ESPECIAL
COVID19: AS DIFERENTES REALIDADES ENTRE OS QUE ESTÃO DE
QUARENTENA E OS QUE ESTÃO A TRABALHAR
Uma coisa que com o avançar da
quarentena reparei foi as diferentes realidades que tinha quem estava a
trabalhar e de quem estava em casa, e todas as diferenças comportamentais de
ambos, cheguei a falar disto lá no trabalho com os meus colegas que também
passavam pelo mesmo ou seja estamos a trabalhar e temos em casa as nossas mulheres
ou maridos e os filhos, e enquanto nas primeiras 2 semanas de confinamento, as
realidades de quem trabalhava e de quem estava em casa até coincidiam, nomeadamente
no medo que se tinha de tudo, termos medo de contactar tudo e todos, para quem
trabalhava muitas duvidas e muito medo na hora a que se chegava a casa pois
podia estar-se doente e contaminar os outros, foi nesse tempo que verifiquei
que nos primeiros 15 dias de confinamento em Portugal desde cerca de 13 de
Março até ao final de Março, vi muita gente a cumprir o isolamento, quem não
respeitou era exatamente o grupo de maior risco os idosos que sempre se
estiveram a cagar para medidas de contenção e confinamento, os que cumpriram
foi porque os filhos se impuseram pois a grande maioria dos idosos saiu praticamente
toda para a rua enquanto as gerações precedentes estavam fechadas em casa,
fosse em teletrabalho fosse porque os diversos setores iam fechando portas.
E foi desde o inicio de Abril
que notei as maiores diferenças entre quem trabalhava e quem ficava em casa
pois enquanto os que trabalhavam começaram a abstrair-se mais da doença em si e
a concentrar-se em novos hábitos de higienização e cuidados básicos como levar
as mãos á cara por exemplo, e passarmos a não temer assim tanto a doença mas
sim em como evita-la e concentrarmo-nos nas formas de proteção, os que estavam
em casa continuavam paranoicos com tudo em volta da doença, é verdade que muitas
dessas pessoas vinham á rua mas sempre muito mais temerosas dos que estavam a
trabalhar, ou seja, vi muita gente a criticar quem vinha para a rua passear ou
fazer exercício… depende é assim aumentou em muito ver pessoas a passear
animais na rua e muitos desportistas de ocasião sim é um facto, mas o simples
facto de uma família sair á rua para apanhar ar ou mesmo fazer a sua vida
normal como ir á compras ao supermercado ou á farmácia não é um crime como
muita gente se insurgiu nas redes sociais e Youtube por exemplo.
Há uma coisa a reter o facto
de ter havido confinamento, foi basicamente como que a fazer um reset á
população que de outra forma não teria travões na sua ação e mais dia menos dia
todos estaríamos contaminados, exemplos disso foram os países que não
procederam a restrições de circulação e que mais tarde quando o fizeram era um
pouco tarde, no caso português o governo agiu bem no essencial embora tenha
cometido alguns erros como todos cometeram e disso dei conta em alguns textos
que escrevi, mas o facto de as pessoas ficarem em casa fez com que mudassem
rotinas que acredito vão mais ou menos respeitar daqui em diante, mas meus caros
ficar em casa não vos dá imunidade nem nada que se pareça, aliás era bom se a
doença tivesse acabado, mas vejam ela vai andar por aí mais um ano ou mesmo
dois, até haver uma vacina fiável, pode ser que entretanto encontrem um
medicamento que surta efeito na cura do Covid19, mas para isso teremos que adoecer
e claro ninguém se quer sujeitar a isso não é verdade, portanto a não ser que
se encontre uma vacina ou que a doença responda bem a uma vacina, nunca nos
livraremos do bicho, resumindo bem e para que todos percebam, estar em casa não
deu imunidade a ninguém nem vai proteger ninguém no futuro, serviu isso sim
para fazer com que as pessoas parassem um pouco nas suas rotinas e mudassem os
seus hábitos de vida de modo a tentar evitar contágios tão facilmente.
Portanto para quem estava
confinado em casa e via gente na rua e dizia raios e coriscos sobre esses
comportamentos, deve pensar que muitos dos que estão na rua provavelmente
trabalham todos os dias e alguns na linha da frente como é o meu caso e que se
comporta na rua de maneira totalmente diferente do que se comportava antes, e
andar na rua não está exposto a nada o vírus não anda no ar mas sim está nas superfícies,
ora se andarmos na rua sem nos encostarmos a nada nem conversarmos com ninguém a
menos de 2 metros é difícil contrair a doença, senão mesmo impossível, mas se
agora ando na rua é já com hábitos novos de agir que antes não tinha, será
obviamente muito mais perigoso um confinado agora vir á rua do que todos os que
os que sempre andaram na rua por motivos profissionais, eu estou a falar de
andar na rua mas tirando as 2 ultimas semanas sempre cumpri o facto de ficar em
casa e não sair sob pretexto algum, só mesmo por motivos profissionais, mas aos
poucos fui criando defesas que me permitiram bem como á minha família poder
sair de forma considerada segura, e aí meus caros há uma enorme diferença.
E é exatamente nesse aspeto que
vejo que há uma enorme discrepância entre os que não saíram de casa para os que
sempre saíram, pois o medo ainda é enorme, em tudo mas não perceberam ainda que
isto vai durar meses ou mesmo anos e que tirando os reformados que sempre se
estiveram a cagar maioritariamente para tudo, todos os outros vão ter que sair
á rua mais cedo o umais tarde, provavelmente arriscando-se muito mais dos que
agora já perceberam como se podem proteger um pouco melhor, ou pelo menos
tiveram a sorte de ainda não terem sido infetados… pois sim alem de todos os
cuidados que devemos ter em conta devemos ter uma coisa na nossa mente que é
termos sorte acima de tudo, pois sem ela tenham os cuidados que tiveram estão
lixados na mesma.
NAKED
MAN