NÃO PERCA OS DOCUMENTOS… PREPARE-SE PARA UM PROCESSO
KAFKIANO
Bem este episodio não se passou
bem comigo mas sim com a minha mãe, esqueceu-se da mala no carrinho de
supermercado, e foi-se embora, chegando a casa deu pela falta da mala, e claro
voltou ao dito supermercado, por azar ninguém tinha dado pela mala, como sempre
que acontecem estas coisas o dinheiro nem é o mais importante, mas sim os
documentos, e aí meus amigos é que vem o tema deste texto, a minha mãe viu-se
envolvida num processo kafkiano num ápice, ora vamos há historia.
Depois de formalizada a queixa
nas autoridades, para evitar males maiores com o uso indevido da identificação,
o próximo passo seria tratar de ir fazer novos documentos, aí sim começou o calvário,
sim muitas vezes vemos notícias na televisão caricatas e pensamos que muitas
delas até são meio fantasiosas mas nos dias de hoje com tanta tecnologia á disposição,
tratar de um simples cartão do cidadão pode-se revelar um problema serio, tudo
porque a lei deve estar regulada para o Séc. XIX, em vez de XXI, pensando eu
que as digitalizações das impressões digitais seriam o suficiente para atestar
a identificação de alguém que pura e simplesmente não a tinha, a minha mãe
deslocou-se sozinha a uma conservatória a fim de proceder a novas vias dos
documentos, bem lá a informaram que nada disso seria possível se a mesma não se
desloca-se ao serviço em causa na presença de um familiar de sangue (filho,
neto, pai) ou o marido, dado a minha mãe ser idosa e já não ter pais e ser viúva,
sobrava os filhos e uma neta maior de idade que por coincidência todos estavam
impossibilitados profissionalmente de se deslocarem nos tempos mais próximos á conservatória,
mas havia a possibilidade das noras poderes fazer esse lugar… errado as mesmas
não eram familiares de sangue, ok! Mas havia a possibilidade de arranjar-se 2
vizinhos para testemunharem que a pessoa existia e desse modo contornar o
problema.
Aí entra todo o processo kafkiano,
na impossibilidade dos familiares de sangue, havia a história das 2 vizinhas
que no caso ambos os filhos moram em moradias ao lado, logo as noras poderiam
testemunhar como vizinhas… errado ambas têm o mesmo apelido da lesada logo eram
familiares não poderia contar para testemunhar… um pequeno problema dado que em
volta de onde moro todos somos familiares mais ou menos diretos logo todos
temos apelidos iguais… não fosse a boa vontade da funcionária em aceitar a
prova dos códigos do cartão do cidadão entretanto perdido para aceder á base de
dados e ainda hoje a minha mãe estaria sem qualquer identificação, dado que
carta de condução e até os documentos do carro estavam todos na mala entretanto
perdida.
A moral da historia é que se alguém
estiver ausente do país e tenha um familiar direto que fique sem identificação
vai ser um problema ter que regressar dado que em pleno seculo XXI, e com tanta
tecnologia existente não há maneira de proceder á identificação do cidadão
através dos registos de identificação como a foto ou mesmo impressão digital,
porque a lei não permite… ah e testemunhas entre a vizinhança que não sejam
familiares, já agora não se esqueçam, isto parece anedota mas foi real e até
poderia duvidar da sanidade mental da minha mãe dado que já tem alguma idade,
não tivesse a minha cunhada e a minha mulher terem se deslocado aquele serviço
e terem-se deparado com esta situação também… estando as mesmas presentes na
condição de vizinhas.
Resta-me dizer que há um serviço
em lisboa ou Odivelas não sei bem precisar que trata destas situações, sem
estes casos kafkianos, mas a minha surpresa é o mundo evoluir tanto numas
coisas noutras estamos como se fosse na idade media dado que a tecnologia de
hoje permite infindáveis alternativas, mas ainda hoje parece que estamos
confinados ao passado.
NAKED
MAN
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