um homem não se vê quando a mesa está farta é quando não tem o que comer, e hoje há força para protestar porque ainda se está de barriga cheia… a bancarrota em Portugal, é certo que neste momento é um cenário pouco plausível apesar do medo e das medidas que nos impõem, seja pelas noticias seja mesmo perante o que verificamos nos preços que pagamos e ordenados que recebemos, mas não é de descortinar por completo este cenário… o fim da linha será sempre a bancarrota claro que pode haver muitas saídas mas o deixar de pagar pura e simplesmente o que devemos é que não será decerto a solução, vão vendo a evolução da Grécia com todas aquelas greves e protestos para verem se não tenho razão, e a sorte da Grécia até agora é que a divida deles é suportada em grande parte por bancos Franceses e Alemães, que em caso de falência também serão prejudicados… com Portugal não serão tão benevolentes pois a divida portuguesa não está tão colocada sobre estes dois países, portanto estamos por nossa conta. Ninguém irá ter piedade de nós.
Portanto, lutem como quiserem, mas pelo menos sejam coerentes não podem dizer que nunca perceberam onde está a divida do país ela foi crescendo á vista de todos e se há muita conta por explicar, também há muita coisa que está á vista afinal 10 estádios de futebol não se podem esconder dentro de um bolso não é? Com isto apenas citei alguns exemplos mais flagrantes pois como continuo a perguntar a mim próprio é ONDE ESTAVAM TODOS OS INDIGNADOS DE HOJE NAS OBRAS DE ONTEM? E AINDA NÃO SABEM COMO CHEGAMOS A ISTO?
NAKED MAN
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