OOPS… I DID IT AGAIN! COMPREI NOVAMENTE UM DACIA DESTA VEZ O SPRING!
É verdade voltei a comprar um Dácia,
desta vez como 2º carro e para a minha mulher que apenas conduz carros de
mudanças automáticas, nada melhor de que comprar um elétrico, e o problema foi
mesmo esse o elétrico desta marca demorou a aparecer, e acima de tudo a
entregar, posso afirmar que até que o encomendei até o receber passou um ano,
sim, UM ANO! Um ano a penar e a perder constantemente dinheiro com o constante
aumento dos combustíveis e crise energética em que vivemos, um penoso ano a
esperar por um veiculo que de projeto nem é novo e que foi apresentado em 2020,
tendo “saído” para produção no inicio de 2021 e já em meados de 2022 muitos
compradores deste modelo esperam pacientemente (que remedio têm) para o obter,
como num texto que publiquei já aqui há algum tempo temia que o Spring se
tornasse numa espécie de Trabant da antiga Alemanha de Leste, em que era um modelo
que demorava anos a ser entregue ao comprador… se na altura disse isso numa espécie
de piada… hoje tenho a clara noção de que é mais real do que parecia, na
altura, é verdade que neste tempo passamos por dificuldades nunca antes
vividas, como uma pandemia, que atrasou tudo ou mesmo parou a produção pura e
simplesmente, a falta de componentes, e alguns outros contratempos, a realidade
é que a demora da entrega deste carro deixou a minha mulher literalmente a pé
pois durante a espera do carro o carro dela avariou a nível de motor, num
arranjo que seria dispendioso e que optamos por o vender tal e qual estava…
isto a 2 meses da entrega deste carro, por isso ainda agora estamos a digerir o
que de facto vivemos por termos “embarcado” na compra deste carro, mas sobre
isso provavelmente um dia ainda escreverei a contar esta historia mais em
particular.
Depois da minha primeira
discrição cada um que estiver a ler este texto deve estar a imaginar que o
modelo em questão deve ser uma espécie de Tesla ou algo similar, obviamente que
não… embora para mim e para o meu bolso comprar este carro hoje é um
investimento bem avultado, para mim sim de facto é como se tivesse comprado sem
dúvida um Tesla…, mas made in China (e barato)! Mas para os preços praticados
este carro é exatamente o que preciso para a minha vida neste momento e daqui
para uns anos, é um carro que tem as suas limitações, sejam elas de qualidade ou
mecânicas, mas para 2º carro e acima de tudo em comparação ao modelo a que este
carro vem substituir é uma clara evolução em relação ao carro anterior que já
disse por algumas vezes ser um Smart for two, desde logo pelo numero de lugares,
aumenta e 2 a capacidade de lotação, uma necessidade que há 14 anos para cá
todos os dias me deparava, pois o Smart desde o nascimento do meu filho que não
servia para mais nada que levar a minha mulher ao trabalho e ela dar umas
voltas, para tudo o resto tinha que ser o meu carro, o que era uma limitação terrível
e acima de tudo um desperdício, nunca me desfiz do Smart pois era um carro que
servia exatamente para 2º carro, mas limitava sempre o uso familiar para o
primeiro carro, ora o Spring tem 4 verdadeiros lugares logo para saídas de
domingo ou compras rápidas é o carro ideal, depois há a ideia de que que a
potencia do carro é limitada, sim de facto para os dias atuais falar em 44 CV ou
45 CV depende as interpretações “assusta” um pouco, mas convém lembrar de onde
vim… caso não se lembrem o Smart do modelo que tinha sendo a gasolina tinha 61
CV… mas tive para comprar o modelo a gasóleo na altura pois era apenas 1000
euros mais caro, só não o comprei pois aconselharam-me que para os Kms que iria
percorrer o modelo a gasóleo sairia mais caro nas manutenções anuais e a
poupança do investimento inicial não seria assim tão elevada… mas esse modelo a
gasóleo tinha apenas 41 CV sim leram bem quarenta e um cavalos de potencia, e
foi um modelo que se vendeu em larga escala e ainda andam muitos por aí sem que
se queixem da falta de potencia, portanto os 44 CV devem chegar para as
necessidades até porque em temos de binário o Dácia tem quase mais do dobro que
o Smart dispunha… e nunca tive o menor dos problemas com isso durante os 16
anos que o tive.
O que mais me impressionou e
quero aqui referir acima de tudo, foi as diferentes apresentações que li e vi
por aí sobre o Dácia Spring, o carro elétrico mais barato do mercado segundo a
marca, e que de facto é verdade, e apesar de a marca não enganar ninguém e
dizer que estamos perante um carro barato e pratico, vi mais do que numa
publicação ou mesmo canais de Youtube referirem-se ao carro como se o mesmo
fosse um Tesla ou Porsche Taycan, não o gabando como se fossem estes modelos
mas sim exigindo a este pobre modelo o mesmo que seria exigido aos modelos topo
de gama, o que acho um verdadeiro absurdo e estupidez, o Dácia Spring é acima
de tudo um modelo citadino, de segmento A, nada na marca vai ao encontro de
mais do que um modelo que se propõe fazer um trajeto do ponto A até ao B num ambiente
de dia a dia, trabalho /casa, logo todas as limitações que se referem caiem por
terra se olharmos para o carro como um mero citadino, o que muita publicação
não tem em conta e muitos que falaram no Youtube acerca do carro fartam-se de falar
das limitações mas nunca sem terem em conta o segmento que o carro se insere…
temas como a largura dos pneus serem muito finas… estamos a falar de pneus 165
de largura… ora o que esperavam que o modelo em questão tivesse “calçado” 235? Ou
mais largos? Ora digam-me modelos de segmento A que usem medidas muito
superiores ao que este modelo usa? Peugeot 106, Fiat Panda etc. todos usam
medidas similares ou mesmo menores… porque embirram com tanto com a medida dos
pneus do Spring? Não percebo… ah até mesmo um carro de segmento superior como é
o BMW I3 tem modelos que usam pneus 155 de largura, e nunca vi nenhum problema.
Outro problema é o facto do
carro ter apenas 44 CV e aí dou alguma razão a esses que criticam, não acho
sinceramente que seja um obstáculo, mas sim mais uma certa limitação, podia a
marca perfeitamente colocar mais 20 ou 30 CV e o carro ficaria outra coisa, mas
mais uma vez digo para o segmento a que se insere é o suficiente, o tempo a que
chega a 100 km/h é outra das criticas de certa forma com algum fundamento, 19
segundos é nos dias de hoje surreais até mesmo para modelos de segmento A… por
esses tempos quase chega a ser uma performance similar aqueles carros sem carta
de condução os apelidados de PAPA REFORMAS ou MATA VELHOS, mas para a potencia
auferida não se poderia esperar performances dignas de um Tesla… o mesmo aceito
como criticas a velocidade máxima que é de apenas 125 Km/h, mas neste caso em
particular aceito os limites da marca, se por um lado este modelo é mais cidade
e não um estradista de raiz logo não estamos perante um desportivo… e para mais
nenhum carro elétrico é muito amigo de auto estradas e velocidades elevadas,
por mais que possam dar de velocidade… cai e muito a autonomia e não é ao acaso
que nas auto estradas raramente somos passados a toda a velocidade por carros elétricos…
pois só se forem pequenos percursos, pois se vão em viagem é bom que moderem a
velocidade para poderem ter autonomia… isto num Dácia ou num Tesla, a receita é
exatamente a mesma proporcionalmente obvio. Em termos de autonomia, também vi
algumas criticas, mas sinceramente acho que 200 Kms numa media, são mais do que
suficientes para o modelo em questão, um veiculo de segunda linha numa família que
serve sobretudo para ir para o trabalho e ás compras, e pelo meio dar uns
passeios de domingo sem grandes stresses, estamos a falar de pessoas que
criticaram duramente a autonomia deste modelo ignorando que em termos práticos o
Spring tem autonomias e baterias mais potentes que congéneres seus muito mais
caros, como Renault Twingo, Smart For Four, WV eUP entre outros similares,
diria que em termos de autonomia este modelo está a par de alguns modelos de
segmentos superiores, pois devido ao baixo peso e pneus mais estreitos, consome
muito menos na generalidade, o que é uma excelente vantagem, só o sistema regenerativo
poderia ser um pouco melhor e não seria por aí que encareceria o carro, mas
cada dia que passa tenho mais certezas que acima da Dácia, para a Renault não
lhe interessa apresentar um carro extremamente atraente pois acima de tudo o
grupo Renault está lá para vender são Renault e não Dácias, uma pena esta estratégia,
mas tinha essa sensação na altura em que adquiri o meu Dácia Logan MCV, com o
lançamento deste modelo então fiquei com todas as certezas.
Muitas criticas infundadas
que vi foi a níveis de construção, nomeadamente os plásticos, tão usuais na Dácia,
que no meu caso em particular no meu Logan MCV, já com 6 anos não tem sido
problema algum, seja a nível de qualidade seja a nível de ruídos parasitas… que
são poucos ou mesmo inexistentes para um carro que já percorreu 100 mil Kms,
ora só peço que este novo carro produzido na China e não na Roménia como é o
meu… tenha pelo menos uma qualidade similar a curto ou longo prazo como tem
sido o meu carro até agora, mas outras criticas como os sistemas de segurança,
que acho aceitáveis para o uso diário e tudo o que dispõe é utilizável praticamente
diariamente… o que nos vale milhões de sistemas de segurança e regulações que
depois ou usamos uma vez na vida ou nem sequer nunca usamos? A Dácia nesse
aspeto o pouco que tem é utilizável e útil no dia a dia, para mim em particular
o meu Logan MCV foi uma clara evolução em comparação ao modelo que dispunha, e
ainda hoje me sinto imensamente satisfeito… o Spring é uma clara evolução em termos
de dispositivos e segurança em relação ao modelo que a minha mulher dispunha,
logo apenas fico satisfeito, se são poucos comparados com os outros carros… até
podem ser, mas e a utilidade desses mesmos dispositivos e o custo a que estão
associados em comparação aos disponíveis no Dácia Spring? Ah, pois, se formos
dissecar esses aspetos se calhar tínhamos muito para discutir.
Outras criticas que vi também
foi a ver com ergonomia e habitabilidade, e aí mais uma vez venho dizer que
estamos a falar de um citadino e não de uma berlina topo de gama, ao volante o único
apontamento que não custava nada era mesmo a regulação do volante e/ou banco do
condutor, pois de resto tudo é aceitável para o modelo a que estamos a falar,
atrás inclusive o espaço é bem maior do que os lugares traseiros do meu Ford Fiesta
de 1998 e a mala maior também do que o modelo que acabei de descrever… e devo
dizer que o Fiesta foi o meu carro de “combate” em praticamente 2/3 da minha
vida de casado e serviu na altura… ou melhor teve que servir, então porque ficar-se
tão preocupado com o espaço traseiro de um carro que na grande maioria das
vezes não leva ninguém atrás ou mesmo apenas transportará crianças nesses
lugares. Ridículo no mínimo, já li e vi um pouco de tudo durante o tempo de
espera por este carro e nunca na minha vida tive oportunidade de saber tanto
sobre um modelo em questão, mas a espera valeu a pena, o carro de facto é
exatamente o que precisava e vai ser essencial para a crise energética que já
hoje vivemos e que no último ano se veio a avolumar.
Seria obviamente hipócrita se dissesse que
este carro é o melhor do mundo ou que é um modelo excecional, nada disso, o
carro te limitações, a começar pelo motor que com um pouco mais de potencia
mudava muita coisa, mas de caras posso já apontar como defeito o limpa para brisas
a escova é completamente inútil nem sequer chegando a cobrir toda a zona de
condução, outro problema é a posição se condução sem uma única regulação, nos
dias de hoje praticamente nem existe nos carros básicos, a falta da luz do
porta bagagens não era por esta instalação elétrica que o carro iria encarecer
1000 euros decerto e que dá uma ajuda enorme, o banco traseiro não rebater
50/50 para a modularidade seria excelente, entre outros apontamentos sem uma
gravidade por aí alem, agora apenas critico os muitos que viram neste carro um
alvo a abater apenas porque “democratiza” o acesso á mobilidade elétrica
praticamente pra todos, o que é de facto um passo enorme e que vai criar uma rotura
sem duvida entre os construtores de automóveis se este modelo que comprei e o próximo
que dizem ser lançado em 2024 tiver um sucesso estrondoso em termos de vendas,
mas criticar praticamente gratuitamente um modelo apenas porque se acha que uma
marca tem que apresentar luxos e mais luxos pagando-se por isso autenticas
fortunas é absurdos e estupido, poucos foram os testes que foram analisados á
luz do que o modelo foi apresentado, ou sequer se deram ao trabalho de perceber
para afinal o que serve este modelo e para o qual foi criado… provavelmente este
caso vai ser similar ao que presenciei por alturas do lançamento do Smart… li
numa prestigiada publicação da época uma critica que afirmava para afinal o que
servia um veiculo de apenas 2 lugares, com um motor traseiro e por debaixo da
mala e que aquecia todo o habitáculo á conta disso, barulhento e feito de plástico…
e no final dava-lhe a sentença mesmo que em Portugal seria um modelo sem
qualquer expressão de vendas porque o português gostava era de carros grandes e
espaçosos… depois foi o que se viu, o sucesso de vendas que este modelo teve em
Portugal ao ponto de outras marcas tentarem copiar o conceito como foi o caso da Toyota, desconfio que no caso do
Spring provavelmente ocorrerá o mesmo… haja é carros disponíveis obviamente!
NAKED
MAN