REUNIOES ESCOLARES UMA
CAIXINHA DE SURPRESAS
Recentemente dada a
indisponibilidade da minha mulher em estar presente a uma reunião
extraordinária na escola do meu filho, tive que me deslocar a essa reunião mais
uma vez, aqui já contei a minha experiência na primeira reunião escolar a que
assisti, mas agora apesar de já estar “acostumado” as reuniões escolares são
sempre uma caixinha de surpresas, temos um pouco de tudo desde pais que não
devem perceber bem no nível em que os filhos se encontram e imaginam que devem
estar na faculdade, até os mais paranóicos que têm que falar apenas para falar
e não estarem calados mas que no contexto não dizem nada.
Devo ressalvar que o
meu filho ainda continua na pré-escola portanto estamos num nível que este ano
ainda não é avaliado por notas, para o ano ele já vai para o primeiro ciclo e
claro aí a “competição” é diferente, mas esta reunião em especifico foi
convocada a nível extraordinário devido ao caso de a educadora titular ter
adoecido e entretanto entrou uma educadora de substituição e foi a apresentação
da mesma aos pais e a explicação de como ela iria trabalhar e os objectivos.
A reunião até começou
bem, devo dizer que o ministério da educação tem regras completamente
kafkianas, fomos informados que se não tem sido a direcção do agrupamento a
responsabilizar-se pela substituição tecnicamente provisória da educadora nem
depois de mês e meio o meu filho não ter educadora poderia haver substituição
pois o ministério apenas autoriza substituições após ser declarada uma baixa de
30 dias, se isto já é no mínimo discutível pois quando alguém adoece em
primeiro não pode meter logo 30 dias de baixa apenas pode colocar 12 dias
iniciais (no caso do estado para os quadros pode ser possível mas quando alguém
adoece não vai imaginar que vai logo ficar 1 mês em casa portanto ninguém no
seu nível normal vai colocar logo 30 dias de atestado), depois o mais idiota é
que se alguém for internado não conta para os 30 dias de baixa ou seja como foi
o caso da educadora titular do meu filho a doença dela obrigou a um período de
30 dias de internamento, mas para o ministério da educação a “estadia” no
hospital não conta para efeitos de substituição como se alguém fique 30 dias
internado numa instancia de férias ou estivesse internado por livre vontade,
estas idiotices sim são censuráveis e devia ser pensado ás mais altas
instancias e não enterrar-se a cabeça na areia, imaginemos que a Sr.ª tinha
tido uma doença ou fosse vitima de um acidente que a colocasse ad eternum numa
cama de hospital, será que para o ministério da educação a professora nunca
fosse substituída? Provavelmente sim é este o procedimento, mas estes casos
deveriam ser tratados de uma forma mais pessoal e não de uma forma tipo “chapa 5” ou seja não de uma forma
uniforme pois cada caso é um caso, e obviamente uma pessoa internada não tem
previsão da alta apenas sai quando estiver melhor daí não perceber estas regras
do ministério da educação.
Na reunião foi-nos
explicado que se não tivesse sido o extremo profissionalismo da auxiliar
educativa que se responsabilizou pessoalmente para “entreter” 25 crianças neste
período de ausência, a escola podia-se recusar a recebe-los, não quero ir
contra esta regra no entanto ainda reforça mais a minha critica á regra dos
atestados, ora se está provado que a educadora está realmente muito doente
porque o ministério não autoriza a sua substituição provisória ou definitiva?
Porque é necessário a regra dos 30 dias isso sim é discutível, o facto da escola
se ter responsabilizado todo este tempo pelas crianças apenas posso agradecer a
amabilidade de facto provaram o profissionalismo dos profissionais em terem
eles próprios contornado as regras e assumido o risco bem como a substituição.
Bem depois da
explicação começaram os pais a falar e se a maioria apenas ouviu e reflectiu
sendo que a critica mais ouvida era a da regra dos atestados de 30 dias, houve
obviamente alguns pais que logo aproveitaram para tentarem “brilhar” e se o
fizeram de uma forma até educada, também o fizeram demonstrando alguma
ignorância ou seja será que ainda há pessoas que ainda não perceberam no país
em que vivem? Será que alguns pais desconhecem que na localidade onde vivem têm
condições que nem todos os pais em vários concelhos limítrofes não podem
beneficiar por falta de condições, e em vez de irem contra as regras estavam
indignados pelo facto de uma auxiliar ter ficado com as crianças e que os mesmo
não tinham evoluído nesses tempos, ora bem mas alguém explicou a estes pais de
que na pré-escola alem de não ser obrigatória não está sob avaliação? Muitos
pais podem imaginar terem Einsteins em casa mas apenas podem e devem exigir
resultados quando os mesmos passarem a ser avaliados, neste momento deixem os
miúdos brincarem, é certo que devemos ver alguma evolução nos miúdos por
exemplo o meu filho está muito melhor preparado hoje do que eu estava aquando á
entrada para o 2º ano, mas não devo exigir que ele seja melhor do que eu apenas
devo ficar orgulhoso nisso, mas obviamente não devemos exigir que as crianças
hoje devam apresentar resultados devem sim quando a isso forem obrigados, mas
pelo que pude constatar muitos pais deves estar desinformados acerca do nível
de ensino a que os filhos estão a frequentar.
Fiquei surpreendido por ter ouvido alguns
pais a mostrarem a sua indignação onde não tinham razão e ignorar o essencial,
que tal propor-se através de abaixo assinado ou de outra qualquer medida a
revisão da regra dos atestados de 30 dias? Pois isso não deve ter relevância
ainda para mais que agora está tudo resolvido afinal de contas os filhos já têm
nova educadora não é verdade? Mas alguns para aparecerem e não dizerem que não
falaram nada preferiram criticar o facto de uma auxiliar ter-se responsabilizado
por tomar conta de 25 crianças obviamente entre ajudada por colegas, mas o
esforço da auxiliar ninguém praticamente agradeceu preferiu criticar, isso
enojou-me, as pessoas são umas ingratas para a próxima se calhar podem não ter
a mesma sorte depois gostaria de ver o nível de indignação… mas por exemplo
para o ano estou com o meu filho no primeiro ciclo isso já não será problema
meu, mas aos pais indignados deveriam por a mão na consciência e pensar bem no
esforço que foi feito, não estou aqui a defender ninguém mas tenho que
reconhecer que por vezes o esforço de uns quantos nunca é valorizado no seu
todo, seria muito mais catastrófico que o meu filho por exemplo tivesse ficado
em casa neste mês e meio, é certo que tenho alternativas mas alguns dos pais
que estavam naquela reunião não devem as ter, e esses deveriam antes de falar
pensar que para a próxima e dado o burburinho em torno da questão esta ou outra
auxiliar pode-se recusar a ficar com as crianças, a lei está a favor dela e aí
gostaria de ver esses mesmos pais a reflectirem sobre isso.
NAKED MAN
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