O CONTAMINANTE ESTRANHO

ESPAÇO PARA TROCA DE IDEIAS E OPINIÕES COM O INTUITO DE LIMPAR TODO O TIPO DE CONTAMINANTES EXISTENTES NAS NOSSAS MENTES

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

FUI NOTIFICADO PARA DESMATAR UM TERRENO


FUI NOTIFICADO PARA DESMATAR UM TERRENO

 

               É verdade em julho deste ano recebi uma carta em que me notificava para desmatar um terreno que possuo e que os serviços camarários ao passarem por lá resolveram diligentemente me notificar para fazer a desmatação porque senão incorria em pesadas multas e mesmo se não fizesse o trabalho o próprio município o faria e eu arcaria com o pagamento da despesa, tudo aquilo que qualquer português sabe que a lei diz, este texto não é uma critica á notificação em causa porque sim fui muito bem notificado pois á data da passagem dos serviços camarários de facto o terreno não estava limpo… sim fui bem notificado, o que me faz escrever este texto é sobre tudo em volta desta e doutras notificações e mostrar em como a lei foi mal feita e ferida de morte em termos de eficácia.

                 Devo dizer que na altura em que fui notificado passava mais de um mês da data limite extraordinária que o governo tinha decretado para que os proprietários fizessem a limpeza de terrenos sem qualquer tipo de penalização nem multas essa data era 31 de maio, ora a data em que o meu terreno foi fotografado na passagem dos serviços foi 28 de maio, ou seja uns dias antes da data limite, ora a dia 31 de maio sem saber da passagem dos ditos serviços e sabendo da lei e percebendo que o meu caso estava um pouco para lá do limite da legalidade procedi á desmatação e limpeza do terreno em casa em que no centro se encontra uma casa devoluta servindo apenas para arrumos.

                 Mal fui notificado percebi que o meu processo demorou mais de 1 mês para chegar ao meu conhecimento que eu estava a incorrer numa contra ordenação, tinha 10 dias para fazer os trabalhos e na notificação vinha a esclarecer-me os limites de arvores em volta da casa e tudo o que me fez perder 1 semana a cortar oliveiras em volta da casa e outros arbustos que se encontravam em medidas não regulamentares, ou seja por acaso estava de ferias na altura e perdi 1 semana de ferias a cortar arvores e arbustos por os mesmos não se encontrarem em altura regulamentar como a lei definia, ao que no final dos trabalhos e dentro da data limite que me davam na notificação respondi aos serviços camarários com fotos a documentar e a explicar que já tinha anteriormente procedido a limpeza do terreno e que depois de ter sido notificado procedi a mais limpeza ainda nomeadamente a arvores e arbustos em volta da casa… que como disse era devoluta e não habitada.

                  Cerca de 1 mês depois da minha resposta recebi um mail da autarquia a dizer que estava tudo ok, mas com todo o episodio que vivi fez-me pensar que de facto se num município em que vivo e que não representa risco algum de incendio dado não viver em zonas de arvoredo intenso, e todo o tipo de incendio que ocorra no local em que vivo não representa qualquer risco nem para mim nem para os vizinhos, o município foi tão diligente a aplicar a lei, este ano seria um ano zero a nível de incêndios em Portugal, em que os que ocorressem seriam residuais ou como acontece no município em que vivo arder mato sem significado nem risco para populações… nada disso, estava rotundamente enganado, nos incêndios de Monchique tive a prova de que o país para variar funciona em varias velocidades, se enquanto um município como o meu foi tão diligente em notificar proprietários que não representavam qualquer risco para a comunidade lembrando-lhes como a lei se aplicava nas medidas entre arvores e casas habitadas ou não… não percebo então como arderam casas em Monchique… não percebo como continuo a ver casas junto a florestas autenticas, como vejo locais de risco elevado de incendio em que não se encontra desmatados nem pelos proprietários nem pelas autarquias, não percebo porque a lei é tão eficaz mas dificilmente aplicável nas zonas de maior perigo… para dar uma ideia as arvores de grande porte devem estar afastadas 50 metros de casas ou 100 metros das populações… como cheguei a dizer o que resta do pinhal de Leiria iria desaparecer com a lei… pois o resto tinha ardido… a realidade é que a lei não foi aplicada nem em Leiria nem como todos constatamos em Monchique… ou seja a lei está mal feita e cega nos seus propósitos levando ao engano toda a gente, municípios em que os incêndios não têm razão de perigosidade a lei é igual ou pior do que para um município onde esse risco chegue aos 100%, levando-me a pensar que a lei afinal não serve para prevenir incêndios algum mas sim para passar multas a torto e a direito, tal como acontece com as multas de transito, tudo para engordar os cofres do estado.

                      Resumindo a lei até é boa no papel, mas impossível de se cumprir nos municípios em que de facto era necessário fazer cumprir as normas, só não vê isso quem não quer, mesmo apesar dos exemplos deste verão já com a lei decretada.

 

NAKED MAN

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