O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

quinta-feira, 23 de abril de 2015


FORMULA 1 NOS DIAS ATUAIS

 

                Já aqui afirmei que sou um adepto quase fanático por desporto automóvel, e o seu ponto máximo é a fórmula 1, gosto de todo o tipo de desporto que envolva automóveis mas a fórmula 1 é quase uma religião para mim desde que praticamente me conheço, ou seja sempre fui um seguidor deste desporto.

                Lembro-me ainda miúdo de uma entrevista ao AUTOSPORT português, de Domingos Piedade, na altura alto quadro da equipa desportiva da Mercedes no DTM, corria o ano se não quero estar enganado de 1992, em que o titulo era “A FORMULA 1 ESTÁ A MORRER”, e vinha acompanhado com um cartoon em que se via uma equipa medica num bloco operatório em que estavam a intervencionar um formula 1 e este no aparelho que media os batimentos cardíacos vinha com a legenda “PI… PI… PI…. PIIIIIIIIIIII” ou seja o carro teria morrido, e porquê? Por causa dos custos que o mesmo Domingos Piedade, dizia serem muito elevados e que como consequência tornariam a formula 1 inviável a muito breve trecho, só resistindo grandes marcas e claro o campeonato iria definhar até os espectadores deixarem de ter interesse no desporto.

                Já passaram mais de 20 anos desde essa entrevista e muito se fez, desde então para o que seria o controlo de custos, muito se retirou e se colocou em nome desse ideal, mas a verdade é que quando esta entrevista foi realizada, a formula 1 era um campeonato interessante, com equipas de fabrica e algumas ainda muitas privadas, as corridas eram com 24 a 26 carros, e é certo que sempre houve equipas que se destacaram durante muito tempo dominando todos os outros isso faz exatamente parte do desporto ganha quem mais trabalha e desenvolve o carro e se aliar isso a um bom piloto melhor ainda, o que o Domingos Piedade se referia na altura é que nessa época a Williams era a grande dominadora do campeonato e ninguém se lhes chegava, ele sempre um adepto de Airton Senna ficava irritado por o mesmo ser esmagado pelos pilotos da Williams esquecendo-se que poucos anos antes era o contrario que se passava e não era por isso que os adeptos se tinham afastado.

                 Ou seja durante anos se alterou muita coisa para que houvesse um controlo de custos mas nunca nenhuma medida surtiu efeito, primeiro as marcas privadas praticamente foram desaparecendo em detrimento do aparecimento de cada vez marcas próprias, devo considerar que hoje uma RED BULL é uma marca oficial da Renault, a McLAREN é oficial da Honda etc. em comparação com antigamente hoje em dia praticamente não há equipas privadas no pelotão e as que há debatem-se com cada vez mais problemas financeiros, portanto só por isso se vê que todas as tentativas para controlar custos foi errada, primeiro de tudo a proibição á publicidade ao tabaco foi o principio do fim, no entanto esta medida até posso concordar pois se é um tipo de publicidade não autorizada para praticamente tudo seria errado aceita-la no desporto automóvel, mas para mim a pior das medidas foi venderem os direitos televisivos a canais pagos, e claro mais de 60% do publico deixou de ter acesso, antes como eu tive acesso às corridas era por as mesmas serem transmitidas em sinal aberto nos canais públicos, obviamente que ao ver as corridas cresceu o meu interesse pelo desporto que sem isso desconhecia por completo, hoje uma criança se não for estimulada pelo pai para ver corridas nunca terá um grande interesse pelo mesmo, vejo claramente pelo meu filho que não lhe apetece ver uma corrida transmitida na internet em condições quase obsoletas, pois eu tal como muita gente não tem acesso aos canais pagos, isto sim está a matar os desporto, o publico afasta-se por o mesmo só estar ao alcance de uma elite.

                  Mas o pior de tudo é que á custa do argumento dos custos, criou-se um campeonato em que os pilotos e os carros, parecem que estão a jogar na playstation, antes havia acidentes, quebras mecânicas, erros de pilotagem, hoje olha-se numa corrida e praticamente não há abandonos, não é que esteja a ser apologista de acidentes ou quebras mecânicas o que me quero referir é que hoje não se arrisca, não se leva nada aos limites, um piloto se arriscar sabe de antemão que fica sem carro para o próximo treino ou corrida porque não pode usar o carro de reserva, aliás nem há carro de reserva, não pode partir muitos motores porque senão fica penalizado nas corridas seguintes, não pode executar uma manobra em corrida mais arriscada porque senão será penalizado, hoje a formula 1 sim é que está a morrer, se as regras de hoje estivesse no ano de 1992 isso sim seria uma catástrofe, pilotos como Nigel Mansel seriam erradicados da formula 1 pilotos como Airton Senna, Alain Prost ou Michael Schumacher perderiam títulos ou seriam seriamente penalizados no futuro á conta de manobras não regulamentares nos dias de hoje, hoje sim a formula 1 está moribunda.

                   Estou a escrever este texto porque ao assistir á corrida de estreia da época de 2015 na Austrália, vi o que nunca esperaria ver uma corrida em que se iniciou com 15 carros, e mais de metade do pelotão que iniciou a corrida mais parecia estar preso por arames do que pronto para correr, vi uma corrida em que pouco ou nenhum interesse teve, e que as corridas em comparação com a formula 1 antiga mais parece uma corrida de resistência em que os pilotos mais têm interesse em terminar do que em correr riscos, e o pouco publico ou que se desloca aos circuitos ou paga para ver na televisão vai acabar mais tarde ou mais cedo por se chatear, para ver aquele espetáculo deprimente, vale mais comprar um jogo de carros para a playstation lá de casa, sempre se divertem mais um pouco, ainda estive a ver a corrida do grande premio da Malásia para ver se a primeira corrida tinha sido um equivoco, mas apesar de ter sido uma corrida com um outro vencedor que não Mercedes e ter havido algumas lutas, não diferiu muito do anterior aliás mesmo do que na ultima época, as corridas de hoje são um verdadeiro tédio, uma lastima, de volta e meia me vem á memoria essa celebre entrevista de Domingos Piedade, afinal a formula 1 naquela altura não estava a morrer, está morta hoje devido aos inúmeros esforços de todos que tentam ingloriamente cortar custos de um desporto que deveria ser o top dos tops a nível tecnológico e de inovação mas que hoje mais parece que os carros do dia-a-dia têm mais tecnologia á disposição do que os carros de formula 1 e inovação é coisa que nem se percebe o que pode ser, hoje temos carros com minúsculos motores a fazerem sons que mais parecem sair de um motor de uma moto de 125 cc. A andarem mais lentos do que os carros de fórmula 1 dos anos 70, chamam isto o topo do desporto automóvel? Lamento dizer mas discordo, a formula 1 deve ser um desporto á parte, deve ser realizado com regras sim mas não em termos restritivos seja técnicos seja de testes em pista, para quem não sabe muito publico ia aos circuitos verem os testes esses que hoje só se podem realizar 3 vezes antes da época antes eram ilimitados… tudo em nome dos custos, mas faço uma pergunta se era por causa dos custos porque hoje vemos menos equipas do que se via em 2000 a correr quando diziam que os custos eram insuportáveis, é que hoje deveria haver equipas a brotar que nem cogumelos mas curiosamente cada vez mais todos se afastam do desporto automóvel… as equipas, os patrocinadores e por conseguinte os espetadores uma tempestade perfeita para acontecer aquilo que o cartoon exemplificava… “Pi… Pi … Pi … Pi… Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii”.

 

NAKED MAN

1 comentário:

  1. Comentário hipocrita, contraditorio e falso! Desde quando os carros V6 turbo de 2014 e 2015, sao mais lentos que os carros dos anos 70? são até mais rapidos que os carros dos anos 90! e já mais rapidos que os carros de 2013...acorde para a vida! O problema nao está nos carros, esta tambem nas pessoas.

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