O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

FARMACIAS… AS MERCENARIAS…


                               Eu ainda sou do tempo que um farmacêutico, era visto aos olhos do povo como pessoas de confiança, idóneo em que todos á falta de dinheiro para irem ao médico ou mesmo em substituição dos mesmos, é que nos meios rurais não se propunham a ir aos médicos preferiam ir á farmácia queixarem-se ao farmacêutico que lhe receitavam ou uma pomadinha ou uns comprimidos “milagrosos” que lhes passava as maleitas, isto não num passado muito distante, aos poucos a figura do farmacêutico foi colocada para segundo plano e o protagonismo dos médicos, assumiu o seu verdadeiro papel.
                               As farmácias ainda hoje são vistas como um local de confiança, e o farmacêutico uma pessoa de confiança que tenta ajudar, á vista da população em geral os níveis de confiança nestas “instituições” são de elevados índices, no entanto para quem tem um nível mínimo de informação e conhecimento na área, as farmácias ao longo dos tempos passaram de locais de confiança para verdadeiras mercearias, e em grande parte dos casos gerindo negócios a níveis verdadeiramente mercenários, por acaso pessoalmente alem de ter conhecimento de algumas situações caricatas praticadas nas farmácias tenho algumas historias pessoais para contar.
                               As farmácias eram de facto locais onde antes havia alguma confiança entre utentes/clientes, com as praticas de venda, afinal a farmácia é um local de negocio, e tem que ser visto como isso, mas antes os medicamentos ou eram produzidos pelas próprias farmácias ou eram laboratórios a produzi-los, no entanto entre laboratórios ou eram os laboratórios de investigação ou os laboratórios produtores das chamadas “copias”, normalmente o mesmo medicamento produzido pelo laboratório de investigação, mas licenciado para venda por outros, tipo os produtos de marca branca dos supermercados, são produtos vendidos por uma cadeia de supermercados mas que de nenhum modo tem produção própria, isto verificava-se mais ou menos da mesma forma nos medicamentos embora houvesse laboratórios das chamadas “copias”, que também produziam os medicamentos mas que compravam a substancia activa (molécula) aos laboratórios de investigação ou seja a substancia activa do medicamento era precisamente igual ao que era comercializada pelo laboratório de investigação, mas depois o medicamento era vendido a preços mais baratos que o medicamento dito original.
                               É verdade que durante muito tempo os doentes foram um pouco prejudicados com altos preços de medicamentos, que hoje em muitos casos não se verifica, e houve clínicos com praticas não muito correctas com a prescrição dos mesmos dando indícios de corrupção em alguns casos, no entanto apesar de prejudicados a nível financeiro os doentes praticamente a nível de tratamento estavam equitativamente bem servidos tanto com os medicamentos ditos originais como com as copias, havendo em qualquer dos casos segurança com o decorrer do tratamento.
                               É então que aparecem os chamados “genéricos”, os medicamentos genéricos, têm a fama de serem bio equivalentes ao original a nível de substancia, e até em alguns casos são quase exactamente iguais, e vendidos a preços muito mais baratos, a entrada dos genéricos no mercado até foi boa pois medicamentos originais com moléculas já de si com muitos anos mas a serem vendidas a preços astronómicos, passaram em pouco tempo a serem vendidos a metade do preço e em alguns casos a um terço do preço antes praticado, no entanto o problema que quero referenciar com este texto começou exactamente aí.
                                  A lei foi com o passar do tempo sendo alterada, e no inicio se o medico só passava genéricos se quisesse, aos poucos passou a quase ser imposto a sua comercialização e a possível troca do medicamento que o médico passava por um genérico, actualmente inclusive há uma politica de preços em que apenas entre os 5 mais baratos é que é colocada a comparticipação, ou seja é o fartar da vilanagem, isto tudo pode ser feito em plena farmácia sem que o médico tenha direito de mostrar opinião ou decidir entre os genéricos mesmo os mais baratos o melhor para o seu utente.
                                 Não quero com isto defender os médicos mas explicar uma situação que passa despercebida á maioria das pessoas, é que como em tudo na vida há marcas e marcas, e se há marcas de genéricos que há manifestamente qualidade e confiança, há outras que nem sei a sua origem nem tão pouco tem pessoas (colaboradores) a defender a empresa na rua (fazendo lembrar as seguradoras por telefone), ou seja não há delegados de informação médica ou outro tipo de representantes que dêem a cara por qualquer produto que está á venda, pior alguns genéricos são produzidos na índia e na china, sem qualquer tipo de referencia da sua origem de fabrico e das normas de segurança dos mesmos, em muitos casos duvido pessoalmente da eficácia terapêutica dos mesmos, é certo que o Infarmed faz testes de bioequivalencia aos mesmos e que se passam nos testes os medicamentos são seguros (ou deviam ser por principio), no entanto estamos a falar de medicamentos e drogas que são tomadas para assegurar uma vida e se há medicamentos que pouca eficácia demonstram, não façam muita “mossa” á saúde, mas se estivermos a falar de antibióticos, anti hipertensores entre outros que possam alterar resultados finais ás suas origens a coisa pode complicar, estamos a falar de medicamentos e não de sumos de linha branca de supermercado, embora haja muito medicamento genérico produzidos por laboratórios de qualidade também temos muitos produtos á nossa disposição que é de ter medo e pavor na confiança em que nos colocam á disposição, principalmente vindo de pessoas que deviam ser as primeiras a ajudar o doente.
                                   As farmácias têm como papel principal obter lucro com a venda dos medicamentos, em outros tempos houve que foi um negocio milionário, hoje no entanto já não se verificam os lucros fantásticos de outros tempos, hoje com a politica de baixa de preços dos medicamentos as margens de lucro directo baixou drasticamente, as farmácias para poderem ter lucros têm agora ao dispor outro tipo de possibilidades, no entanto não deviam tentar obter lucro abusando da ignorância de quem os procura, muitas vezes pessoas de classe baixa e com poucos conhecimentos, não sabem dos negócios obscuros entre laboratórios e as farmácias, eu próprio já vi notas de encomendas das farmácias em que um laboratório á venda de 25 embalagens de um medicamento faz um desconto de 25 embalagens…. É exactamente isso que viram na compra de 25 embalagens oferecem outras 25, já para não falar de algumas notas de encomenda que me contaram (embora nunca as tenha visto, mas acredito) em que na compra de 50 embalagens pela farmácia, o laboratório que comercializa o genérico oferece 200 (isso mesmo duzentas) embalagens, sendo que os lucro das embalagens oferecidas pelo laboratório reverte totalmente para a farmácia que o comercializa, agora pergunto, NÃO É DE TER MEDO?
                                   Por isso chamo ás farmácias de MERCENARIAS ou seja obter dinheiro a qualquer custo sem ver a meios, não se importando com o real bem estar dos clientes/utentes/doentes, mas apenas e só com o lucro directo, é grave trocarem os medicamentos prescritos pelos médicos mesmo que o médico tenha prescrito também genéricos, mas de outra marca, com o subterfúgio de “estar esgotado” ou de “já não estar no mercado” apenas e só com o intuito de escoar as embalagens “oferecidas” pelos laboratórios e que as farmácias obtêm com essa venda 100% de lucro, é de ter medo, se os médicos em outros tempos (hoje nem tanto) tinham a fama (e o proveito) de prescreverem os medicamentos segundo os seus interesses (muitas vezes obscuros), hoje o cenário é muito pior, o médico não tem o poder sequer de prescrever um medicamento genérico e ter a certeza que será esse medicamento que o doente vai no final tomar, a farmácia tem neste momento esse poder e tem também o argumento perante o doente de dizer que tem “outros medicamentos” iguais mas muito mais baratos, claro que o doente não sabe se é ou não de um laboratório com alguma confiança, mas o preço final é o grande factor decisivo e se o farmacêutico o aconselha é porque tem razão e quer o melhor para ele, no entanto como atrás já expliquei a situação é demasiado grave e as farmácias pura e simplesmente apenas vêm o lucro como factor de venda, e não do bem estar do doente.
                                     É de referir que nos dias de hoje toda e qualquer receita passada de forma electrónica, tem obrigatoriamente que constar os medicamentos á disposição do mercado, o que quero dizer com isto, hoje o programa usado pelos médicos, tem em tempo real na hora da prescrição e na altura de selecção do medicamento, na lista todos os medicamentos á disposição do mercado, não pode nem há desculpas de o medicamento não haver no mercado (como as farmácias argumentam), as farmácias que não encomendem todos os medicamentos ao dispor do mercado aceito, mas que o medicamento seja prescrito em forma electrónica e não haver no mercado é uma falácia, e grande, mas é um argumento em que muita gente cai pela sua ingenuidade e quem está na farmácia devia ajudar e não prejudicar, depois em alguns casos essas pessoas têm recaídas ou não obtêm a cura no tempo que devia, e a culpa é do médico, a farmácia coloca-se á margem de qualquer erro nem nenhum doente os coloca em causa, afinal o medicamento era “igual” ao que o médico prescreveu não é verdade? O problema é que as coisas não são bem assim na realidade, isto já para não falar das histórias que eu próprio presenciei.
                                     Há uns tempos, um familiar meu (doente oncológico) saiu do hospital de um internamento e o médico do hospital prescreveu 4 medicamentos numa receita, todos genéricos e de um só laboratório, que por acaso, esse laboratório era de qualidade, e lá fui eu á farmácia comprar os mesmos, quando lá cheguei mal o farmacêutico recebeu a receita disse-me logo que não havia nenhum daqueles medicamentos porque estavam “esgotados”, mas que tinha outros de outro laboratório e que por sinal até mais baratos, perante a minha observação de que uma receita electrónica não havia nem medicamentos esgotados nem fora do mercado e que, se não tinham nenhum daquele laboratório que me disponibilizassem outros mas dos laboratórios X, Y e Z ou então ia a outra farmácia, então o farmacêutico lá foi á procura, e fantástico, 2 dos 4 medicamentos “esgotados” inicialmente apareceram “miraculosamente” e os outros 2 foram dos outros laboratórios que exemplifiquei, mas fiquei com a ideia de como me queriam enganar, TIVERAM FOI AZAR. Outra historia foi passada á pouco tempo, outro meu familiar também saiu do hospital com uma crise de diabetes, embora já controlada e saiu do hospital com uma receita de um anti diabético oral, para complementar a medicação, o medicamento era genérico e também de um laboratório “confiavel”, fui á farmácia e claro o medicamento não estava disponível, mas desta vez podiam encomendar não me colocaram entraves á venda do mesmo, apenas não o tinham no momento em stock, mas perante a minha urgência, tinham outros disponíveis e ate já tinha a embalagem na mão e tudo, mas ao ver qual era o laboratório, até me assustei e disse que não queria aquele, o meu objectivo era tratar desse meu familiar e não dar-lhe placebos, ainda a farmacêutica tentou argumentar comigo a qualidade do medicamento que ela tinha na mão mas perante a minha posição de nega, lá me disponibilizou o mesmo medicamento mas o original, mas teria que apresentar receita depois, foi uma chamada “venda suspensa”, obviamente paguei mais caro mas fiquei a ter a certeza que com aquele medicamento me dava mais garantias de sucesso na regularização do problema de saúde do meu familiar embora o genérico que o medico tinha prescrito ao meu familiar também tinha a certeza que o sucesso seria idêntico, o que o farmacêutico me queria disponibilizar é que tenho absoluta certeza que não.
                                       Portanto exemplos como o que assisti não devem faltar, com este texto não quero tomar partido de nada nem ninguem em especial mas apenas em denunciar um grave atentado que é praticado todos os dias pelo país fora e sem controlo, quantos já não tomaram medicamentos que a farmácia dizia iguais aos que anteriormente tomavam e alem de piorar resultados ficarem com a noção que o medicamento não fazia efeito ou não fazia o mesmo efeito do que os antigos, quantos doentes não pioraram valores fossem eles de diabetes ou tensões arteriais etc., depois de tomarem genéricos ou pior terem que tomar 2 comprimidos em fez de um anteriormente prescritos? E já para não falar de quantas pessoas possam ter morrido por falha no tratamento, não por culpa do médico mas devido á falta de eficácia do medicamento? São questões que devíamos pensar bem na hora de aceitar um medicamento diferente do que foi prescrito pelo médico, ou ao mínimo falhanço do medicamento que nos foi trocado pelo farmacêutico, mas disso ninguém fala nem ninguém discute, quando algum médico vem falar do problema é logo acusado de interesses (coisa que hoje até nem é possível devido ás trocas nas farmácias), mas que todos nos devíamos preocupar pois afinal o que aqui está em causa é a nossa saúde e muitas vezes até a ténue linha da vida e da morte, por um bocadinho podemos viver como por um bocadinho podemos morrer, agora depende do significado que queremos colocar ao bocadinho seja a palavra SORTE ou a palavra AZAR.
                                         Não deveria ser isto a passar-se, mas é a pura das verdades não podemos confiar em toda a gente, na altura da compra do que seja devemos estar minimamente informados e não aceitar logo aquilo que nos colocam á frente sem primeiro termos a certeza que é verdade mas como no mundo farmacêutico a desinformação lidera perante a informação, estes episódios serão sempre uma realidade isto claro se nunca ninguém tiver capacidade para provar os diversos “crimes” que todos os dias são praticados, camuflados de uma forma muito subtil e sempre a bem do doente, DEVIAMOS TODOS PENSAR BEM NISTO…



NAKED MAN

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