ENCERRAMENTO DE SITES DE PARTILHA EM PORTUGAL
Foi com alguma surpresa que constatei que alguns sites em Portugal alguns sendo apresentados como fóruns que permitiam aos utilizadores acederem a links externos que possibilitavam fazerem-se downloads ilegais dos mais diversos conteúdos, foram encerrados por iniciativa dos próprios criadores depois de terem sido ameaçados pela ACAPOR (Associação do Comercio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento de Portugal) com processos em tribunal, portanto os administradores destes sites preferiram o seu encerramento a enfrentarem o tribunal e provavelmente pesadas indemnizações pelo “violar” dos direitos de autor reclamados por esta associação.
Entendo em parte que uma associação que defende os comerciantes de obras culturais tenha que defender os seus direitos aos lucros, e que a Internet e a descarga não paga de conteúdos lhes provoque enormes prejuízos, e que em nada contribua para quem cria e produz uma obra, no entanto estas associações têm que ter em mente que o mundo mudou e hoje em dia têm elas próprias que saber reinventar-se ou seja criarem mecanismos em que de alguma forma por um lado lhes permita algum lucro e por outro lado façam com que a descarga ilegal de conteúdos deixe de ser vista como uma alternativa.
Aqui já falei sobre downloads ilegais que se as produtoras e os autores colocassem os seus produtos para descargas na Internet a preços simbólicos como a 1 cêntimo/musica, ou 1 euro/livro ou filme, muitos dos que descarregam ilegalmente conteúdos teriam muito menos interesse em fazer o mesmo ilegalmente, se podiam pagar por um preço irrisório para ter acesso a um produto de qualidade e sem falhas, porque iria descarregar um ou vários produtos similares muitas vezes de uma qualidade muitíssimo discutível? O lucro iria baixar imenso, mas meus amigos vale mais terem muita gente a descarregar ficheiros a 1 cêntimo ou 1 euro do que muita gente a descarregar ficheiros a custo zero, depois estas associações também poderiam cobrar ás empresas de comunicações que dispõem de serviços de Internet uma taxa por cliente tal como é cobrada em Portugal a taxa audiovisual na factura da electricidade para pagar o serviço publico de televisão, estas propostas que estou a dizer são alternativas viáveis mas que obviamente para estas associações correspondem a pouco lucro, preferindo sim lutarem com processos em tribunal contra os administradores de sites na Internet que embora muitos não tenham conteúdos para descarga no próprio servidor possibilitam essa mesma descarga via links externos, mas esta luta que estas associações insistem em travar são a coisa mais idiota que podem fazer ou seja, é como se atascassem o carro num monte de areia e a única solução que encontravam era acelerar a fundo o mesmo para poder sair do “atascanço”, é completamente idiota e passo a explicar.
Esta associação (ACAPOR) que se congratula pelo encerramento dos sites, ignora decerto que esses mesmo conteúdos estão disponíveis em milhões de outros sites por todo o mundo, e nem vamos mais longe se qualquer português quiser um filme em sites na língua portuguesa, há milhares de sites iguais aos que foram encerrados em Portugal no Brasil com o mesmo tipo de conteúdo e com os mesmos artistas, muitos sites brasileiros disponibilizam tal como em Portugal conteúdo de grupos musicais portugueses como se estivéssemos em Portugal, muitas vezes inclusive encontrei conteúdos em sites no Brasil ainda antes de serem disponibilizados em Portugal pelos sites similares, portanto é de uma idiotisse pegada pensar-se que por “matar” meia dúzia de “andorinhas” a espécie fica extinta ou que acaba a primavera, quem faz downloads de ficheiros continuará a faze-lo e não vai ser por isso que vai parar, e falta de escolha é que não tem, já para não falar nos chamados “torrents” outra forma de se poder fazer downloads ilegais, portanto não é com estas retóricas de vão de escada que irão a lado algum podem limitar o uso de determinado serviço num ponto mas não conseguem limitar num todo ou seja, é tapar o sol com uma peneira.
Já para não falar que muitos sites agora encerrados eram também eles fóruns onde os utilizadores como eu podiam tirar duvidas ou mesmo esclarecer duvidas de outros utilizadores, no pdc links por exemplo esclareci muita duvida e foi lá que consegui desbloquear o meu smartphone ás aplicações bloqueadas dos operadores, uma acção nada ilegal dado que o sistema android é um open source ou seja um sistema aberto e não protegido por direitos de autor, e não estava a introduzir nada mas apenas a apagar aplicações que não pedi nem paguei por elas, mas foi lá que me esclareceram, agora como digo há imensos sites brasileiros com os mesmos fins portanto não percebo a lógica de tanto alarido em volta do encerramento dos sites em causa pois quem antes usava estes sites para partilha ilegal de conteúdos continuará a faze-lo noutros sites, quem usava como simples fórum sim foi prejudicado mas também não será o fim do mundo há mais fóruns para o efeito.
Para concluir as associações de autores e comercio em vez de inovarem e evoluírem, abrindo mão a lucros que já não os possuem hoje em dia, mas que teimam e reclamar como certos, mas cedendo os conteúdos a preços que qualquer utilizador pensasse duas vezes antes de optar pelo download ilegal, não continuam numa caça á bruxas tal como a igreja católica romana fez na santa inquisição, e tal como a historia relata nem a igreja católica conseguiu conter os que pensavam de outra forma e iam contra as normas da igreja nem quem agora anda com processos judiciais contra uns quantos vão conseguir conter o fenómeno da partilha de conteúdos, mas as pessoas são assim o que se há-de fazer…
NAKED MAN
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