INDEMINIZAÇÕES ÀS VITIMAS DOS INCENDIOS DE 2017
Este texto pode fazer parecer que
eu sou insensível aos acontecimentos do ultimo verão, a tragedia dos incêndios em
Portugal tocou-nos a todos, sem duvida, mas em alguns aspetos vejo que há
coisas que estão a ser levadas longe demais apenas porque a tragedia assumiu as
proporções que todos vimos, muitas coisas falharam de mios humanos a materiais,
muitos com cargos importantes falharam, o governo falhou, disso ninguém tem
duvidas mas daí tentar-se através do dinheiro publico fazer “apagar” toda a
responsabilidade isso é o que me faz discordar, e perante a noticia de que um
tribunal decretou uma indeminização mínima de 70000 euros a cada vitima mortal
a ser paga aos seus descendentes, fez-me pensar que para colmatar a incompetência
de alguns todos os contribuintes terão de pagar dos seus impostos, a haver
indeminizações essas deveriam ser pagas exclusivamente pelos responsáveis diretos
nos incêndios, todos com cargos de relevo que falharam bem como as empresas
envolvidas que também falharam… não o estado, não o contribuinte, alem disso
pelo que já fui levado a pensar, as indeminizações ou estarei muito enganado ou
serão cegas, serão pagas de uma forma plana ou seja todos terão direito a
dinheiro sejam vitimas diretas ou indiretas e as indiretas veja-se serão quem
perdeu a casa, carro, animais etc., ora neste aspeto ainda sou mais critico, se
para me precaver de uma catástrofe tenho que ter um seguro para tudo, porque
depois disto todos recebem uma indeminização indireta seja segurado ou não
seja, será que valerá a pena ter seguro? Porque pagarei tanto por um seguro se
o estado pode assumir a minha perda? Será que apenas serve para calar uns
quantos?
Independentemente da dor de
todos os que perderam alguém ou os bens que tinham, não devemos colocar no
mesmo patamar todos por um todo, ou seja quem fazia seguros e será restituído pelos
prejuízos ser igual a quem arriscou em nunca fazer um seguro e terá tudo na
mesma, se o estado segura os bens privados para quê pagarmos uma fortuna em
seguros? Será que daqui para o futuro o estado será fiel depositário de todos
os portugueses perante qualquer tragedia que lhe apareça na vida? Nem estou a
ser cínico, é que segundo o tribunal que decretou a indeminização mínima, foi
baseada nas indeminizações da tragedia das vítimas da queda da ponte de
Entre-os-Rios, ou seja esta tragedia serviu de base para os valores das indeminizações
e a forma de indemnizar tragedias, mas estamos a falar em tragedias
completamente diferentes e conceitos totalmente diferentes.
Ora vejamos a tragedia de
Entre-os Rios foi de facto única, uma ponte ruiu á passagem de um autocarro de
passageiros bem como de outras viaturas em cima da mesma, ora esta situação foi
mais do que compreensível haver uma indeminização a toda e qualquer vitima
mortal destas tragedia, dado que foi uma infraestrutura que falhou e não
deveria falhar, foi um acontecimento que não poderia acontecer, ou que no
limite deveria ser detetado e consequentemente optar pelo encerramento da infraestrutura,
nada disto aconteceu, e perante o acontecimento obvio que o estado teria que indemnizar
os familiares das vitimas, ora nestes últimos incêndios estamos a falar de
outra coisa completamente diferente, estamos a falar de incêndios muitos deles
em terrenos particulares, ora o estado não é responsável pela
irresponsabilidade de alguns, nem é responsável nem pode o ser perante a falta
de cautela de alguns e mesmo na incompetência de muitos que em nome desse mesmo
estado ocupam lugares que até o meu cão seria mais competente a desempenhar
essas funções, as únicas vitimas passiveis de serem indemnizadas foram todos os
que morreram na chamada “estrada da morte” a EN 236-1, pois muitos deles foram
desviados pelas autoridades para esse local na ignorância de que uma tragedia
daquelas dimensões iria ocorrer… morreram nesse troço 47 pessoas, ou seja
indiretamente os automobilistas foram indicados para irem numa direção que lhes
provocou a morte, aí estamos perante um caso idêntico ao da ponte de
Entre-os-Rios, pois todas as outras vitimas foram vitimas como em todos os incêndios,
ou foram apanhados no meio do fogo ou a fugir dele, apenas os familiares se
podem queixar da inoperância dos meios no combate a esses incêndios, mas o
estado no meu entender não pode ser responsável pela incúria de quem trabalha
para ele… no máximo deveria-se responsabilizar criminalmente esses mesmos responsáveis
que falharam, é que neste país tudo é á prova de erro, recebem-se salários milionários
por cargos que depois em caso de apuramento de responsabilidades ninguém acaba responsável
por nada e ninguém exige nada de nada a ninguém pois em ultima instancia o
estado esse ser omnipresente e abstrato é sempre chamado a pagar as custas… sim
de facto é assim mas todos deveríamos saber que o estado somos todos nós e que
é dos nossos impostos que sai o dinheiro para tudo isto seja para pagar os
elevados salários a incompetentes seja para depois pagar as indeminizações
provocadas por esses mesmos incompetentes… já perceberam a origem da minha
insensibilidade perante este assunto? É esse o meu dilema.
NAKED
MAN
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