EUTANASIA
Alguns notáveis portugueses
decidiram assinar uma carta a favor da despenalização criminal da eutanásia em Portugal
e claro está acendeu logo um enorme alarido em volta do tema, acima de tudo o
teor da carta fala acho eu em fazer-se um refendo de modo a poder-se ter uma
noção do que os portugueses acham sobre o tema, claro está logo se levantaram
vozes seja a favor ou contra a eutanásia ou o suicídio assistido.
Pela minha parte digo já a
minha posição, sou a favor da eutanásia e do suicídio medicamente assistido,
acima de tudo porque a nossa vida é feita de escolhas, se podemos tudo e mais
alguma coisa em vida e em condições ótimas para fazer essas escolhas, seja
casamentos homossexuais, adoção ou assistência na reprodução seja por qualquer
tipo de tendência sexual, podemos mesmo fazer um testamento vital ou seja
decidir o que não queremos que nos façam quando não estamos em condições para o
dizer, e no limite podemo-nos suicidar, sim meus caros todos nos podemos
suicidar a qualquer momento, e quem o faz não o faz sempre na cobardia, faz
muitas vezes de modo a prevenir o sofrimento em momento que o ainda pode fazer,
suicidar-se não é cobardia, mas todos temos o dom de mandar-mos na nossa vida,
já que não pedimos para nascer pelo menos temos o poder de morrer quando
quisermos, obviamente que ninguém se quer matar, todos queremos viver, mas
muitas vezes viver é apenas um adjetivo um pouco sinistro, muitas pessoas vivem
num enorme tormento, religiosamente fala-se que quem se suicida vai diretamente
para o inferno, na religião católica por exemplo o padre pode-se recusar a
prestar as cerimonias fúnebres a um suicida, mas o problema é que um suicida
muitas vezes vive um inferno já cá neste planeta seja por que motivo for, ninguém
se mata por animo leve, e quem o faz muitas vezes corre mal a tentativa de
chamar a atenção pois acaba mesmo por morrer.
O que quero dizer é que se somos
livres para viver o que quisermos deveríamos ser livres também para escolher o
momento de morrermos com dignidade, obviamente que sou contra a suicídio gratuito,
mas sou a favor do suicídio por misericórdia, todos deveríamos ter uma morte
digna, e infelizmente muitos morrem sem qualquer dignidade, os argumentos de
quem é contra podem ser muito validos em todos os aspetos e muitos até
argumentam que se liberalizar a morte assistida muitos morrerão, ajudados muito
antes do tempo, porque ou são moribundos ou não têm ninguém que os proteja e se
estiverem a ser um peso para a sociedade muitos atalharão a morte a essas
pessoas, até poderá acontecer essas situações, mas pergunto afinal até onde vai
a vida de uma pessoa?
Pergunto se viver uma vida
vegetativa é viver? Pode ser mecanicamente mas aquela pessoa que está ligada a
uma máquina que o mantem vivo será alguma vez autónomo? Será que todos temos
que viver a todo o custo porque alguém acha que sim? Será que todos podemos
fazer o que quisermos enquanto somos autónomos mas passemos a ser prisioneiros
no nosso corpo e na nossa vontade apenas porque a lei o determina? É no mínimo discutível,
uma sociedade que se quer liberal deve ser liberal na totalidade se podemos ter
uma tendência sexual, uma liberdade religiosa, uma liberdade politica, uma
liberdade de pensamento, não percebo porque se tende a prolongar uma coisa que
muita gente sabe que não há hipótese de retorno, mas sou a favor de um
referendo os portugueses deveriam escolher em consciência o que acham acerca
deste tema.
Sei que muitos argumentam que
nos casos em que as pessoas estão em condições periclitantes deveriam recorrer
aos cuidados paliativos, mas só mesmo por hipocrisia ou mesmo muita estupidez
se pode alegar este exemplo, todos sabemos que os sucessivos governos apoiam e
muito a primeira idade e sempre ignoraram as idades seguintes… a 3ª idade então
é completamente negligenciada, cuidados paliativos é ficção cientifica e a rede
de lares de 3ª idade são manifestamente insuficientes, e os que existem não é
para todas as bolsas, isto somando doenças cada vez mais cronicas como o
cancro, diabetes e doenças degenerativas que a cada dia despoletam é caso para
se pensar que é demasiada hipocrisia dizer-se que há alternativas a uma morte
digna, o que acontece em muitos casos é pessoas abandonadas em corredores de urgências
de hospitais que fazem muitas vezes o lugar de lares de 3ª idade e unidades de
cuidados paliativos, muitas vezes á custa de camas tão necessárias para cuidar
de doentes com necessidade de tratamento, não basta falar é saber também do que
se passa, dizer de coro que ninguém tem o direito de tirar uma vida deve-se
perguntar antes se se deve viver a qualquer custo, ou melhor se continua-se a
meter a cabeça na areia ignorando a realidade, se são contra a eutanásia que se
façam unidades de cuidados paliativos em força e lares de 3ª idade, o problema
é que isso é bastante oneroso vale mais cada um morrer para seu lado e com o
maior sofrimento possível afinal o inferno é cá e não depois da morte.
NAKED
MAN
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