MEDIDAS DE AUSTERIDADE
Percebo tal como a grande maioria dos portugueses que o país ao estar mal têm que ser tomadas medidas para levantar a economia e a saúde financeira do mesmo, no entanto há muito factor que pesa na altura de se tomarem medidas de austeridade com o objectivo de se ultrapassar a crise.
Primeiro de tudo as medidas de austeridade assentam sempre sobre quem trabalha asfixiando cada vez mais o poder económico das famílias ignorando com isso que a asfixia financeira das famílias, será a longo prazo a asfixia do próprio país pois com o facto do país ir buscar o dinheiro sempre aos mesmos irá num futuro não muito longínquo rebentar com a bolha pois com as famílias a entrarem em incumprimento com os seus compromissos mais mês menos mês o país vai entrar em ruptura, o único motor da economia está constantemente a ser puxado ao máximo e há a percepção que há meio país a viver á conta de outro meio (meio esse cada vez mais minoria á custa do desemprego).
Segundo há cada vez mais o pensamento que cá não vale a pena lutar e cada vez mais portugueses estão a emigrar, este é um sinal de cobardia, eu percebo que toda a gente tenha o direito de lutar por melhores condições de vida mas há uns pensamentos a reter, se mudam de país criando riqueza noutro lugar, alguém tem que cá ficar a segurar as pontas ficando o fardo para os que cá ficam ainda mais pesado o que quer dizer que o país não deixa de existir só por o terem abandonado, depois o que vão fazer no estrangeiro? Serem directores executivos de grandes empresas? Serem altos quadros qualificados de grandes empresas? NÃO, lá fora a grande maioria dos portugueses vai trabalhar no duro vão para a agricultura (coisa que cá é impensável fazerem deixando essas funções a imigrantes na maioria africanos, brasileiros e até vietnamitas) ou a desempenhar funções que em Portugal sempre recusaram fazer, ah e claro a sobreviver sob condições que nunca viveram em Portugal, é a única forma de conseguir ter dinheiro ao fim do mês, porque se fizerem a vida normal de qualquer cidadão do país que os acolhe nunca vão conseguir poupar nada, ou mesmo fazendo a vida que fazem cá em Portugal, aí tenho sempre a mesma duvida, se fizessem o mesmo em Portugal não conseguiriam poupar também? É verdade que também se trouxerem o dinheiro para Portugal através de depósitos pode ser um factor de entrada de divisas no país e esse é um argumento forte, mas esquecem-se que há o reverso da medalha ou seja temos cá também imigrantes que exportam divisas para o país de origem a fazer as mesmas funções que a maioria dos emigrantes portugueses abominam cá fazer e depois não se coíbem de praticar lá fora daí eu chamar cobardes á maioria dos emigrantes portugueses, em alturas de crise são os primeiros a fugir.
Terceiro o meu sentido de revolta e frustração ainda é superior ao da grande maioria dos meus congéneres, se a grande maioria dos portugueses estão revoltados com tudo o que lhes está a acontecer, essa grande maioria também é conivente com o actual estado de coisas, a grande maioria aplaudiu e festejou a construção dos estádios de futebol e da realização do euro2004, puseram bandeirinhas ás janelas, a grande maioria dos portugueses foram responsáveis pela eleição de políticos que prometiam coisas impensáveis, como o fim das portagens nas auto estradas (Guterres) ou que o país estava fantástico e devia-se endividar ainda mais na construção de auto-estradas fantasma, TGV e um novo aeroporto de Lisboa bem como apostar em energias renováveis pagas a peso de ouro chegando a ser 10 vezes mais caro do que a cotação do petróleo actualmente (Sócrates), não quero com isto dizer que Durão barrosos estivesse isento de culpas esse foi o cumulo do que é um cobarde, ao primeiro tiro fugiu, ou que estou a isentar Cavaco Silva de responsabilidades, este sim provavelmente o maior responsável pelo actual estado de coisas pois desbaratou milhões em fundos sem nunca se ter dado ao trabalho de saber em como eram gastos ou que com finalidades, mas estes 2 últimos foram responsáveis pelas suas decisões, mas os portugueses foram responsáveis pela eleição ou reeleição dos 2 primeiros, ou seja a grande maioria dos que hoje protestam e andam indignados assistiram impavidamente a tudo isto sem nunca pensarem que um dia a factura vinha, é como se ir ao restaurante e ficar-se indignado como o facto de um empregado nos entregar um papel com a conta, ou seja ao que parece só agora é que a grande maioria dos portugueses perceberam que muita coisa que se fez debaixo dos seus olhos eram desnecessárias ou irreais mas se muitos hoje vêm isso eu sempre percebi isso sempre fui contra o euro2004 e os estádios e sempre percebi que o fim das portagens eram uma utopia, ou que se não havia dinheiro no meu bolso como é que um politico que tentava a reeleição dizia á boca cheia haver a brotar euros do chão para obras megalómanas daí a minha frustração hoje ser a dobrar tenho que pagar o mesmo que o outros mas eu nunca apoiei nada disto ao contrario de muitos.
Quarto é triste para quem tem de trabalhar e já com isso sustentar meio país subsidio-dependente ver cada vez mais reduzido o seu já baixo rendimento familiar, á custa dos meus impostos há meio país a colocar posts no FACEBOOK ou a cuidar da “quinta” e o que mais de esforçado que faz na vida é fazer loguin e password para acederem ao mesmo, passam o dia a dormir ou que estão a praticar actos ilícitos, e que eu todos os dias tenho que me levantar cedo bem como a minha família para ir trabalhar, agora vejo-me ainda mais penalizado com o aumento de 7% de contribuição para a segurança social que já sei que nunca irei beneficiar um dia mais tarde com a minha suposta reforma (se é que um dia terei direito a ela), ou seja pago mais ao fim do mês para beneficiar um sistema do qual não beneficio nem provavelmente irei beneficiar, medida esta do contributo extra na segurança social que provavelmente será irreversível ou seja passarei a receber ainda menos do que á 15 anos para sempre com um custo de vida invariavelmente superior, é uma equação fantástica não é?
Quinto se este ou qualquer outro governo continuar sempre neste caminho não vai levar á ruína o país vai implodir o próprio país a politica de sempre ir colocar medidas sob os ombros de quem trabalha pois são os únicos que não podem fugir (a não ser que sejam despedidos e com isso irem para o fundo de desemprego) … um dia vai correr mal pois vai haver o dia em que não vai haver dinheiro, pois vai haver um dia em que o dinheiro de quem ainda continua a trabalhar não vai ser suficiente para pagar aos outros que beneficiam do estado bem como ao próprio estado isto mesmo colocando medidas como a de confiscar os 14 salários anuais aos trabalhadores (medida essa que já esteve mais longe de ser pensada) … devia-se parar e pensar um pouco mais neste assunto.
Dito isto, depois das palavras do Dr. Pedro Passos Coelho o fim do mundo já não me preocupa, o que me preocupa é o final do mês.
NAKED MAN
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